Rehagro Blog

Como aumentar o lucro na pecuária leiteira? Saiba 4 dicas principais

Já de início, vale a pena ressaltar que não há fórmula mágica para obter lucratividade com a pecuária leiteira. O que há de fato, é um caminho que envolve muito trabalho e inúmeros desafios.

No entanto, algumas ferramentas, processos e premissas podem contribuir (e muito) para o planejamento da fazenda leiteira que objetiva o aumento do lucro da atividade.

Os resultados do negócio leite têm sido bem satisfatórios nos últimos tempos. É claro que há flutuações entre fazendas, havendo aquelas com ótimos retornos e aquelas que precisam ser mais eficientes para começar a verem o dinheiro da atividade sobrando no bolso.

A título de exemplificação, o benchmarking de 2021 das fazendas de pecuária leiteira atendidas pelo Rehagro, apresentou um lucro operacional médio de R$0,59/litro e R$12.587,00/ha/ano.

Esses mesmos resultados nas propriedades mais eficientes, foram de R$0,75 e R$21.637,00. Cerca de 413.000 litros de leite produzidos por dia e acompanhados pela consultoria do Rehagro, contribuíram para esses valores.

Confira algumas dicas que podem te auxiliar a otimizar os resultados em sua fazenda produtora de leite. Encarar a propriedade como uma empresa é o primeiro passo!

 

Sem tempo para ler agora? Baixe este artigo em PDF!


1. Como será a evolução do rebanho no futuro?

Ter controle do estoque de rebanho atual, bem como dos seus indicadores, é imprescindível para projetarmos como ele estará no próximo ano e daqui 2, 5 ou 10 anos.

  • Quantas vacas estarão em lactação ano a ano?
  • Você terá novilhas excedentes para vender e incrementar o caixa da fazenda?
  • Com o número de partos futuros, será necessário ajustar o bezerreiro ou a capacidade atual atenderá?

Todas essas e várias outras perguntas são respondidas pela evolução de rebanho, ferramenta de grande importância para a gestão e o planejamento da pecuária leiteira em qualquer propriedade.

A evolução de rebanho contempla todo o inventário de gado que a fazenda possui no presente, todas as categorias animais, seus indicadores zootécnicos e estipula metas coerentes e atingíveis para os anos seguintes. Sempre falamos que as metas pensadas devem ser conservadoras, com o “pé no chão”.

Imagine você considerar metas bastante otimistas para os indicadores na evolução de rebanho e ela projetar 300 vacas em lactação daqui 2 anos produzindo 30 kg de leite/dia e ao chegar no prazo estabelecido a fazenda possuir apenas 250 vacas em leite com média de 28 kg de leite/dia.

Esta situação não é muito agradável, certo? Mas imagine uma outra situação em que você trabalhe com metas mais moderadas e ao passarem 2 anos o seu rebanho conta com as mesmas 300 vacas em lactação e os 30 kg de leite/dia como média (ou quem sabe até mais!). Esta segunda condição é muito mais satisfatória, concorda?

A evolução de rebanho é um dos guias apoiadores na condução da fazenda leiteira e um dos pilares que sustentam o planejamento da propriedade. Se você quer aumentar o lucro da atividade, certamente deverá estipular metas para os indicadores zootécnicos e saber o comportamento futuro do rebanho através da evolução de rebanho.

Pós-Graduação em Pecuária Leiteira

2. Como fazer a fazenda leiteira ter capacidade de produzir toda comida do rebanho?

Uma frase que é certeira na pecuária leiteira é “o leite entra é pela boca”. Afinal, é necessário que se tenha comida para que a vaca possa produzir o leite. No entanto, é necessário que essa comida seja de qualidade e não apenas haja volume de alimento.

E é nessa situação que entra a outra dica de ferramenta capaz de aumentar o lucro de uma fazenda produtora de leite. O planejamento forrageiro.

Uma das bases do planejamento forrageiro é a evolução de rebanho. Mas por quê? Justamente porque precisamos saber qual o total de animais que a fazenda terá no próximo ano para calcularmos de quanto será a demanda por comida.

De forma resumida, devemos analisar de forma estratificada o número de animais por categoria, multiplicamos pelo consumo alimentar médio diário estimado por cabeça e logo em seguida multiplicamos pela quantidade de dias que teremos que alimentar esses animais. Ao final descobriremos o total de comida que será necessária para alimentar o rebanho. De forma rápida e simples, o raciocínio é nessa linha.

Vamos considerar que ao realizar esses cálculos você chegou à conclusão de que serão necessárias 3.720 toneladas de silagem de milho para alimentar o seu rebanho que é todo confinado, desde a recria com menos de 1 ano de idade até vacas em lactação e vacas secas.

A área de plantio disponível em sua fazenda é de 90 hectares e a produtividade média por hectare para silagem de milho dos últimos anos é de 40 toneladas de matéria natural. Logo, com esta produtividade e esta área de plantio, sua fazenda conseguirá produzir por volta de 3.600 toneladas de silagem de milho (90 hectares x 40 toneladas por hectare).

Ou seja, na situação atual a fazenda não conseguirá produzir toda a comida necessária para todo o ano. Neste caso, será necessário aumentar a área de plantio ou então aumentar a eficiência da lavoura e produzir mais toneladas de silagem por hectare.

Suponha que você identificou oportunidades na condução agronômica da lavoura em sua fazenda através de melhorias no manejo do solo e escolha mais adequada de híbridos e vislumbrou um aumento da produtividade para 55 toneladas de matéria natural de silagem de milho por hectare.

Com os mesmos 90 hectares e agora com uma nova produtividade, a fazenda conseguirá produzir 4.950 toneladas de silagem de milho, o que atende a demanda anual de comida do rebanho.

Nem toda silagem que é produzida, porém, é realmente aproveitada, pois ocorrem perdas do alimento ao longo de todo o processo de confecção e uso. Para silagens bem manejadas desde o plantio até a desensilagem, uma boa referência de perdas gira em torno de algo próximo a 15%.

Como a demanda de comida do rebanho no exemplo que estamos utilizando é de 3.720 toneladas, devemos acrescentar 15% de perda, o que dará mais 558 toneladas a mais que deverão ser produzidas para compensar as perdas. Isso resultará em uma quantidade total de silagem de 4.278 toneladas.

Veja que mesmo contabilizando as perdas, a capacidade de produção de comida da fazenda no segundo cenário será superior a demanda do rebanho. O planejamento forrageiro, quando bem construído e criticado, traz segurança à fazenda. Realizá-lo ano a ano com o apoio da evolução de rebanho é essencial.

Webinar Indicadores Zootécnicos na pecuária leiteira brasileira

3. Como será o comportamento financeiro da fazenda?

Muito provavelmente você já ouviu falar sobre o orçamento. Esta ferramenta é utilizada para planejar e estimar os gastos, as receitas, o capital disponível, as metas econômicas, as metas financeiras e as metas operacionais da propriedade para o ano seguinte ou que se inicia.

  • Quanto a fazenda produzirá de leite no ano?
  • Qual será o gasto previsto com manutenção de maquinários?
  • De quanto será o desembolso com a próxima safra?
  • Qual será a receita com a venda da recria excedente?

Sempre falamos que o orçamento deve ser o patrão da fazenda. Em outras palavras, sempre que houver a intenção de fazer um investimento para a atividade, por exemplo, devemos antes consultar o orçamento e avaliar se será possível realizá-lo naquele momento ou não.

Caso o investimento seja feito em uma ocasião inadequada, a saúde financeira da propriedade poderá ser comprometida. Por isso a importância de ter o orçamento como guia em todas as decisões da fazenda.

A precisão e a assertividade do orçamento dependem não somente da experiência de quem o faz. A obtenção de dados históricos confiáveis da fazenda também contribui para a qualidade do orçamento que é elaborado.

É claro que algumas informações são difíceis de prever, como por exemplo como será o comportamento do preço do leite vendido mês a mês ao longo do ano e quanto custará os principais insumos alimentares que serão utilizados na dieta dos animais. No entanto, a previsão de outros itens já possui maior domínio, como é o caso do gasto com maquinários.

Checar periodicamente o orçamento e compará-lo ao realizado na fazenda, permite a verificação de desvios em relação às metas e a identificação das possíveis causas. O ideal é que planos de ação sejam traçados, designando os responsáveis em cada etapa.

Vamos pensar em uma situação em que analisando o que foi planejado no orçamento e o que foi realizado, você identificou maior gasto com a manutenção de maquinários no mês de fevereiro. Ao apurar as possíveis causas, viu-se que esse aumento nos gastos foi devido a falta de manutenção preventiva no vagão misturador.

Dessa forma, você traçou um plano de ação para que o gerente da fazenda ficasse encarregado de contratar serviço de manutenção preventiva dos equipamentos para aumentar a vida útil e evitar gastos exorbitantes e imprevistos neste item.

Uma das grandes entregas da ferramenta de gestão orçamentária é justamente essa, fazer a fazenda andar nos trilhos conforme planejado, sendo lucrativa e resguardá-la de surpresas desagradáveis. Orçamento, evolução de rebanho e planejamento forrageiro devem andar lado a lado e de forma indissociável. Afinal, um depende do outro para o sucesso da propriedade.

4. Como realizar uma gestão por indicadores?

Resultados só podem ser mensurados e analisados através de indicadores.

Independente da área, Seja na pecuária leiteira ou em qualquer outra, de nada adianta realizar evolução de rebanho, planejar a produção de comida e fazer a gestão orçamentária se os indicadores não são calculados e analisados frequentemente.

A gestão por indicadores permite avaliar a eficiência da fazenda. E quando falamos em eficiência não estamos nos referindo apenas aos resultados de indicadores zootécnicos, como taxa de prenhez, taxa de mortalidade e contagem de células somáticas (CCS), por exemplo, por mais que eles sejam extremamente importantes.

O conceito de eficiência é mais amplo. A fazenda deve ter eficiência zootécnica, eficiência agrícola e eficiência de custos. Em outras palavras, a propriedade deve possuir bom desempenho dos animais, produção adequada de comida em quantidade e qualidade, além de comprar e utilizar bem os insumos, serviços, implementos etc.

Ser eficiente tecnicamente (zootécnico e agrícola) e ser eficiente nos custos são premissas básicas para alcançar maior lucratividade no leite.

Quanto maior a eficiência técnica, por exemplo, maior é o lucro operacional da fazenda. Querer aumentar o lucro na atividade leiteira sem realizar a gestão de indicadores é o mesmo que querer dirigir um carro sem o painel. Você o guiará sem saber qual a situação atual e sem saber se tem condições para chegar ao objetivo proposto.

Conclusão

A associação de ferramentas gerenciais como evolução de rebanho, planejamento forrageiro, orçamento e gestão por indicadores torna-se indispensável para a lucratividade na pecuária leiteira.

Saber planejar a atividade e criticar os processos é uma obrigação de todos que visam este objetivo em comum.

Aumente a produtividade, lucratividade e qualidade do leite!

Torne-se um especialista na gestão financeira da sua fazenda, melhore a eficiência dos custos, aumente a produtividade e eleve a qualidade do leite.

Conheça a Pós-Graduação em Pecuária Leiteira do Rehagro e descubra técnicas práticas e comprovadas que se encaixam na sua realidade. 

Aumente os lucros implementando pequenos ajustes na rotina da propriedade, sem altos investimentos. 

Comece hoje mesmo a construir resultados excepcionais! Não perca a oportunidade de impulsionar seus ganhos na produção de leite. 

Clique no link abaixo e saiba mais!

Banner Pós-graduação em Pecuária Leiteira

 

Bruno Guimarães

Comentar