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Ágio do bezerro: o que é e como calculá-lo?

A obtenção de bons resultados na pecuária de corte é diretamente dependente de boas e assertivas decisões tomadas ao longo do processo produtivo.

Independente da fase do sistema de produção trabalhado pelo produtor (cria, recria ou engorda), decisões como a escolha da genética a ser trabalhada, a escolha da suplementação alinhada aos objetivos produtivos, o acompanhamento e a eficiência das estratégias sanitárias, dentre outros fatores, irão impactar diretamente no resultado da atividade.

Alguns fatores, entretanto, extrapolam os impactos das decisões tomadas pela porteira adentro. Variações e estratégias políticas governamentais, por exemplo, impactam diretamente na atividade.

Com isso, ocorrem oscilações de mercado na reposição ou no preço de venda, afetando o resultado do negócio de forma direta.

Justamente esse último fator citado acima (variação do mercado), representa um grande impacto na apuração dos resultados da atividade. Mais do que a simples variação, o ágio da reposição tem uma representatividade significativa na rentabilidade das fazendas.

Mas afinal, o que significa ágio do bezerro e principalmente, como contornar os desafios proporcionados pelo do ágio?

O que é o ágio?

O ágio, de maneira bem objetiva, é a diferença entre o valor recebido pela arroba do animal vendido e o valor pago pela arroba do animal adquirido.

Para exemplificar, um produtor que trabalha apenas com recria, compra animais desmamados de 7 arrobas e vende esses animais como boi magro aos 420 quilos. No momento da compra, ele paga 300 reais (por exemplo) no valor da arroba do animal desmamado e quando vai vender esse animal para engorda ele recebe 260 reais (por exemplo) por arroba.

O ágio do bezerro é justamente a diferença de 40 reais, exemplificada acima (300-260), existente entre o preço da arroba da reposição e o preço da arroba vendida pelo recriador.

O ágio pode ser expresso de forma absoluta, 40 reais, como no exemplo, ou em termos percentuais.

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Como calcular o ágio do bezerro?

Outra forma de calcular o ágio é através da porcentagem:

Ágio = Preço da arroba de reposição / Preço de venda da arroba * 100%

ou

Ágio = Variação do preço da arroba (preço de compra – preço de venda) /Preço de venda da arroba * 100%

Em uma atividade em que os custos de produção elevados tornam as margens cada dia mais ajustadas, a eficiência na comercialização tanto na compra como na venda dos animais é imprescindível para a obtenção de resultados satisfatórios.

O ágio pode acontecer tanto para recriadores, como para quem trabalha apenas com engorda ou com recria e engorda, tendo-se uma diferença entre os valores de compra e de venda pela unidade produtiva, arroba, haverá a necessidade de avaliação do ágio independente da fase do sistema de produção trabalhada.

Além do ágio do bezerro, temos o deságio. Em definição, ele é o oposto do ágio e a lógica dos dois é a mesma, porém com direcionamento inverso. Quando o pecuarista compra a arroba com valor abaixo do valor de venda, chamamos de deságio.

Como obter lucro com essa atividade?

A resposta está justamente na capacidade e eficiência produtiva de uma arroba mais barata na fazenda. A mecânica da atividade é comprar e desenvolver os animais na propriedade, “colocando” mais arrobas nesses animais com um custo de produção mais baixo.

Produzir a arroba mais barata na propriedade, em menor espaço de tempo, permite a diluição do ágio.

Seguindo no mesmo exemplo citado no início do texto, da reposição de 7 arrobas adquirida por R$300,00/arroba e vendida como boi magro aos 14 arrobas, por R$300,00/arroba, é necessário que o custo das 7 arrobas produzidas na fazenda seja suficiente para pagar a diferença de preço das arrobas de compra e ainda remunerar o produtor.

Para isso, então, precisamos aumentar a eficiência na produção, maximizando a produção nos momentos de produção de arroba mais barata, pasto das águas, manejando corretamente as pastagens, posicionando uma suplementação ajustada ao planejamento produtivo e trabalhando com animais geneticamente superiores que respondam às estratégias nutricionais.

Toda a gestão dessa dinâmica, desde administrativa/financeira até a gestão das estratégias de condução das pastagens e distribuição da dieta dos animais, deve ser o foco da propriedade, visando sempre aumentar a produtividade por hectare e por animal.

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A otimização dos custos operacionais, como energia elétrica, óleo diesel, administrativo, entre outros, que são custos que não retornam em desempenho animal, devem sempre ser cuidadosamente avaliados com intuito de redução da arroba produzida na propriedade.

Outro ponto que possibilita a mitigação de riscos relacionados ao mercado é a possibilidade existente de se trabalhar com travas e contratos na bolsa de valores.

Com essa alternativa, é possível que o pecuarista minimize os impactos das oscilações de mercado e trabalhe focado cem por cento na atividade interna da fazenda, buscando sempre a produção de uma arroba mais barata, com a “garantia” do preço de venda já programado.

A busca por negócios mais atrativos, comprar barato e vender com preço justo, deve ser uma constante em nossa atividade, entretanto, aumentar a eficiência produtiva por área, e focar na produção de uma arroba mais barata dentro da fazenda, possibilitam resultados positivos mesmo em momentos desafiadores do mercado.

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