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Corda-de-viola: saiba como controlar essa planta daninha 

Planta daninha - Corda-de-viola

A presença de plantas daninhas nas lavouras é um dos grandes desafios enfrentados por engenheiros agrônomos e produtores rurais, especialmente na produção de grãos. Entre as espécies que mais preocupam, destaca-se a corda-de-viola, um grupo de plantas trepadeiras do gênero Ipomoea, conhecido por seu crescimento agressivo e capacidade de comprometer o rendimento das culturas agrícolas.

Essa planta daninha interfere diretamente no desenvolvimento das lavouras ao competir por recursos essenciais como água, luz e nutrientes. Além disso, sua presença pode dificultar as operações de colheita, aumentar os custos de manejo e reduzir a produtividade das plantações.

O controle eficaz da corda-de-viola exige uma abordagem estratégica e integrada, combinando práticas culturais, químicas e mecânicas. Compreender a biologia dessa planta e as melhores formas de manejá-la é essencial para minimizar seus impactos na produção de grãos e garantir uma lavoura mais eficiente e rentável.

 

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Características e biologia da corda-de-viola

A corda-de-viola pertence ao gênero Ipomoea e inclui diversas espécies que se destacam como plantas daninhas na produção agrícola. Seu crescimento acelerado e capacidade de dispersão fazem dela um grande desafio para a produtividade das lavouras.

Dispersão e crescimento

A propagação da corda-de-viola ocorre predominantemente por sementes, que podem permanecer viáveis no solo por anos. Além disso, fatores como disseminação pelo vento, água e máquinas agrícolas favorecem sua rápida disseminação nas áreas cultiváveis.

O crescimento da planta é favorecido por altas temperaturas e alta umidade, sendo comum em regiões tropicais e subtropicais. Seu rápido estabelecimento permite que ela se enrole nas culturas agrícolas, dificultando a aplicação efetiva de defensivos e a colheita.

Fatores que favorecem a infestação

  • Plantio direto sem rotação de culturas.
  • Falhas no controle químico.
  • Condições climáticas favoráveis, como chuvas frequentes.
  • Presença de áreas infestadas próximas à lavoura.

O conhecimento dessas características é essencial para traçar estratégias de controle mais eficientes. No próximo tópico, abordaremos os danos causados pela corda-de-viola nas lavouras e seus impactos na produtividade.

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Danos causados pela corda-de-viola nas lavouras

A presença da corda-de-viola nas lavouras pode gerar diversos impactos negativos, comprometendo a produtividade e aumentando os custos de manejo. Seu crescimento rápido e hábito trepador dificultam o desenvolvimento das culturas agrícolas.

1. Competição por recursos essenciais

A corda-de-viola compete diretamente com as culturas agrícolas por água, luz e nutrientes, reduzindo o crescimento das plantas cultivadas e comprometendo seu potencial produtivo. Esse efeito é mais intenso em lavouras com altas infestações, onde a competição se torna mais severa.

2. Interferência no crescimento e no ciclo da cultura

Ao se enroscar nas plantas, a corda-de-viola prejudica seu crescimento e pode levar ao tombamento das culturas, especialmente em lavouras de soja, milho e algodão. Essa interferência impacta a fotossíntese, por cobrir a área foliar da cultura, reduzindo a capacidade produtiva da lavoura.

3. Dificuldade na colheita e aumento de custos operacionais

A presença da corda-de-viola pode dificultar a passagem de máquinas agrícolas, como colheitadeiras, devido ao seu hábito trepador e emaranhado sobre a cultura. Isso pode levar a:

  • Redução da eficiência da colheita devido ao acúmulo de plantas na máquina.
  • Maior desgaste e manutenção dos equipamentos, aumentando os custos operacionais.
  • Maior tempo de colheita, impactando diretamente a produtividade e logística da lavoura.

4. Possíveis impactos na qualidade dos grãos

Em algumas situações, restos da planta podem ser misturados aos grãos durante a colheita, impactando a qualidade do produto final. Além disso, sementes de corda-de-viola podem contaminar lotes de grãos, tornando-se um problema para armazenamento e comercialização.

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Métodos de controle da corda-de-viola

O controle eficaz da corda-de-viola exige uma abordagem integrada, combinando diferentes métodos para reduzir sua incidência e minimizar os impactos na produção de grãos. As principais estratégias incluem o controle cultural, mecânico e químico.

1. Controle cultural

O manejo cultural é uma das formas mais sustentáveis e preventivas de controle, pois reduz a infestação da corda-de-viola. Algumas práticas recomendadas incluem:

  • Rotação de culturas: Alternar culturas com diferentes ciclos de crescimento e arquitetura vegetal dificulta o estabelecimento da planta daninha, além de permitir rotacionar grupos químicos de herbicidas para o controle.
  • Cobertura do solo: Plantas de cobertura, como braquiária e crotalária, ajudam a competir com a corda-de-viola, limitando sua germinação e crescimento.
  • Uso de sementes certificadas: Evita a introdução da planta daninha na lavoura.
  • Densidade adequada de plantio: Culturas bem implantadas cobrem o solo mais rapidamente, reduzindo espaços para a emergência da corda-de-viola.

2. Controle mecânico

O controle mecânico pode ser útil em áreas com infestação localizada, mas apresenta algumas limitações. As principais técnicas incluem:

  • Capina manual: Pode ser utilizada em pequenas áreas, mas é trabalhosa e de difícil aplicação em grandes lavouras.
  • Gradagem e aração: Movimentação do solo pode enterrar sementes, reduzindo sua germinação. No entanto, pode expor sementes dormentes ao solo, favorecendo novas infestações.

3. Controle químico

O uso de herbicidas é uma das estratégias mais eficazes para o controle da corda-de-viola, especialmente em áreas de grande extensão. Os principais aspectos a considerar são:

  • Herbicidas pré-emergentes: Aplicados antes da germinação da planta, ajudam a reduzir novas infestações. Exemplos: flumioxazin, diclosulam e sulfentrazona.
  • Herbicidas pós-emergentes: Aplicados sobre a planta já desenvolvida. Exemplos: glyphosate (para culturas transgênicas) e herbicidas inibidores da ALS (como clorimurom, carfentrazona e imazetapir).
  • Momento ideal de aplicação: O controle químico é mais eficaz quando a planta ainda está no estágio inicial de crescimento, antes de se enroscar nas culturas agrícolas.

Tendências e inovações no controle da corda-de-viola

A evolução da tecnologia tem proporcionado novas abordagens para o controle da corda-de-viola, tornando o manejo mais eficiente e sustentável.

Entre as principais inovações, destacam-se novos herbicidas, o uso de drones e inteligência artificial, além dos avanços na biotecnologia.

1. Novos herbicidas e tecnologias de aplicação

O desenvolvimento de herbicidas seletivos e de ação prolongada tem sido um dos focos da indústria agroquímica. Algumas tendências incluem:

  • Herbicidas com novos mecanismos de ação: Para evitar resistência, pesquisadores trabalham no desenvolvimento de moléculas que atuam em diferentes processos fisiológicos da planta.
  • Formulações mais eficientes: Novos adjuvantes e tecnologias de pulverização permitem melhor absorção dos produtos, reduzindo perdas e impacto ambiental.
  • Uso de herbicidas pré-emergentes em misturas: A combinação de ativos com diferentes modos de ação tem mostrado bons resultados na redução da emergência da corda-de-viola.

2. Drones e inteligência artificial para monitoramento e controle

O uso de drones e sensores remotos têm revolucionado o monitoramento da infestação de plantas daninhas, permitindo:

  • Mapeamento preciso das áreas infestadas, otimizando a aplicação de herbicidas apenas onde necessário.
  • Redução no uso de defensivos, minimizando custos e impactos ambientais.
  • Monitoramento contínuo, com dados em tempo real sobre a evolução da infestação.

Além disso, a inteligência artificial tem sido utilizada para identificar a corda-de-viola por meio de imagens de satélite e aprendizado de máquina, auxiliando os engenheiros agrônomos na tomada de decisão.

3. Biotecnologia e resistência de culturas

Pesquisas em biotecnologia agrícola buscam desenvolver culturas mais resistentes à interferência de plantas daninhas. Algumas inovações incluem:

  • Culturas transgênicas resistentes a herbicidas mais eficazes, permitindo o controle seletivo da corda-de-viola.
  • Modificação genética para aumentar a competitividade das plantas cultivadas, reduzindo o impacto das daninhas.
  • Novos bio-herbicidas à base de microrganismos que atacam seletivamente a corda-de-viola, reduzindo a necessidade de químicos sintéticos.

4. Automação e robótica no controle de plantas daninhas

Outra tendência emergente é o uso de máquinas agrícolas autônomas equipadas com sensores de reconhecimento de plantas daninhas. Esses equipamentos permitem:

  • Aplicação precisa de herbicidas apenas onde há infestação.
  • Remoção mecânica da corda-de-viola sem danificar as culturas.
  • Maior eficiência no manejo e menor dependência de mão de obra.

Conclusão

A corda-de-viola continua sendo um dos principais desafios no manejo de plantas daninhas na produção de grãos. Seu rápido crescimento e resistência a métodos convencionais exigem uma abordagem integrada, combinando controle cultural, mecânico e químico.

O avanço das novas tecnologias, como drones, inteligência artificial e biotecnologia, tem proporcionado estratégias mais eficientes e sustentáveis para minimizar os impactos dessa planta daninha.

No entanto, a chave para o sucesso está no manejo preventivo e integrado, evitando a disseminação da corda-de-viola e garantindo a máxima produtividade das lavouras.

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Autoria: Equipe Grãos Rehagro

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