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Estádios fenológicos da soja: quais são e suas características

Mãos segurando grãos de soja

Você sabe identificar cada fase da soja? Este conhecimento permite uma decisão mais assertiva durante todo o processo produtivo, e isso reflete em uma maior qualidade da semente, consequentemente uma maior produtividade e mais lucro!

Por isso, reunimos neste texto um detalhamento dos estádios fenológicos da soja e, os momentos “chave” de maior sensibilidade a estresses hídricos, para realizar monitoramento/controle de pragas, doenças e plantas daninhas, visando altas produtividades e melhor utilização de recursos.

Períodos de desenvolvimento da soja

O desenvolvimento da soja pode ser dividido em dois momentos importantes:

  1. O período vegetativo (V), onde a planta está priorizando o seu crescimento e acúmulo de reservas.
  2. O período reprodutivo (R) onde as flores se desenvolvem e inicia-se a formação do produto de interesse: o grão.

 

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Estádio vegetativo (V)

O período vegetativo é subdivido e suas denominações podem ser com letras seguidas do (V) ou números.

Após a semeadura da cultivar de soja, bem como os tratos culturais necessários, como adubação potássica e o processo de embebição dessas sementes, dá-se início ao processo germinativo e ao período vegetativo, fique atento.

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Estádio VE

Período de emergência da plântula, onde os cotilédones ficam acima do solo, o que a caracteriza como germinação epígea. Neste momento, a presença de pombas na área pode levar a uma redução do estande. É um período crítico também ao ataque de patógenos e pragas de solo.

Período de emergência da plântulaFonte: Normam Neumaier

Estádio VC

Cotiledonar, onde os cotilédones se encontram totalmente desenvolvidos e completamente abertos, curvados para baixo e os bordos das folhas unifolioladas não mais se tocam. Esse período pode durar de 3 a 10 dias. Período crítico também ao ataque de patógenos e pragas de solo.

Período cotiledonarFonte: Normam Neumaier

Estádio V1

Completo desenvolvimento das folhas unifolioladas e a primeira folha trifoliolada com os bordos não mais se tocando. Caracterizado e identificado também pelo primeiro nó.

Nesta fase, os patógenos de solo e pragas como coleópteros podem afetar o estabelecimento da cultura.

Estágio V1 da sojaFonte: Normam Neumaier

Estádio V2

Pode ser definido como o segundo nó ou a segunda folha trifoliolada, em que os bordos não mais se tocam. Do estádio V1 ao V2, é que se dá o início da nodulação e o processo de Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN), portanto, neste momento deve ser observado de 4 a 8 nódulos por planta.

No estádio V2, o ataque de pragas e doenças de solo também devem ser monitorados e a partir daqui inicia-se o período de matocompetição, ou seja, plantas daninhas podem passar a competir com a soja por recursos (água, nutrientes e espaço).

Estádio V2 da sojaFonte: Normam Neumaier

Estádios V3 e V4 

A planta apresenta 3 nós e a terceira folha trifoliolada já se encontra com os bordos não mais se tocando e 4 nós e a quarta folha trifoliolada, com bordos não mais se tocando, respectivamente.

Neste período compreendido entre V3 e V4, a presença de nódulos deverá aumentar onde serão observados no mínimo 10 nódulos por planta.

Estágio V3 da soja

Estádio V5 

A planta apresenta 5 nós e, neste momento, define-se a partir de processos fisiológicos, o potencial de nós que a planta poderá ter. Cada nó será responsável por um ramo lateral, cujas vagens serão formadas, portanto, este período é importante para definição do potencial da cultura.

Estádio Vn

Enésimo nó, este é o estádio anterior ao surgimento de flores e entrada no período reprodutivo.

Estádio Reprodutivo (R)

Estádio R1

Início do florescimento, ao menos uma flor aberta em qualquer parte da haste principal.

Estágio R1 da sojaFontes: Danilo Estevão e IPNI

Estádio R2

Florescimento pleno e uma flor aberta em um dos 2 últimos nós do caule, com folha completamente desenvolvida.

No período compreendido entre R1 e R2, a planta se encontra mais sensível ao ataque de insetos praga, portanto, o monitoramento deve ser constante.

A partir de R2, inicia-se a rápida acumulação de matéria seca e de nutrientes na planta, sendo este, o período recomendado para fazer a coleta de folhas para análise dos teores de nutrientes foliares e avaliação da qualidade nutricional do solo.

Estágio R2 da sojaFontes: Danilo Estevão e IPNI

Estádio R3

Início do desenvolvimento das vagens, conhecido também como fase de canivetinho, onde as vagens apresentam até 5 mm de comprimento.

Este estádio é de grande importância para a definição de componentes de rendimento da planta, como número de vagens por planta. É também um período sensível às condições ambientais, onde o estresse hídrico pode causar abortamento de vagens.

Estágio R3 da sojaFontes: Danilo Estevão e IPNI

Estádio R4

Vagens completamente desenvolvidas e apresentando cerca de 2 cm de comprimento em um dos 4 últimos nós do caule, com folha completamente desenvolvida.

A partir desse estádio, até R5.5, ocorre rápida acumulação de matéria seca pelas vagens.

Estágio R4 da soja

Fontes: Danilo Estevão e IPNI

Estádio R5 

Início da formação e rápido enchimento dos grãos, onde ocorre redistribuição de matéria seca e nutrientes das partes vegetativas para os grãos.

O estádio fenológico da soja R5 é subdividido em 5 pontos, onde correspondem ao enchimento dos grãos até atingirem seu tamanho potencial. Ataques de sugadores como percevejos é um grande limitante para o potencial produtivo.

Quando os ataques são nos estádios iniciais de R5 pode não haver formação de grãos e nos estádios mais tardios de R5 poderá ocorrer a redução do tamanho e peso dos grãos. Além disso, condições de estresse também poderão reduzir o peso dos grãos.

Estádio R5 da soja

  • R5.1 – grãos perceptíveis ao tato, equivalente à 10% da granação;
  • R5.2 – Granação de 11 a 25%;
  • R.3 – Granação de 26 a 50%;
  • R5.4 – Granação de 51 a 75%;
  • R5.5 – Granação de 76 a 100%.

Estádio R6

Grão verde ou vagem cheia, nesta fase o grão ocupa toda a cavidade da vagem. O rápido amarelecimento das folhas (senescência) começa após este estádio e continua acentuadamente até R8.

Estádio R6 da sojaFonte: IPNI

Estádio R7

Início da maturação fisiológica dos grãos, neste período será observado ao menos uma vagem madura, localizada na haste principal, com coloração marrom ou palha.

A maturidade ocorre quando se cessa o acúmulo de matéria seca. Nesta fase, os grãos apresentam cerca de 60% de umidade e a partir daqui à umidade tende a cair.

Estádio R7 da sojaFonte: IPNI

Estádio R8 

Maturidade completa: neste período 95% das vagens encontram-se maduras e serão necessários cerca de 5 a 10 dias para que a umidade atinja 15% ou menos.

Desta forma, o momento de colheita dos grãos é crucial e a umidade adequada para esta tarefa é de 13%. Colheita com umidade pouco acima desse valor pode ser considerada, devendo lembrar que os custos com secagem para posterior armazenamento serão incluídos.

Dicas importantes para o momento da colheita para evitar perdas na lavoura e qualidade do grão:

  • Velocidade adequada;
  • Verificar abertura do côncavo da colhedora;
  • Avaliar velocidade do cilindro;
  • Aferir as peneiras e velocidade do ar de ventilação;
  • Regular altura de corte a fim de minimizar perdas.

Fique atento! Agora você já sabe todos os estádios fenológicos da soja, bem como as peculiaridades que podem acometer a lavoura em cada um deles.

No entanto, existem doenças, como a mancha-alvo, que podem aparecer em qualquer um desses estádios e é preciso ficar atento.

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