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Vagem da soja

Doenças da soja: conheça as principais e como controlá-las

As doenças se apresentam como um dos fatores preponderantes, visando o impedimento de atingir o potencial de produção da cultura da soja, que podem afetar desde a germinação até o final do enchimento de grãos.

As enfermidades podem ser causadas por fungos, bactérias, vírus e nematoides. Sua importância econômica varia de safra a safra e de região para região, dependendo das condições climáticas de cada safra. Suas perdas anuais são estimadas de 15 a 20%. Algumas doenças, entretanto, podem ocasionar perdas de até 100%.

O planejamento da safra deve levar em consideração as doenças mais comuns na região, época na qual ocorrem previsão climática e infraestrutura da propriedade.

 

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Deve-se evitar a introdução de doenças na área utilizando semente certificada – quando necessário tratadas com fungicidas. A época de semeadura pode significar em maior ou menor número de aplicações de fungicidas, em função da ocorrência da doença em relação ao estádio fenológico da cultura.

O complexo de doenças pode causar diversos danos à lavoura, prejudicando a qualidade dos grãos, tendo como principais problemas: desfolha precoce, tombamento de plantas, queda na produtividade, maturação precoce, redução da atividade fotossintética, redução da qualidade dos grãos e redução no estande de plantas.

Os fungicidas devem ser usados da maneira correta, com dose, época de aplicação e condições de aplicação que possibilitem o controle efetivo dos patógenos, sem o risco de selecionar populações resistentes a eles.

Principais doenças da soja

  • Antracnose;
  • Cancro da haste;
  • Doença de final de ciclo – DFC;
  • Ferrugem asiática;
  • Mancha-alvo;
  • Mancha olho-de-rã;
  • Míldio;
  • Mofo-branco;
  • Oídio;
  • Podridão vermelha da raiz;
  • Nematoide de cisto;
  • Nematoide das galhas;
  • Nematoide das lesões radiculares;
  • Nematoide da haste verde da soja.

1. Antracnose

  • Agente causador: Colletotrichum truncatum, C. sojae, C. plurivorum.

Sintomas

Na parte aérea das plantas, o principal sintoma é a queda e o apodrecimento de vagens. As vagens em início de formação, quando infectadas, adquirem coloração castanho-escura a negra, abortam a formação de grãos e ficam retorcidas.

No enchimento de grãos (R5 e R6), as lesões se iniciam por pontos encharcados (anasarca) e evoluem para manchas negras circulares. Os pontos escuros nas lesões são as estruturas de reprodução do fungo (acérvulos). Nas hastes, nos pecíolos e nos ramos florais, a doença se manifesta por manchas negras, ligeiramente deprimidas e brilhantes. Nas folhas, geralmente são observadas lesões necróticas pretas sobre as nervuras.

Condições favoráveis

Para germinar, o fungo precisa de, pelo menos, 12 horas de molhamento foliar, por isso a infecção ocorre em períodos chuvosos ou com alta umidade.

Disseminação

Deve-se evitar a introdução do fungo na área utilizando sementes sadias e/ou tratadas com fungicidas.

Manejo da antracnose

O controle da antracnose é mais eficiente com a adoção de medidas que afetam a sobrevivência do fungo e que evitam proporcionar condições favoráveis à infecção, como rotação de culturas, adubação adequada (principalmente com potássio), população de plantas adequadas a cultivar e manejo eficiente de pragas (principalmente percevejos) e de plantas invasoras.

2. Cancro da haste

  • Agente causador: Diaporthe aspalathi; D. caulivora.

Sintomas

As duas espécies de fungo causam sintomas nas hastes e nas folhas, que se iniciam por pequenos pontos negros que evoluem para lesões que se tornam castanho-avermelhadas a negras, alongadas e elípticas e adquirem coloração castanho-clara com bordas castanho-avermelhadas.

As lesões são profundas e a coloração da medula necrosada varia de castanho-avermelhada em planta ainda verde, a castanho-clara a arroxeada, em haste seca. As folhas ficam amareladas e com necrose entre as nervuras (folha carijó). As folhas permanecem presas à planta.

Condições favoráveis

Períodos prolongados de alta umidade favorecem a produção de estruturas reprodutivas, beneficiando a dispersão dos esporos e infecção.

Disseminação

Sobrevivem em restos culturais e são disseminadas por sementes contaminadas.

Manejo do cancro da haste

As medidas de controle são uso de cultivares resistentes (forma mais econômica e eficiente), tratamento de semente, rotação/sucessão de culturas, semeadura com maior espaçamento entre as linhas e entre as plantas e adubação equilibrada (principalmente com potássio).

3. Doença de final de ciclo – DFC

  • Agente causador
    • Crestamento foliar: Cercospora kikuchii;
    • Mancha-parda: Septoria glycines.

Sintomas

Cercospora kikuchii pode atacar folhas, pecíolos, hastes, vagens e sementes.

Nas folhas, os sintomas são caracterizados por pontuações escuras, castanho-avermelhadas, com bordas irregulares, as quais coalescem e formam grandes manchas escuras que resultam em crestamento e desfolha prematura, iniciando pelas folhas do terço superior da planta. Também pode ser observada necrose nas nervuras das folhas.

Nas hastes e nos pecíolos, o fungo causa manchas avermelhadas, geralmente superficiais. Quando a infecção ocorre na parte dos nós, o fungo pode penetrar na haste e causar necrose, de coloração avermelhada na medula.

Nas vagens, aparecem pontuações vermelhas, que evoluem para manchas castanho-avermelhadas. Por meio da vagem, o fungo atinge a semente e causa a mancha-púrpura no tegumento. É o fungo mais frequentemente encontrado em lotes de sementes, porém, não afeta a germinação.

Os primeiros sintomas da mancha-parda podem aparecer cerca de duas semanas após a emergência, como pequenas pontuações ou manchas de contornos angulares, castanho-avermelhadas, nas folhas unifolioladas.

Em situações favoráveis, a doença pode atingir as primeiras folhas trifolioladas e causar desfolha.

Os sintomas podem ocorrer com maior intensidade durante o enchimento de grãos, sendo caracterizados por pontuações pardas nas folhas, menores que 1 mm de diâmetro, as quais evoluem e formam manchas com halos amarelados e centro de contorno angular, de coloração castanha em ambas as faces, medindo até 4 mm de diâmetro.

Infecções severas, na fase de enchimento de vagens, podem causar desfolha e maturação precoce.

Condições favoráveis

Tempo chuvoso ou de alta umidade e temperatura.

Disseminação

Sobrevivem em restos culturais.

Manejo da mancha-parda e do crestamento foliar

Em razão da sobrevivência dos fungos nos restos culturais, a rotação de culturas é indicada para a redução do inóculo na área.

O controle deve ser feito se utilizando de semente livre dos patógenos, tratamento de semente e aplicações na parte aérea, com fungicidas – os mesmos utilizados para controle da ferrugem-asiática. Isolados de C. kikuchii, com resistência a fungicidas IQo (“estrobilurinas”) e MBC (benzimidazóis) têm sido obtidos de plantas e sementes de diferentes regiões produtoras.

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4. Ferrugem asiática

  • Agente causador: Phakopsora pachyrhizi.

Sintomas

Os sintomas da ferrugem-asiática podem ser observados em qualquer estádio de desenvolvimento da planta.

Os órgãos atacados são cotilédones, folhas e hastes, sendo nas folhas os sintomas característicos da doença.

Os sintomas nas folhas tendem a iniciar pelas folhas do terço inferior das plantas, sendo caracterizados por minúsculos pontos mais escuros do que o tecido sadio da folha, variando de coloração esverdeada a cinza-esverdeada, com correspondentes saliências (urédias) na face inferior da folha. Essas, abrem-se em um minúsculo poro, por onde são expelidos os uredosporos. As lesões tendem a apresentar formato angular, podendo atingir de 2 mm a 5 mm de diâmetro.

Condições favoráveis

A precipitação pluvial é um fator importante por causa da sua ação de deposição dos esporos, ao mesmo tempo em que promove condições de molhamento. Um mínimo de seis horas de molhamento sobre a superfície da folha é necessário para que ocorram infecções.

Disseminação

A disseminação dos esporos ocorre principalmente pelo vento.

Manejo da ferrugem asiática

As estratégias recomendadas para reduzir o risco de danos à cultura são:

  1. Eliminação de plantas voluntárias de soja e ausência de cultivo de soja na entressafra por meio do vazio sanitário (período de, no mínimo, 60 dias);
  2. Utilização de cultivares resistentes;
  3. Utilização de cultivares de ciclo precoce e semeaduras no início da época recomendada;
  4. Monitoramento da lavoura desde o início do desenvolvimento da cultura, intensificando no fechamento das entrelinhas, associado à utilização de fungicidas no aparecimento dos sintomas ou preventivamente.

Os fungicidas utilizados são misturas comerciais de inibidores de desmetilação (IDM ou “triazóis”), inibidores da quinona externa (“estrobilurinas”) e/ou inibidores da succinato desidrogenase (ISDH ou “carboxamidas”).

Esses são os chamados sítio-específicos, porque atuam em um ponto do metabolismo do fungo. Também têm sido utilizados os multi sítios, que atuam em mais de um ponto do metabolismo do fungo, à base de cobre, clorotalonil e mancozeb, associados aos sítio-específicos.

5. Mancha-alvo

  • Agente causador: Corynespora cassiicola.

Sintomas

Podem ser observados na folha, no caule, na vagem, na semente, no hipocótilo e nas raízes.

As lesões na folha iniciam por pontuações pardas, com halo amarelado, evoluindo para grandes manchas circulares, de coloração castanho-clara a castanho-escura, atingindo até 20 mm de diâmetro.

Geralmente, as manchas apresentam uma pontuação escura no centro, semelhante a um alvo. Plantas severamente infectadas desfolham precocemente. Manchas pardo-avermelhadas podem ser observadas nas nervuras das folhas na haste e nas vagens. As manchas nas vagens são geralmente circulares, de 1 mm de diâmetro e tecido deprimido, com centro escuro e margens amarronzadas.

Condições favoráveis

As condições que favorecem a doença são temperatura de 18ºC a 32ºC e alta umidade relativa.

Disseminação

O fungo C. cassiicola pode sobreviver em outras plantas, em restos de cultura e na forma de estrutura de resistência (clamidosporos) e na semente infectada.

Manejo da mancha-alvo

Para o controle da doença, é recomendado o uso de cultivares resistentes/tolerantes, tratamento de semente, rotação/sucessão de culturas com milho e outras espécies de gramíneas e controle químico com fungicidas.

Os fungicidas contendo os ingredientes ativos protioconazole e fluxapiroxade apresentaram maior eficiência de controle.

Pós-Graduação na Produção de Grãos

6. Mancha olho-de-rã

  • Agente causador: Cercospora sojina.

Sintomas

Essa doença pode atingir folha, haste, vagem e semente. Os sintomas iniciam com pontuações de encharcamento, que evoluem para manchas com centros de coloração castanho-claro na face superior da folha, e cinza, na inferior, com bordos castanho-avermelhados nas duas faces.

Condições favoráveis

As condições favoráveis à ocorrência da doença são temperatura e umidade altas.

Disseminação

O fungo pode ser disseminado por semente e pelo vento. Sobrevive em restos de cultura.

Manejo da mancha olho-de-rã

A doença é controlada pelo uso de cultivares resistentes, mas o tratamento de sementes é uma medida que deve ser adotada para evitar a reintrodução do fungo ou a introdução de novas raças de C. sojina.

7. Míldio

  • Agente causador: Peronospora manshurica.

Sintomas

Os sintomas nas folhas iniciam por lesões de 3 mm a 5 mm, verde-claras, que passam a amarelas e, mais tarde, o tecido necrosa. No verso dessas lesões, na face inferior da folha, aparecem as estruturas de frutificação do patógeno, de aspecto cotonoso e de coloração acinzentada.

Condições favoráveis

A infecção é favorecida por temperaturas amenas (20 °C a 22 °C) e umidade elevada.

Disseminação

O patógeno é introduzido na lavoura por sementes infectadas e por esporos disseminados pelo vento.

Manejo do míldio

Não há medidas de controle indicadas em razão da pouca importância econômica da doença.

8. Mofo-branco

  • Agente causador: Sclerotinia sclerotiorum.

Sintomas

Os primeiros sintomas são manchas aquosas, adquirindo coloração castanho-clara e desenvolvendo abundante formação de micélio branco e denso.

O fungo é capaz de infectar qualquer parte da planta, porém, as infecções iniciam com frequência a partir de flores, nas axilas das folhas e nos ramos laterais. Ocasionalmente, nas folhas, podem ser observadas murchas e secamentos. Em poucos dias, são formados os escleródios, estruturas negras e rígidas que podem permanecer viáveis no solo por até três anos.

Condições favoráveis

A fase mais vulnerável da planta vai do estádio da floração plena ao início da formação das vagens (R2 a R3). Escleródios caídos ao solo, sob alta umidade e temperaturas entre 10 ºC e 21 ºC, germinam, formando apotécios.

Os apotécios produzem ascosporos que são liberados ao ar, responsáveis pela infecção das plantas.

Disseminação

A introdução do fungo em uma lavoura ocorre primordialmente por meio de escleródios, que podem ser transportados por máquinas, equipamentos, caminhões e por sementes de diversas espécies, quando não são obedecidos os critérios de manejo durante a produção e o beneficiamento.

Manejo do mofo-branco

Deve-se realizar o manejo do mofo-branco pela integração de medidas de controle, tais como:

  • Utilização de sementes de boa qualidade e tratadas com fungicidas;
  • Formação de palhada para cobertura uniforme do solo, preferencialmente com gramíneas;
  • Rotação e/ou sucessão com culturas não hospedeiras;
  • Escolha de cultivares com arquitetura, que favoreça boa aeração entre as plantas (pouco ramificadas e com folhas pequenas) e com período mais curto de florescimento;
  • População de plantas e espaçamento entrelinhas adequados às cultivares;
  • Emprego de controle químico, com pulverizações foliares de fungicidas principalmente no início da floração até início da formação de vagens;
  • Emprego do controle biológico por meio de infestação do solo com agentes antagonistas;
  • Limpeza de máquinas e de equipamentos após utilização em área infestada para evitar a disseminação de escleródios.

9. Oídio

  • Agente causador: Erysiphe diffusa.

Sintomas

O sintoma característico é uma fina cobertura branca que pode ser em pequenos pontos ou cobrir toda a parte aérea da planta. Nas folhas, com o passar dos dias, a coloração branca muda para castanho-acinzentada, dando a aparência de sujeira em ambas as faces. Em infecções severas, as folhas podem secar e cair prematuramente.

Condições favoráveis

É favorecida por períodos de baixa umidade e de temperaturas amenas (18 °C a 24 °C).

Disseminação

A infecção pode ocorrer em qualquer estádio de desenvolvimento da planta, porém é mais visível no início da floração.

Manejo do oídio

O método mais eficiente de controle do oídio é o uso de cultivares resistentes, podendo ser controlado com uso de fungicidas.

10. Podridão vermelha da raiz

  • Agente causador: Fusarium brasiliense, F. crassistipitatum, F. tucumaniae.

Sintomas

O sintoma de infecção na raiz inicia com mancha avermelhada, mais visível na raiz principal, geralmente localizada 1 cm a 2 cm abaixo do nível do solo, circundando a raiz e passando da coloração vermelho-arroxeada para castanho-avermelhada a quase negra.

Essa necrose acentuada fica localizada no córtex, enquanto a medula da raiz adquire coloração, no máximo, castanho-clara, se estendendo pelo tecido lenhoso da haste a vários centímetros acima do nível do solo.

Condições favoráveis

Solos compactados, com acúmulo de água, favorecem a ocorrência da doença que aparece em reboleiras.

Manejo da podridão vermelha da raiz

Para o manejo da doença, é preciso evitar a semeadura em solos compactados e mal drenados e fazer rotação/sucessão de culturas com sorgo e trigo.

11. Nematoide de cisto

  • Agente causador: Heterodera glycines.

Sintomas

Penetra nas raízes da soja e dificulta a absorção de água e nutrientes, resultando em porte reduzido das plantas e clorose na parte aérea, daí a doença ser conhecida como nanismo amarelo da soja. Os sintomas aparecem em reboleiras, geralmente, próximas de estradas ou carreadores.

Em muitos casos, as plantas de soja acabam morrendo. Por outro lado, em regiões com solos mais férteis e com boa distribuição de chuva, os sintomas na parte aérea podem não se manifestar. Por isso, o diagnóstico definitivo exige sempre a observação do sistema radicular.

Na planta parasitada, o sistema radicular fica reduzido e apresenta, a partir dos 30-40 dias após a semeadura da soja, minúsculas fêmeas do nematoide, com formato de limão ligeiramente alongado e coloração branca.

Com o passar do tempo, a coloração vai mudando para amarelo, marrom claro e, finalmente, a fêmea morre e seu corpo se transforma em uma estrutura dura de coloração marrom-escura, denominada cisto, que se desprende da raiz e fica no solo.

Disseminação

A disseminação do NCS se dá, principalmente, pelo transporte de solo infestado. Isso pode ocorrer por meio de equipamentos agrícolas, de sementes mal beneficiadas que contenham partículas de solo, pelo vento, pela água e até por pássaros que, ao coletar alimentos do solo, podem ingerir junto os cistos.

Manejo do nematoide de cisto

Em áreas onde o nematoide de cisto foi identificado, o produtor tem que conviver com ele, uma vez que sua erradicação é praticamente impossível.

Algumas medidas ajudam a minimizar as perdas, destacando rotação de culturas com plantas não hospedeiras e uso de cultivares resistentes, sendo o ideal a combinação dos dois métodos.

12. Nematoide das galhas

  • Agente causador: Meloidogyne spp.

Sintomas

Nas raízes das plantas atacadas observam-se galhas em número e tamanho variados, dependendo da suscetibilidade da cultivar e da densidade populacional do nematoide no solo. No interior das galhas, estão localizadas as fêmeas do nematoide. Essas possuem coloração branco pérola e têm o formato de pera.

Condições favoráveis

Em anos em que acontecem veranicos na fase e enchimento de grãos, os danos tendem a ser maiores.

Disseminação

O cultivo prévio de espécies hospedeiras aumenta os danos na soja semeada na sequência. Da mesma forma, a presença de plantas daninhas na área também possibilita a reprodução e a sobrevivência do parasita.

Manejo do nematoide das galhas

A rotação/sucessão de culturas para o controle dos nematoides de galhas deve ser bem planejada, uma vez que a maioria das espécies cultivadas multiplica uma ou mais espécies de Meloidogyne.

13. Nematoide das lesões radiculares

  • Agente causador: Pratylenchus brachyurus.

Sintomas

As raízes das plantas parasitadas se apresentam, parcial ou totalmente, escurecidas, em consequência do ataque às células do parênquima cortical, onde o patógeno injeta toxinas durante o processo de alimentação. A movimentação do nematoide na raiz também desorganiza e destrói células.

Disseminação

Pratylenchus brachyurus também pode parasitar aveia, milho, milheto, girassol, cana-de-açúcar, algodão, amendoim, entre outras, alguns adubos verdes e a maioria das plantas daninhas, o que dificulta a escolha de espécies vegetais para inclusão na rotação/sucessão com a soja.

E existe diferença entre e dentro de espécies vegetais, com relação à capacidade de multiplicar o nematoide.

Manejo do nematoide das lesões radiculares

Espécies resistentes, ou seja, com fatores de reprodução (FR)<1,0, como em algumas crotalárias, devem ser preferidas para semeadura nas áreas infestadas.

Na ausência de espécies vegetais resistentes, o agricultor deve optar por semear genótipos com FR menores, ou seja, que multipliquem menos o nematoide, como por exemplo, alguns híbridos de milheto ou sorgo.

14. Nematoide da haste verde da soja

  • Agente causador: Aphelenchoides besseyi.

Sintomas

As plantas apresentam folhas com coloração verde mais escuro, menor pilosidade, afilamento e embolhamento no limbo foliar. Podem ocorrer, também, lesões necróticas angulares de coloração pardo-avermelhada a marrom.

Condições favoráveis

Os nematoides podem sobreviver no solo ou em restos culturais e migram para a parte aérea das plantas, em períodos com chuvas frequentes e temperaturas médias acima de 28 °C.

Disseminação

A disseminação ocorre pelo contato entre folhas doentes e sadias na presença de água da chuva ou de orvalho ou de irrigação. Durante a colheita pode haver dispersão do nematoide por meio de resíduos de plantas doentes expelidos pelas colhedoras.

Manejo do nematoide da haste verde da soja

Semeadura da soja sobre palhada de plantas completamente mortas (dessecação com 15 a 20 dias de antecedência), o controle de plantas daninhas logo no início do desenvolvimento da soja, em pós-emergência, cultivar milho em segunda safra, quando possível, e evitar a sucessão da soja com outras plantas hospedeiras.

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Alessandro Alvarenga

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