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Cetose bovina - Bovinos leiteiros se alimentando em um cocho

Cetose bovina: o que é, principais causas, tratamento e como prevenir

A cetose bovina, também conhecida como acetonúria, hipoglicemia e acetonomia, é uma doença metabólica que afeta animais de alta produção, especialmente as vacas leiteiras.

O problema geralmente ocorre durante o período de transição, no qual a vaca passa por diversas mudanças metabólicas e hormonais.

Essa enfermidade causa grandes impactos na produtividade e na reprodução das fazendas, diminuindo consideravelmente a produção de leite. Além disso, há o aumento gradativo dos custos com sanidade.

Quer saber mais sobre essa doença? Leia o artigo abaixo e descubra as causas, os sintomas, o tratamento e a prevenção da cetose bovina!

 

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O que é cetose bovina?

A cetose é uma das principais doenças metabólicas das vacas leiteiras e geralmente acomete animais de alta produção no pós-parto. Ela acontece quando há um excesso na produção e concentração de corpos cetônicos na corrente sanguínea devido a uma maior exigência energética para produção de leite.

A alta demanda por energia num momento de redução do consumo e escassez de glicose causa um desequilíbrio chamado balanço energético negativo.

Na cetose primária esse déficit ocorre majoritariamente durante o período de transição, no qual o animal passa de não lactante gestante para lactante não gestante, nesse momento mudanças drásticas ocorrem no seu metabolismo.

Já nos quadros de cetose secundária, como o próprio nome diz, essa queda acentuada do apetite ocorre secundária a outras enfermidades. A vaca então passa a mobilizar tecido adiposo a fim de obter uma fonte alternativa de energia e como consequência há o aumento dos níveis séricos de ácidos graxos não-esterificados (AGNE) no sangue.

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Quais são os sintomas da cetose bovina?

A cetose pode se apresentar na forma clínica e na forma subclínica.

Na cetose clínica há perda de escore corporal, anorexia, prostração e queda na produção de leite. Além disso, fezes secas e odor de cetona no ar expirado, podem ser comumente observados.

Em alguns casos, o quadro clínico pode evoluir apresentando sinais nervosos como: tremores musculares, hiperexcitabilidade e incoordenação com ataxia dos membros posteriores.

Em casos de cetose subclínica, os níveis de corpos cetônicos no sangue e no leite estarão aumentados mesmo sem a apresentação da sintomatologia clínica. Nesse sentido, a concentração sérica igual ou superior a 1,2 mmol/L de beta hidroxibutirato já é um indicativo de cetose subclínica. 

A cetose subclínica gera grandes impactos produtivos e econômicos na fazenda, essa doença contribui para redução da imunidade dos animais e provoca ainda, mudanças drásticas no perfil hormonal da vaca.

Esses fatores podem ocasionar desde a redução de peso e da fertilidade dos animais, até enfermidades secundárias.

Quais são as causas da cetose?

O manejo nutricional é um ponto decisivo para ocorrência da enfermidade, a oferta de dietas desbalanceadas e manejos desalinhados podem favorecer a redução do consumo, contribuindo para o aparecimento da cetose. O estresse térmico e as condições ambientais também podem predispor a doença.

Além disso, outras afecções metabólicas durante o período de transição e não metabólicas, como problemas de casco, podem induzir a redução do consumo de alimentos, aumentando a predisposição do animal à cetose.

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Tratamento da cetose bovina

O tratamento da forma clínica da doença é sintomático, dessa forma é importante reverter o quadro hipoglicêmico com a administração de glicose via endovenosa – a glicose via oral deve ser evitada, pois é rapidamente fermentada no rúmen, produzindo precursores cetogênicos, o que agravaria o problema.

Além disso, a realização de um monitoramento da cetose pode auxiliar no tratamento profilático dos quadros subclínicos, para isso basta mensurar os níveis de BHBA (beta- hidroxibutirato).

Esse monitoramento pode ser realizado em medidores apropriados para este fim, aplicando uma amostra de sangue coletada da cauda dos animais.

Nas situações de cetose leve ou moderada, devemos oferecer quantidades elevadas de energia , como o propileno glicol, visando evitar a mobilização de gordura nas vacas.

O uso de drench em vacas recém paridas pode ser uma boa opção, essa administração oral forçada de nutrientes (drench), minimiza a deficiência energética, reidrata o animal e estimula a fermentação ruminal.

Prevenção da cetose bovina

A prevenção da cetose se inicia antes da secagem dos animais com a implementação de um manejo nutricional adequado e balanceado.

Nesse sentido, o fornecimento de forragens de boa qualidade e o uso de concentrados com alta palatabilidade, auxiliam na ingestão de nutrientes e consequentemente reduzem o dispêndio de reservas corporais.

A implementação de aditivos alimentares como os ionóforos, principalmente a monensina sódica, aumentam a eficiência ruminal e se tornam uma alternativa na prevenção da doença. Além disso, vitaminas do complexo B, podem reduzir a mobilização de gordura corporal durante o início da lactação e assim diminuir o balanço energético negativo, prevenindo enfermidades metabólicas.

A administração de gordura protegida com sais de cálcio (sem comprometer a ingestão de fibras), pode maximizar a densidade de energia na matéria seca consumida, contribuindo para redução do quadro de balanço energético negativo.

O monitoramento do escore de condição corporal (ECC), é uma boa ferramenta na avaliação da cobertura de gordura corporal da vaca, o ECC pode auxiliar na prevenção da enfermidade, servindo como termômetro do programa nutricional: o escore ótimo ao momento do parto é entre 3.0 – 3.50  (na escala que varia de 1-5).

Por fim, a promoção de um ambiente confortável, limpo e com temperatura amena também contribui para redução da incidência da doença na fazenda, afinal, vacas que não sofrem de estresse térmico durante o período seco possuem um  melhor uso da função hepática durante o início da lactação.

Prevenir é sempre a melhor opção, por isso lembre-se: o manejo nutricional balanceado é a chave para reduzir a ocorrência da cetose na sua fazenda.

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Bruno Guimarães

Brisa Sevidanes

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