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Vacas leiteiras sendo preparadas para aplicação do pré-dipping

Pré-dipping e pós-dipping: pontos de controle da qualidade do leite

A ocorrência de casos de mastite está diretamente relacionada à interação de fatores ambientais e práticas de manejo, ao agente causador de mastite e à capacidade da vaca em debelar o processo inflamatório e infeccioso.

Sendo assim, um dos pontos-chave no controle da mastite é a redução da exposição dos tetos a esses agentes.

Para que isso seja possível, é fundamental adotarmos medidas simples de higiene dos tetos, garantindo a adequada desinfecção antes e após a ordenha. Uma dessas medidas é a utilização das soluções desinfetantes de pré-dipping e pós-dipping.

Mas o que é o pré dipping e o pós-dipping? Quais as principais bases dessas soluções? Quais os principais pontos de atenção durante a utilização?

Copos Para Aplicação de Pré-dipping e Pós-dippingCopo sem retorno para aplicação de pré e pós-dipping. (Fonte: Gabriela Magioni – Equipe Leite Rehagro)

 

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Pré-dipping

O pré-dipping consiste em uma solução responsável pela desinfecção dos tetos antes da colocação das teteiras, reduzindo assim a contaminação da pele dos tetos e principalmente os casos de mastite por agentes ambientais.

Além disso, a higienização dos tetos antes da ordenha contribui para a qualidade higiênica do leite, sendo um fator importante na redução da CBT (contagem bacteriana total) do leite do tanque.

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Pontos de atenção

Para que a solução pré-dipping tenha a ação desinfetante esperada, é fundamental garantirmos alguns pontos:

  • A solução deve ser colocada em um copo sem retorno, evitando a contaminação da solução;
  • O copo do pré-dipping deve estar limpo;
  • A solução pré-dipping deve ser passada cobrindo todo o teto;
  • Os tetos muito sujos devem ser higienizados antes da utilização do pré-dipping para não perder seu efeito desinfetante;
  • O tempo de ação da solução nos tetos deve ser de pelo menos 30 segundos.

Além disso, é importante utilizarmos apenas produtos específicos que apresentem indicação para essa finalidade.

Outros produtos desinfetantes que não possuem recomendação para uso em rotina de ordenha podem comprometer a integridade física da pele dos tetos e aumentar o risco de mastite, além de não termos a garantia de eficácia do produto ou da possibilidade de resíduo no leite.

Outro ponto de atenção refere-se a produtos que necessitam de diluição. Nesses casos, devemos garantir que a diluição do produto seja feita corretamente e que a água utilizada para essa finalidade, seja de qualidade (potável). O não cumprimento desses itens irá comprometer a eficácia do produto.

Equipamentos para ordenhaLimpeza e organização dos utensílios e equipamentos antes da ordenha. (Fonte: Gabriela Magioni – Equipe Leite Rehagro)

 

Manual de controle da mastite

Princípios ativos

Os princípios ativos mais comuns utilizados em soluções pré-dipping são:

  • Iodo;
  • Hipoclorito de sódio;
  • Clorexidina;
  • Ácido lático;
  • Um ponto importante em relação ao hipoclorito de sódio é que a solução é bastante volátil, sendo necessário manter o galão com o produto bem vedado.

Outro aspecto relevante é não utilizar o hipoclorito de sódio que encontramos em supermercados, mais conhecido como água sanitária, pois além de não ter recomendação para utilização em ordenha, a água sanitária possui soda cáustica em sua composição, que também compromete de modo considerável a integridade dos tetos.

Pessoa fazendo aplicação de pré-dipping com copo sem retorno em uma vacaAplicação de pré-dipping com copo sem retorno. (Fonte: Gabriela Magioni – Equipe Leite Rehagro)

Pós-dipping

Durante a ordenha os tetos entram em contato com as mãos dos ordenhadores e teteiras contaminadas, que contribuem para a transmissão de mastite por agentes do tipo contagiosos.

Nesse sentido, precisamos garantir que os tetos após a ordenha também sejam desinfetados e com redução da carga de agentes causadores de mastite.

Para essa desinfecção utilizamos a solução pós-dipping. Essa medida possui efeito sobre a incidência de novos casos de mastite e CCS (contagem de células somáticas) do rebanho.

Outro benefício da solução pós-dipping é manter a pele dos tetos bem hidratada e íntegra, contribuindo para redução dos casos de mastite.

Assim como a solução pré-dipping, os pontos de atenção da solução pós-dipping incluem a higiene do copo sem retorno e garantir que o produto esteja cobrindo todo o teto.

Princípio ativo

O principal princípio ativo de soluções pós-dipping é o iodo, que possui atividade bactericida, fungicida e viricida, ressaltando a boa eficácia na prevenção de mastites contagiosas causadas por Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae.

Pessoa realizando a aplicação de pós-dipping com copo sem retorno em uma vacaAplicação de pós-dipping com copo sem retorno. (Fonte: Gabriela Magioni – Equipe Leite Rehagro)

Considerações finais

Considerando os prejuízos causados pela mastite, como gastos com medicamentos, descarte de leite e, principalmente, perda de produção, medidas de controle da mastite são fundamentais para a saúde do rebanho e rentabilidade da fazenda.

Com pequenos e simples ajustes na rotina de ordenha para garantir a correta desinfecção dos tetos antes e após a ordenha é possível produzir um leite de melhor qualidade e reduzir a incidência de mastite.

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Gabriela Magioni

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