Na cultura da soja se destaca a necessidade de efetuar o controle de plantas daninhas, uma vez que estas causam perdas significativas na produtividade da cultura, conforme a espécie, a densidade e a distribuição na lavoura.
A eliminação das plantas daninhas antes da semeadura da cultura é dependente da ação eficiente dos herbicidas.
O manejo em pré-semeadura ou “dessecação” é fundamental para um bom desenvolvimento das lavouras. A eliminação das plantas daninhas, antes da semeadura, permite que a cultura tenha um desenvolvimento inicial rápido e vigoroso.
A literatura tem demonstrado que aplicações sequenciais, que introduzem antecipadamente herbicidas sistêmicos, tais como glyphosate e 2,4-D, e após 15 a 20 dias, na véspera ou na data da semeadura, herbicidas de contato, como paraquat, paraquat em mistura com diuron, diquat e flumioxazin, proporcionam maior eficiência no controle das plantas daninhas.
A utilização isolada do glyphosate já não é mais garantia de uma boa dessecação.
Plantas daninhas resistentes ou com tolerância a este herbicida, como a buva, o capim amargoso e o capim pé-de-galinha já são responsáveis pela utilização de outros herbicidas nas áreas cultivadas com soja no Brasil. Além disso, existem atualmente 41 casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas no país.
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O que é a vassourinha de botão?
A planta daninha vassourinha de botão (Spermacoce sp.) é uma espécie dentro da família Rubiaceae, nativa da América Tropical, introduzida em outras regiões do mundo.
Sua reprodução é exclusiva por sementes, a via fotossintética provável é a do tipo C3 e o ciclo de vida é classificado como perene simples.
As sementes são do tipo fotoblásticas positivas preferenciais e as temperaturas que promovem maior germinação estão entre 20 e 35°C, além disso, a dinâmica populacional da planta é influenciada por elevadas temperaturas (acima de 25 °C) e condições de luminosidade de 12 horas diárias. As estruturas reprodutivas são produzidas em grande quantidade sendo de fácil dispersão.
A vassourinha de botão é uma espécie que apresenta biótipos tolerantes ao glyphosate, e que estão amplamente distribuídos nas lavouras brasileiras. É uma espécie capaz de formar grandes infestações e interferir negativamente em culturas agrícolas e pastagens por meio da competição por nutrientes.
Como controlar a vassourinha de botão?
As plantas daninhas competem com a cultura da soja pelos recursos, competição essa que é importante por poder afetar o desenvolvimento da cultura causando perdas na produtividade, redução na qualidade dos grãos, maturação desuniforme e até inviabilização da colheita.
O manejo dessas plantas daninhas, como a vassourinha de botão, consiste em suprimir o crescimento ou a densidade de indivíduos até níveis aceitáveis, não ocasionando prejuízos para a cultura principal.
Existem diferentes métodos para controle de plantas daninhas, sendo o controle químico, principalmente na cultura da soja, o mais utilizado.
Entre os mecanismos de ação utilizados para controle de plantas daninhas dicotiledôneas, se destacam os Inibidores da 5-enolpiruvilchiquimato-3-fosfato sintase (EPSPS), inibidores da enzima protoporfirinogênio oxidase (PROTOX), Mimetizadores de Auxina (AUXINA), Inibidores do Fotossistema I e II (FSI e FSII) e Inidores da Acetolactato Sintase (ALS).
Os herbicidas são a principal e mais eficiente ferramenta usada para controle de plantas daninhas na cultura da soja.
O uso desses produtos em pré ou pós-emergência, combinados com outras práticas de manejo, são suficientes para garantir vantagem competitiva para a soja nos estádios iniciais e mesmo durante todo o ciclo. Entre as vantagens do controle químico, podem ser destacadas a eficiência; praticidade e rapidez na operação.
Existem diversas plantas daninhas que apresentam difícil controle. Nesse quesito tem destaque a vassourinha-de-botão, espécie vem se tornando problema em várias áreas por apresentar difícil controle, já que os herbicidas utilizados no manejo da lavoura não estão apresentando bom percentual de controle, principalmente o glyphosate, herbicida do qual a planta é considerada tolerante.
Em condições de campo, consultores e produtores relatam bons resultados de controle de Spermacoce sp. com aplicações de herbicidas que agem na PROTOX.
Esse mecanismo contém os herbicidas tidos como mais eficazes para controle de vassourinha de botão com tolerância ao glyphosate. No caso de vassourinha de botão, os mecanismos de tolerância são relacionados com baixa translocação de herbicidas nas plantas.
A competição com plantas de vassourinha de botão durante todo ciclo da soja ocasiona reduções nos índices produtivos, fitomassa da planta e produtividade de grãos da cultura.
Cada planta de vassourinha-de-botão em competição com a cultura da soja durante todo ciclo é capaz de reduzir a produtividade da soja em 1,3 a 4,2%, equivalente a 0,8 a 2,6 sacas de 60 kg por hectare.
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