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Manejo do cafeeiro

Cultura do cafeeiro: principais aspectos do manejo

Você acha que o ditado “Você colhe o que planta” é verdadeiro?

Se fosse para opinar, de olho aqui no café, eu diria que sim: safras lucrativas sempre nascem de um plantio bem realizado. 

Entretanto, a escolha certa da cultivar, um bom preparo de solo e uma implantação adequada são só o começo. 

Na cultura do café, os resultados colhidos serão sempre proporcionais à extensão dos cuidados que você teve ao longo do ano agrícola.

Quanto mais caprichado for o manejo, mais vigor a lavoura terá e, assim, poderá oferecer o melhor de si em forma de produtividade e qualidade.  

Veja aqui as principais dicas das etapas desse manejo para você! 

 

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Correção do solo: calagem

A calagem corrige a acidez do solo, um dos fatores que podem limitar a produtividade do cafeeiro. Assim, essa prática proporciona um aumento na disponibilidade de nutrientes

Além disso, o calcário fornece cálcio (Ca) e magnésio (Mg), sendo que o teor deste último no solo é uma característica importante na escolha do calcário utilizado. 

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Adubação da cultura do café

Para a adubação de lavouras em produção, os nutrientes, nitrogênio (N) e potássio (K), demandados em maiores quantidades, devem ser parcelados em 3 ou 4 vezes. 

Nitrogênio

Para a adubação nitrogenada, deve-se considerar 2,6 kg de nitrogênio por saca de café na carga pendente + 3,6 kg de nitrogênio por saca para a safra futura. 

Potássio

Para a adubação com potássio considerar 3 kg de potássio por saca para produção + 2,9 kg de potássio por saca para vegetação. Trabalha-se com cerca de 0,3 a 0,35 cmolc/dm3 de potássio. 

Fósforo

Para o fósforo, considerando o extrator Mehlich, trabalha-se com um mínimo de 15 mg/dm3, sendo o um ideal 25 mg/dm3.

Atenção!

É importante estar atento ao equilíbrio dos nutrientes cálcio, magnésio e potássio (Ca: Mg: K), sendo de 9:3:1 ou 25:5:1, o que muitas vezes não é atingido devido ao uso exagerado da adubação potássica associada ao fornecimento deficiente de magnésio. 

Manejo de pragas

Bicho Mineiro

O bicho mineiro (Leucoptera coffeella) é uma das principais pragas do cafeeiro no Brasil. Nesse sentido, quando há perda de controle dessa praga, ocorre uma alta desfolha, causando uma grande perda de produtividade. Essa praga recebe esse nome por causar lesões e deixar um vazio entre as duas epidermes, as populares “minas”. O bicho mineiro é favorecido por períodos de seca e estiagem prolongada.

Broca do Café

A broca do café (hypothenemus hampei) é a segunda praga mais importante em cafeeiro arábica no Brasil. Os danos são causados pelas larvas que se alimentam dos grãos de café, acarretando depreciação do tipo do café e perda de peso. Além disso, esses orifícios causados pela broca podem servir de porta de entrada para patógenos, podendo causar fermentações indesejáveis, afetando a qualidade. 

Calendário agrícola do café

Manejo de doenças

Ferrugem

A ferrugem do cafeeiro, cujo agente causal é o fungo Hemileia vastatrix, é considerada a doença mais importante na cultura do café, uma vez que pode causar uma intensa desfolha precoce, afetando a safra atual e até mesmo a safra seguinte.

Condições de alta umidade, ambientes sombreados, lavoura adensada e alta carga pendente favorecem a doença.

Cercosporiose

Mancha de olho pardo ou Cercosporiose é uma doença causada pelo fungo Cercospora coffeicola BerK. & Cooke, que invade e mata as células, nutrindo-se delas.

Afeta o crescimento e desenvolvimento das plantas e também tem impacto em lavouras adultas, causando desfolha intensa. 

Outras doenças também podem acometer o cafeeiro, como a Mancha-de-Phoma, causada pelo agente etiológico Phoma tarda, e a Mancha Aureolada, causada pela bactéria Pseudomonas Syringae.

Manejo de plantas daninhas

As plantas daninhas competem com o cafeeiro por água, luz e nutrientes, causando perdas na produtividade. Nesse sentido, o manejo com a utilização da braquiária na entrelinha do cafeeiro torna-se uma ótima ferramenta para manejar as plantas invasoras.

Lavoura de café adulta com braquiária na entrelinha

Lavoura de café adulta com braquiária na entrelinha (Foto: Diego Baquião)

É importante que se mantenha uma distância de 1 metro de cada lado da linha do cafeeiro, para não haver competição. Antes que o florescimento aconteça, essa braquiária é roçada e sua biomassa é colocada na projeção da saia do café, atuando na proteção do solo e retenção de umidade. 

Poda do cafeeiro

Conhecer o tipo de poda recomendada à cultura do café, de acordo com as condições da lavoura, é um aspecto muito importante. Os principais tipos são: 

  • Recepa;
  • Esqueletamento;
  • Decote.

Em relação à época de realização, ela deve ser feita logo após a colheita, para que a planta tenha mais tempo de se recuperar e, dessa forma, não comprometer os resultados de produção das safras seguintes. 

Lembre-se!

Cada etapa do manejo é como um tijolo na construção de safras de sucesso.

Não se esqueça de que quanto mais bem feita essa construção, mais sólidos serão seus resultados em termos de produtividade e qualidade. 

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Larissa Cocato - Coordenadora de Ensino Café

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