Do ponto de vista econômico, as tecnologias devem estar enquadradas no sistema produtivo de forma a elevar sua lucratividade.
Toda nova técnica apresenta um custo adicional por unidade produzida, e quando bem aplicada dilui gastos com serviços administrativos e jurídicos, impostos, depreciações de máquinas e equipamentos, aumentando a lucratividade da empresa.
A suplementação com energia e/ou proteína na produção de gado de corte pode ser estabelecida de acordo com o valor nutritivo da forragem, intimamente ligado à estratégia de manejo do pasto.
É importante destacar que o desempenho do gado de corte a pasto é limitado especialmente pela ingestão de nutrientes, determinada pela composição bromatológica e pelo consumo de forragem feito pelo animal.
Pesquisadores mostram que animais mantidos em pastagens tropicais durante a seca, com baixos teores proteicos e energéticos, recebendo apenas suplementação mineral, normalmente apresentam perda de peso durante esse período.
Nesse caso, o baixo teor de proteína na forragem limita a fermentação ruminal, a degradação da fração fibrosa do alimento e a ingestão de forragem.
O consumo de forragem de animais em pastagens é um processo complexo, afetado por diversos fatores, alguns relacionados ao animal em si, como sexo, peso e composição corporal, nível de produção e potencial genético e fatores relacionados à pastagem, como a disponibilidade de forragem, a estrutura do pasto, a composição bromatológica da forragem e, finalmente, a suplementação ou não com alimentos concentrados.
Animais mantidos exclusivamente em pastagens tropicais durante o período quente e chuvoso do ano apresentaram ganho de peso diário entre 0,500 e 0,890 kg cab-1, com médio ao redor de 0,700 kg cab-1, segundo uma pesquisa de Ramalho, em 2006 e Santos e colaboradores em 2007.
Dessa maneira, mesmo na estação chuvosa, com forragens apresentando maior qualidade quando comparada ao período seco do ano, os animais não conseguem expressar todo o potencial genético.
Muitas vezes, esse potencial é limitado pela falta de energia, e, também, por proteína, quando em pastagens mais pobres. A suplementação com concentrado pode constituir-se em ferramenta auxiliar para:
- Melhorar o desempenho individual dos animais;
- Aumentar a taxa de lotação dos pastos;
- Aumentar a produção total de carne por unidade de área;
- Melhorar a qualidade da carcaça obtida;
- Favorecer a preparação dos animais que serão terminados em confinamento, além de encurtar o período do mesmo.
Suplementação como ferramenta para a melhor utilização das forragens
Adotando a suplementação como ferramenta para a melhor utilização das forragens, pode-se manipular a dieta através de dois mecanismos: aumentando a taxa de digestão ruminal e/ou acelerando a taxa de passagem de componentes indigestíveis.
Porém, adequar níveis de proteína e energia que propicie maior crescimento microbiano e maior utilização da fibra é um grande desafio. Desafio este, que aumenta quando pensamos nas interações entre suplemento e forragem, dependente da quantidade e qualidade de forragem, quantidade e tipo de suplemento oferecido.
Em sistemas de produção já estabelecidos, a suplementação surge como uma ferramenta de auxílio às pastagens, visando produções compatíveis com a capacidade genética dos animais.
No entanto, é importante se atentar às estratégias compatíveis e adequadas para cada categoria animal, época e sistema, a fim de que não comprometa a eficiência econômica da propriedade. Uma alternativa para diminuir os custos adicionais com suplementação é a utilização de suplementos de baixo consumo.
Em uma pesquisa, novilhos Nelores foram suplementados com 1,5g/kg PV e o resultado foi melhor do que o obtido com animais suplementados apenas com sal mineral. Isso se deve ao fato de que nem sempre maiores resultados biológicos significam maiores respostas econômicas.
Ao avaliar o efeito da suplementação com sal mineral ou suplemento proteico, na época das águas, fornecido na quantidade de 1g/kg de peso corporal, estudiosos observaram diferença estatística nos ganhos médios diários, 0,630 e 0,812 kg/dia nos animais dos tratamentos com sal mineral e suplemento proteico, respectivamente.
Em outro estudo, foi testado o efeito da suplementação com mistura proteica energética fornecido na quantidade de 6g/kg PC contra um grupo controle e obteve-se resultados superiores nos animais que receberam suplementação (1,06 contra 0,77 kg/animal/dia).
As respostas à suplementação são maiores na época seca do ano, sendo principalmente devido a incrementos de 45 a 65% na taxa de degradação da fibra em detergente neutro potencialmente degradável da forragem de baixa qualidade, quando emprega-se suplementação exclusiva com compostos nitrogenados.
Assim, para manejar a nutrição dos animais de corte mantidos a pasto é importante conhecer a dinâmica do manejo das forragens, se atentar a qualidade e quantidade da forragem ofertada, e a interação com a quantidade e tipo de suplemento fornecido, de acordo com diferentes épocas do ano e metas a serem alcançadas.
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