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Imagem de um cafezal

Potássio no café: importância de aplicação, sintomas de deficiência e recomendação

O potássio é o segundo nutriente mais exigido pelas plantas, perdendo apenas para o nitrogênio (N).

A forma absorvida pelas raízes das plantas é K+. Concentrações elevadas de Ca+2 e Mg+2 reduzem a absorção do potássio por inibição competitiva.

 

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Importância do potássio no café

O nutriente é importante para:

  • Ativação enzimática (muitas enzimas são dependentes do K para a sua atividade normal, atuando assim em processos de respiração, metabolismo de carboidratos, síntese de proteínas, entre outros;
  • Regulação osmótica (Abertura e fechamento dos estômatos);
  • Enchimento dos grãos (o potássio auxilia no transporte e armazenamento de carboidrato).

Cafeeiro bem nutrido

Foto: Larissa Cocato

Frutos de café bem nutridos

Foto: Larissa Cocato

Curso Gestão na Produção de Café Arábica

Deficiência de potássio no café

Devido à mobilidade do potássio nos tecidos, em condições de baixo suprimento de potássio no meio, esse nutriente é redistribuído das folhas mais velhas para as mais novas.

Dessa forma, os sintomas de deficiência de potásiso ocorrem primeiramente nas folhas mais velhas, com uma clorose, seguida de necrose nas pontas e margens das folhas.

Sintomas de deficiência de potássio na cultura do café

Fonte: Daniel Veiga

Recomendação de potássio no café

A recomendação deve ser feita com base no teor de potássio no solo e a expectativa para produção e vegetação.

Para a cultura do café, trabalhamos com cerca de 120 mg/dm3 de potássio no solo ou de 0,30 a 0,35 cmolc/dm3  no solo. Para calcular a dose recomendada para a cultura considerando a vegetação e produção, utilizamos a seguinte fórmula:

K (kg/ha) = (produção x 3) + (vegetação x 2,9)

Para o cálculo de adubação consideramos:

Adubação = Nível de segurança solo + Adubação para produção e vegetação

Cálculo para recomendação – Exemplo 1:

  • Teor de potássio no solo 90 mg/dm3
  • Produção esperada de 40 sacas/ha naquele ano agrícola e na safra seguinte de 25 sacas/ha.

120 mg/dm3 (quero atingir) – 90 mg/dm3 (tenho no solo) = 30 mg/dm3 (preciso aumentar no meu solo para manter o nível de segurança)

Para aumentar 1 cmolc/dm3 é necessário 942 Kg de K2O por hectare:

1 cmolc/dm3 de K ______ 942 Kg de K2O/ha

0,07 cmolc/dm3    ______     X

X = 65,9 Kg de K2O/ha

Cálculo para extração:

K (kg/ha) = (produção x 3) + (vegetação x 2,9)

K (kg/ha) = (40 sc x 3) + (25 sc x 2,9) = 120 + 72,5 = 192,5 kg de K2O por hectare

ADUBAÇÃO = 65,9 Kg de K2O/ha + 192,5 kg de K2O/ha = 258,4 kg de K2O/ha

Dessa forma, para a recomendação de adubação considerando esse solo que possui 90 mg/dm3 e uma produção esperada de 40 sacas/ha naquele ano agrícola e na safra seguinte de 25 sacas/ha, é calculado 258,4 kg de K2O/ha.

Cálculo para recomendação – Exemplo 2:

Se considerar a mesma produção esperada do exemplo anterior: produção esperada de 40 sacas/ha naquele ano agrícola e na safra seguinte de 25 sacas/ha. Mas considerar um teor de potássio no solo de 153 mg/dm3

Para esse exemplo, como o teor de potássio no solo está acima do nível de segurança, calculamos a quantidade recomendada para produção e vegetação e descontamos esses 30 mg/dm3 que estão a mais 153 mg/dm3 – 120 mg/dm3 = 33 mg/dm3

Cálculo para extração:

K (kg/ha) = (produção x 3) + (vegetação x 2,9)

K (kg/ha) = (40 sc x 3) + (25 sc x 2,9) = 120 + 72,5 = 192,5 kg de K2O por hectare

*Para aumentar 1 cmolc/dm3 é necessário 942 Kg de K2O por hectare:

1 cmolc/dm3 de K ______ 942 Kg de K2O/ha

0,08 cmolc/dm3    ______     X

X = 75,4 Kg de K2O/ha

ADUBAÇÃO = 192,5 kg de K2O por hectare(para produção e vegetação) – 75,4 Kg de K2O/ha (reserva do solo) = 117,1 Kg de K2O/ha.

Neste exemplo, devido ao maior teor de potássio presente no solo, descontamos o que está passando do nosso nível de segurança, e a recomendação é de 117,1 Kg de K2O/ha.

Fontes de potássio

Tabela com fontes de potássio

Das fontes citadas acima a mais utilizada é o cloreto de potássio devido ao seu menor custo quando comparado as outras fontes.

Importância do equilíbrio nutricional no solo

Deve-se ter no solo uma boa relação Ca:Mg:K sendo de 9:3:1 ou 25:5:1, a fim de que não haja problemas na absorção de nenhum desses nutrientes, considerando a importância de cada um deles no metabolismo das plantas.

Florada do café

Fonte: Larissa Cocato

Por isso, apesar de tentarmos sempre trabalhar com cerca 0,30 a 0,35 cmolc/dm3  no solo, é importante levar em consideração os níveis de cálcio e magnésio do solo e priorizar o equilíbrio nesses nutrientes:

Ex: Em um solo que possui 2,0 cmolc/dm3  de cálcio e 0,5 cmolc/dm3 de magnésio, deve-se buscar trabalhar com cerca de 0,20 – 0,25 cmolc/dm3  de potássio, a fim de respeitar esse equilíbrio entre eles.

Um ponto de atenção quando se refere a adubação na cafeicultura é a utilização intensiva do fertilizante formulado 20-00-20 (que contém: 20% de nitrogênio e 20% de potássio).

Isso porque, seu grande uso acarretou altos níveis de potássio em algumas áreas, dessa forma, podendo proporcionar inibição competitiva na absorção de cálcio e magnésio, nutrientes esses importantes na constituição da parede celular e na composição da molécula de clorofila.

Desta forma, deve-se atentar para o equilíbrio desses nutriente ao solo, evitando prejuízo ao metabolismo da planta.

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Parcelamento da adubação com potássio

Para a adubação com potássio, recomenda-se o parcelamento em pelo menos 3 vezes, podendo ser nos meses, novembro, dezembro e março, ou podendo variar de acordo com as condições de chuva.

Em solos arenosos, com baixa CTC, com chuvas intensas podem acarretar lixiviação desse nutriente, por isso, ressalta-se a importância de se parcelar essa adubação.

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Larissa Cocato - Coordenadora de Ensino Café

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