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Pessoa mexendo com o solo

Reestruturação microbiológica do solo: como alcançar?

Devido ao uso errôneo do solo, sobretudo pela utilização de sistema convencional, promove-se a degradação dos seus atributos, em especial os biológicos.

A substituição de áreas antes consideradas nativas para sistemas de uso agrícola, acaba por provocar alterações na matéria orgânica e, consequentemente, no estoque de carbono do solo.

A promoção de práticas isoladas de manejo não aumenta a qualidade do solo: isso ocorre com o uso de manejos integrados, visto que, manter o nível desejável de qualidade do solo, não é uma tarefa fácil, devido aos inúmeros fatores que lhe influenciam, desde o clima até o manejo realizado pelo homem e as interações entre esses.

Os atributos biológicos do solo são importantes indicadores de alterações causadas por práticas agrícolas, úteis para o monitoramento e para a orientação do planejamento e da avaliação das práticas de manejo. A qualidade do solo se dá pela capacidade do solo em manter a produtividade e sustentar a qualidade do ambiente.

 

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Reações químicas e bioquímicas no solo

No solo, acontecem reações químicas e bioquímicas que proporcionam a ciclagem e reutilização de nutrientes.

Dentre os constituintes do solo que provocam esse processo existem moléculas de caráter proteico, especializadas em catalisar reações químicas, nomeadas enzimas, que nos ciclos biogeoquímicos, transformam o material orgânico, aceleram a ciclagem dos nutrientes e são usadas como critérios para a identificação da qualidade biológica do solo.

O manejo realizado no solo interfere diretamente na sua qualidade física todo e, consequentemente, nas comunidades de microorganismos e na biomassa microbiana. A atividade enzimática e a respiração microbiana são alguns dos parâmetros utilizados para quantificar essa atividade no solo e os microorganismos chave que fazem parte da dinâmica da matéria orgânica.

A biomassa microbiana do solo é descrita como a parte viva e ativa da matéria orgânica, executando um valioso papel nas funções-chave, controlando a taxa de decomposição e o acúmulo de matéria orgânica no ambiente, bem como regulando o fluxo de energia do solo, ciclagem e/ou solubilização de nutrientes.

No Sistema de Plantio Direto (SPD), a biomassa e a atividade microbiana do solo são indicadores efetivos e consistentes de mudanças induzidas pelo cultivo e, portanto, devem ser consideradas ao avaliar o impacto do cultivo sobre a qualidade do solo.

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Enzimas presentes no solo

A arilsulfatase é uma enzima do solo que catalisa a hidrólise de ésteres de sulfatos, que compõem uma das formas orgânicas do enxofre. Esse grupo de enzimas pertence à classe das hidrolases, que catalisam a hidrólise extracelular da ligação éster de sulfato ligado ao radical arila.

Acredita-se que essa enzima seja a responsável pela ciclagem do enxofre no solo por meio dos processos de mineralização, liberando sulfato, que é a forma com que o nutriente é assimilado pelas plantas.

A β-glicosidase é outra enzima no solo que atua na etapa final do processo de decomposição da celulose, pela hidrolisação dos resíduos de 29 celobiose, e mudanças em sua atividade podem ter, por consequência, influência sobre a qualidade do solo. A atividade da enzima β-glicosidase apresenta entre as mais sensíveis o efeito do uso ou manejo do solo.

Assim, a determinação da atividade da β-glicosidase, é potencialmente relevante na avaliação do ciclo do carbono no solo, pois são enzimas que catalisam a hidrólise de diferentes glicosídeos e desempenham um papel importante na quebra de oligossacarídeos de baixa massa molecular para a produção de monossacarídeos (sendo a principal fonte de energia para os microrganismos no solo).

A fosfatase ácida atua no processo de mineralização de ésteres e anidridos de ácido fosfórico, sendo fundamentais na mineralização do fósforo pela hidrólise de ésteres de fosfatos, promovendo sua liberação na forma inorgânica a partir do fósforo orgânico, disponibilizando-o para as plantas e demais organismos no solo.

As enzimas arilsulfatase e β-glicosidase, em conjunto ou separadamente, apresenta sendo os indicadores que consistentemente apresentaram maior sensibilidade para detectar alterações no solo, em função do sistema de manejo.

Essas duas enzimas possuem uma estreita relação com a MOS, parâmetro base da qualidade de um solo, e o rendimento de grãos, parâmetro que reflete o aspecto econômico das lavouras, fundamental para a sustentabilidade do negócio agrícola.

A utilização da arilsulfatase e da β-glicosidase são vantajosas por apresentarem:

  • Precisão;
  • Coerência;
  • Sensibilidade;
  • Simples determinação analítica;
  • Reprodutibilidade.

Além disso, as duas enzimas relacionadas à ciclagem da MOS, não são influenciadas pela aplicação de adubos e calcário.

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Sistema de plantio direto e seus benefícios

O SPD proporciona a cobertura do solo na lavoura de forma contínua, por meio dos restos vegetais de culturas advindas do processo de rotação de culturas, deixando a palhada na parte superior do solo.

Possui como principais finalidades o mínimo revolvimento do solo, cobertura do mesmo com restos vegetais associado com a adubação verde devido à ação de plantas leguminosas e práticas conservacionistas de solo e água, que buscam, em conjunto, a restauração da fertilidade do componente solo.

Sendo assim, é uma prática de suma importância para o sistema de produção, pois proporcionam efeitos benéficos relacionados à ciclagem e disponibilidade de nutrientes, que ocorrem durante o processo de decomposição da palhada, além de melhorar a eficiência dos fertilizantes.

A matéria orgânica do solo tem sido considerada indicador chave, isso porque apresenta sensibilidade a modificações resultantes das ações antrópicas, além de apresentar interação com as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

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Alessandro Alvarenga

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