Segundo a Embrapa, cerca de 95% da carne bovina produzida no Brasil é em regime de pastagens, cuja área total é de aproximadamente 163 milhões de hectares, de acordo com dados da ABIEC.
Entretanto, alguns desafios são vivenciados. As pastagens de forrageiras tropicais são encontradas constantemente em algum estágio de degradação e sendo pastejadas por um número elevado de animais.
Sendo assim, alguns indicadores podem e devem ser avaliados, tanto para comparação entre diferentes propriedades e sistemas quanto, principalmente, para auxiliar no manejo de pastagem, garantindo assim o equilíbrio entre quantidade correta de animal e de alimento. Um desses indicadores importantes é a taxa de lotação.
Você certamente já ouviu falar nesse tema, principalmente devido sua importância aqui no Brasil, onde a maioria dos sistemas de criação são a pasto.
Através desse indicador é possível avaliar a carga animal na área disponível de pasto e melhorar a eficiência produtiva, mas antes de tudo, precisamos esclarecer alguns termos.
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O que é a taxa de lotação?
A taxa de lotação é a relação entre o número de unidades animais (UA) e a área ocupada por eles durante um determinado período.
Por meio do resultado, você poderá definir o tipo de manejo mais adequado à propriedade e mensurar a demanda de alimento, visando assim o bom aproveitamento das pastagens.
Qual a importância de calcular a taxa de lotação?
Calcular este índice irá te auxiliar na escolha do manejo das pastagens, determinação da demanda de alimentos e aumento do desempenho animal, pois garante um melhor aproveitamento das pastagens pelos animais.
Outro ponto importante na avaliação da taxa de lotação é a comparação entre as propriedades. Sabe-se que propriedades mais eficientes que manejam bem suas pastagens e investem adequadamente na nutrição dos animais apresentam taxas de lotação superiores, permitindo assim ampliação e maximização dos resultados produtivos por hectare na fazenda.
Porém, antes de aprender a calcular esse índice para aplicar em sua propriedade, precisamos entender melhor o que é a capacidade de suporte.
Basicamente um índice está ligado a outro, pois a capacidade de suporte apontará a máxima taxa de lotação que aquela área irá suportar, garantindo o equilíbrio entre desempenho animal e disponibilidade de forragem.
Há inúmeras consequências de um pasto com a taxa de lotação inadequada, e por isso, é muito importante respeitar a capacidade de suporte de cada pasto.
Categorias de pastejo
No superpastejo, há excesso de animais na pastagem. Nesse caso eles ficam sob restrição alimentar, não realizam o pastejo de forma adequada, consomem pouco alimento e tornam a produção irregular, comprometendo o desenvolvimento da pastagem.
Além disso, o superpastejo suprime a forrageira diminuindo sua capacidade produtiva e permitindo a aparição de plantas daninhas, inicialmente, degradando as pastagens a médio e longo prazo.
No subpastejo, há sobra de forragem produzida, pois têm mais alimento do que o necessário para o número de animais naquela área, não tendo assim o bom aproveitamento da área, pois os animais irão pisotear a forragem causando desperdício. Além é claro do quanto você “deixa” de produzir ao não manejar adequadamente aquela área.
Enquanto o pastejo ótimo representa o uso de taxa de lotação compatível com a capacidade suporte e com o desempenho planejado para os animais. Ou seja, a quantidade de animais é ideal para a quantidade de pasto disponível para alimento, evitando desperdício e fornecendo bom aproveitamento.
A capacidade de suporte pode variar ao longo do ano, uma vez que, depende dos fatores climáticos, tipo de forrageira, solo da área e nível de intensificação.
Como calcular a taxa de lotação?
Para calcular esse índice você deve ter os seguintes dados:
- Nº de animais;
- Nº de UA;
- Nº de ha.
O primeiro passo é descobrir quantas UA, mas antes, vamos responder: por que utilizar UA para calcular a taxa de lotação?
Como forma de padronização, utiliza-se a UA para cálculo da taxa de lotação, pois existem diversas fases de vida que o animal pode estar à pasto, por exemplo, recria e engorda.
Contudo, esses animais podem apresentar pesos e consumos diferentes, assim, 1 UA = 450 kg de peso vivo animal.
Para saber quantas UAs você possui é só somar o peso médio dos animais que irão ocupar a área e dividir por 450 kg.
Por exemplo: Se tivermos uma área de 60 hectares, com 400 cabeças de animais desmamados pesando 210 kg, cada, a taxa de lotação será de 3,1 UAs por hectare.
400 animais x 210 kg = 84.000 kg
84.000 kg / 450 = 186,67 UAs
186,67 UAs / 60 ha = 3,1 UA/ha
Muito se ouve dizer que o número de animais/ha que uma pastagem suporta por um determinado período tem muito mais relação com a capacidade de produção da forrageira em questão, contudo, não podemos negar que a adequação à taxa de lotação é fundamental nesse processo.
Dessa forma, ajustando a taxa de lotação ao longo do ano é possível estabelecer uma melhor relação planta/ animal, melhorando assim os índices da fazenda.
O grande desafio da elevação da taxa de lotação média anual nas propriedades está diretamente relacionada à sazonalidade da produção forrageira.
Em meses chuvosos, propícios à produção de capim, há uma relativa facilidade de aumento na taxa de lotação, entretanto, nos períodos de estiagem a produção forrageira é comprometida, apresentando nesse período um desafio para manter a taxa de lotação.
Estratégias importantes para o aumento da capacidade de suporte que permitem o aumento da taxa de lotação
Por exemplo:
- Adubação das pastagens,
- Sistemas irrigados,
- Estratégias de suplementação, entre outros.
Essas estratégias podem ser utilizadas com intuito de elevar a lotação média da propriedade ao longo do ano, sem que haja a perda de eficiência produtiva por indivíduo.
Conclusão
A busca pelo sucesso dos resultados na pecuária passa, inevitavelmente, por dois pontos, primeiramente pela eficiência no manejo e aproveitamento das pastagens, depois pela maximização da produção nas áreas disponíveis para a bovinocultura.
Para se alcançar esses dois pontos é necessário, então, explorar ao máximo a capacidade de suporte da propriedade, aumentando a taxa de lotação média anual das fazendas. Produzindo cada vez mais em menor área.
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