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Ração peletizada e ração farelada: você sabe as diferenças?

Sistemas mais econômicos e eficientes de criação de bovinos, com adoção de práticas de manejo e alimentação adequadas, podem possibilitar tanto a melhor criação das fêmeas de reposição, quanto para vacas em produção. A ingestão de matéria seca é o principal fator que afeta o desempenho animal, tornando-se um ponto crítico determinante dele.

Os ruminantes adaptam-se às diversas condições de alimentação, manejo e ambiente modificam os parâmetros do comportamento de ingestão para alcançar e manter determinado nível de consumo, compatível com as exigências nutricionais. Para se conseguir atingir estas exigências, a inclusão de alimentos concentrados implica na redução da proporção de volumosos na dieta.

Entretanto, com o aumento do teor de concentrados, podem aparecer distúrbios digestivos que comprometem a saúde animal, levando à redução do desempenho produtivo. 

Nesse texto iremos discutir sobre as principais diferenças entre as rações fareladas e peletizadas e também suas principais vantagens e desvantagens em relação a digestibilidade, manejo e custo. Além disso, iremos entender a relação que existe entre a digestibilidade no organismo animal e sua relação com a eficiência alimentar e o comportamento alimentar.

 

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Alimentação na pecuária leiteira

O avanço de técnicas de alimentação e manejo na pecuária leiteira tem levado criadores a buscarem alternativas economicamente viáveis para essa exploração. Normalmente, a alimentação constitui-se no principal custo de produção, variando de 50% a 70%, índice este que pode ser maior, ou menor, dependendo do sistema empregado. 

O termo processamento está associado com melhor eficiência de utilização de nutrientes tanto em animais para produção de carne como para produção de leite. A forma física do concentrado é um dos fatores que afetam seu consumo. A forma como uma ração é processada pode interferir na digestão dos animais. As rações fareladas e peletizadas são duas formas distintas de apresentar os alimentos na alimentação de bovinos leiteiros, cada uma com suas características e benefícios.

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Ração farelada

As rações fareladas consistem em uma mistura de ingredientes triturados em partículas pequenas, mantendo sua forma original. Essa textura permite uma rápida digestão e absorção dos nutrientes pelo animal, favorecendo a palatabilidade e estimulando o consumo. 

Dentre possíveis vantagens das rações fareladas, podemos citar o custo, que geralmente é menor em comparação a ração peletiza, pois ela requer menos processamento.  É um tipo de ração que se torna dificultoso a seleção de ingredientes pelos animais no momento de ingerir o concentrado, e além disso apresenta uma maior facilidade de mistura dos ingredientes que compõem a ração. 

Agora quanto às desvantagens, podemos ter em alguns casos uma maior chance de desperdícios, o armazenamento e manuseio é mais trabalhoso devido a textura solta, principalmente quando em condições de umidade elevada.

Ração farelada sendo oferta à bezerra

Ração farelada sendo ofertada a bezerras. Fonte: Acervo Rehagro

Ração peletizada

As rações peletizadas são produzidas por um processo de compactação dos ingredientes em pequenos pellets, conferindo uma forma mais uniforme e densa. Essa apresentação possui vantagem por reduzir o desperdício de alimentos, proporcionar maior facilidade de manejo e armazenamento, além de proporcionar uma liberação gradual dos nutrientes, promovendo uma digestão mais lenta e estável ao longo do tempo. 

Em contrapartida, quando pensamos em possíveis desvantagens desse tipo de ração, podemos citar principalmente o maior custo devido ao processo de peletização.

Estudos já demonstraram que concentrados que sofreram tratamento térmico, com ou sem aplicação de vapor, e na forma de “pellets”, podem aumentar a digestibilidade e estimular seu consumo, por aumentar o valor nutritivo da ração. 

Além disso, a ração peletizada, devido à sua granulometria, é de mais fácil apreensão por parte de bezerros, necessitando de um menor tempo para ser consumida quando comparada com a ração farelada, que, além da pulverulência, que pode prejudicar as vias respiratórias provocando tosse constante, possui apreensão mais demorada, necessitando, assim, de períodos mais prolongados de ingestão. Ainda, rações fareladas provocam menos estímulos físicos sobre o rúmen para a movimentação e ruminação quando comparados a rações peletizadas.

A escolha entre a ração farelada ou peletizada pode depender de vários fatores, incluindo a eficiência da alimentação, os hábitos de consumo dos animais e até mesmo a infraestrutura da fazenda.

Ração peletizada

Imagem de ração peletizada. Fonte: Ernesto Rodriguez

Processo de produção da ração peletizada e farelada

Na fábrica, tanto para a fabricação de rações fareladas ou peletizadas, a qualidade da mistura tem um impacto direto na qualidade da ração. É preciso observar, dessa forma, o tempo de mistura, assim como o volume que é adicionado ao misturador. Para isso é realizado o teste de homogeneidade

No caso da peletização, o processo ocorre após a mistura. Nesta etapa, por segurança, é primordial observar o vapor que é injetado, isso garantirá a durabilidade dos pellets, evitando pellets finos ou rações queimadas. Assim, há um nível melhor de qualidade refletindo diretamente na hora da alimentação do animal.

A ração com um pellet de boa qualidade, resistente, com tamanho padronizado garantirá que o animal comerá adequadamente. Por isso, o tamanho obtido com a peletização é muito relevante no momento de fabricação de rações em uma indústria. 

Embora tenha maiores benefícios, os custos com a peletização envolvem gastos com energia elétrica, mão-de-obra especializada, peças de reposição, manutenção, depreciação. Consequentemente a ração peletizada pode apresentar um custo maior podendo atingir até 50 % do custo da ração farelada, ambas com a mesma composição.

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Mas existem diferenças das rações no organismo do animal?

As diferenças entre ração farelada e peletizada no organismo nos bovinos podem afetar a digestibilidade, eficiência alimentar e até mesmo o comportamento animal. Dentre algumas diferenças, temos as principais: 

Digestibilidade

  • Ração farelada: como os ingredientes são moídos em tamanhos variados, alguns componentes podem ser mais facilmente digeridos do que outros. Isso pode resultar em uma digestibilidade variável dos nutrientes.
  • Ração peletizada: a compactação dos ingredientes em pellets pode resultar em uma digestibilidade mais consistente, pois o processamento dos ingredientes é feito de maneira uniforme. Isso pode levar a uma melhor utilização dos nutrientes da ração. 

Eficiência alimentar

  • Ração farelada: devido a possibilidade de seleção de ingredientes pelos animais, pode haver desperdício de nutrientes e uma eficiência alimentar reduzida em comparação a ração peletizada. 
  • Ração peletizada: como os pellets são menos susceptíveis à seleção de ingredientes, a eficiência alimentar pode ser melhor, com menos desperdício de nutrientes. 

Comportamento alimentar

  • Ração farelada: os bovinos têm capacidade de selecionar os ingredientes que preferem na ração, o que pode influenciar seu comportamento alimentar. Isso pode levar a uma maior variação na ingestão de nutrientes entre os animais e pode exigir um manejo mais cuidadoso para garantir uma dieta equilibrada. 
  • Ração peletizada: como os ingredientes são compactados em pellets, os animais têm menos oportunidade de selecionar ingredientes específicos. Isso pode resultar em um comportamento alimentar mais uniforme e previsível. 

Considerações finais

Em resumo, as diferenças entre ração farelada e peletizada no organismo dos bovinos estão relacionadas principalmente à digestibilidade, eficiência alimentar e comportamento alimentar.

A escolha entre os dois tipos de ração dependerá das necessidades específicas do rebanho, dos objetivos de produção, das práticas de manejo e dos recursos disponíveis na fazenda.

Além disso, sabendo que a dieta dos animais deve ser cuidadosamente balanceada, é importante deter de orientações com especialistas em nutrição animal para que seja determinado da melhor forma o tipo de ração e a formulação específica que é mais adequada para cada categoria animal do rebanho.

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