O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma planta perene com alta capacidade de dispersão pelo vento e com excelente adaptabilidade as diferentes regiões brasileiras.
Além destas características que o fazem ser uma planta de difícil controle, o mesmo apresenta biotipos resistentes à molécula de glifosato dificultando ainda mais seu manejo.
A buva (Conyza spp.), também é uma planta daninha que apresenta resistência ao glifosato, com elevada adaptação aos sistemas produtivos e alta produção de sementes.
Conteúdo
Quais são as características da buva e do capim-amargoso?
O capim-amargoso é uma planta perene com capacidade de formar perfilhos, possui um sistema radicular composto por rizomas curtos que acumulam grandes quantidades de amido.
- Ciclo longo, podendo passar os 2 anos;
- Sua reprodução é facilitada, já que pode ser tanto por rizoma, quanto semente;
- Alta proliferação reprodutiva: além de produzir em torno de 1000 sementes, se dispersa facilmente pelo vento. Dentre outras.
Planta adulta de capim-amargoso.
Inflorescência tipo panícula do capim-amargo.
A buva é uma planta anual com alta produção de sementes, podendo chegar a 200 mil sementes por planta, apresenta formato piramidal e germina muito bem no período de entressafra, sendo esse um bom momento para controle.
Planta adulta de buva
Buva e plantio direto: por que temos menor ocorrência?
Podemos classificar as sementes como fotoblásticas positivas (necessitam de luz para germinar) ou fotoblásticas negativas (não precisam de luz para germinar).
A buva é uma espécie fotoblástica positiva, com isso, a adoção do sistema de plantio direto reduz a ocorrência desta planta daninha, pois a palhada formada sob o solo impede a passagem de luz, impossibilitando a germinação.
Por isso, é muito importante colocar palha no sistema utilizando espécies com potencial para tal função, por exemplo, a braquiária.
Como evitar o surgimento de novos biotipos de capim-amargoso e buva?
Para impedir o surgimento de plantas daninhas resistentes a moléculas de herbicidas, é preciso adotar a rotação de princípios ativos de herbicidas, pois, desta forma se reduz a pressão de seleção.
Neste tipo de rotação, é recomendado que se utilize princípios ativos com diferentes mecanismos de ação, por isso a importância de se buscar acompanhamento técnico para melhor posicionamento de produtos.
Controle do capim-amargoso e buva
As plantas de capim-amargoso apresentam maior sensibilidade a herbicidas nos estádios iniciais de desenvolvimento, desta forma, é preciso evitar que a planta se estabeleça e comece a formar rizomas e grandes touceiras.
Os herbicidas são muito eficientes quando as plantas apresentam entre 3 e 4 folhas, quando se inicia o perfilhamento, ou no rebrote a eficiência reduz muito, esta é ainda menor quando se forma touceiras.
Para fazer o controle químico destas plantas infestantes, é preciso fazer um levantamento da incidência destas plantas avaliando o estádio fenológico.
Abaixo são apresentados alguns ingredientes ativos que podem ser utilizados para o controle destas daninhas em estádio inicial de desenvolvimento (entre 2 e 4 folhas).
Ingredientes ativos utilizados para controle de capim-amargoso e buva.
É preciso realizar aplicações sequenciais para controle de capim-amargoso e buva?
A aplicação sequencial depende do nível de infestação destas plantas daninhas. Se o manejo não foi realizado de maneira correta na entressafra, as aplicações sequenciais podem ser uma boa alternativa para o controle, podendo ser feita a dessecação e após 10 dias mais uma aplicação.
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é possivel utilizar estes herbicidas contra o amargoso em pasto de braquiaria? se sim, tais herbicidas não atacariam também o braquiaria? havaria no mercado herbicida seletivo que ataca o amargoso e não o braquiaria?
Muito bom, bem didático e pratico obrigado.
Obrigado, Lucas!
Esperamos ter ajudado na sua busca pelo conhecimento!
Porque ainda não foi desenvolvido um produto que limite essas ervas?