O solo forma a base da agricultura, juntamente com a água e o sol. Esse ambiente físico é rico em diversidade biológica. Para torná-lo adequado ao plantio, no entanto, é preciso primeiro identificar os componentes presentes nesse solo. Isso é possível por meio de uma análise de solo.
Uma das maneiras que tem se difundido para preservar o solo e fornecer demais benefícios às culturas, é o sistema de plantio direto (SPD). Ele é definido pela aplicação de três princípios:
- Não há revolvimento ou se busca um menor distúrbio mecânico do solo;
- Cobertura do solo pela palhada;
- Diversificação das espécies de cultivo.
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Conteúdo
Fatores para a adoção do sistema de plantio direto
No Brasil estima-se que tenha uma área superior a 33 milhões de hectares sob SPD.
Os principais fatores para adoção generalizada do SPD:
- Redução nos custos de produção e economia de tempo;
- Flexibilidade técnica na semeadura, aplicação de corretivos, fertilizantes e controle de plantas daninhas;
- Produtividade igual ou maior e mais estabilidade ao longo do tempo;
- Maior proteção do solo contra erosão hídrica e eólica;
- Maior eficiência na absorção de nutrientes pela planta;
- Redução de custos e dos problemas de controle de pragas e doenças;
- Maior eficiência no armazenamento e captação de água pelas plantas.
Principais ameaças ao ambiente físico do solo
As formas de preparo do solo, o tráfego de máquinas e as culturas utilizadas, possuem efeito preponderante sobre a estrutura do solo.
A degradação do solo pode ser considerada uma das ameaças mais graves para o ecossistema, pois esta compromete a função do solo pelas mais diferentes causas:
- Erosão;
- Compactação;
- Redução nos estoques de carbono do solo;
- Perda de matéria orgânica e nutrientes.
Há uma gama de plantas de coberturas utilizadas nos trópicos e subtrópicos, ligadas a serviços de ecossistêmicos. Aplicados em sistemas de cultivos anuais ou perenes, sua adoção depende exclusivamente das diferenças climáticas regionais e pela adoção ou não do SPD.
Visita técnica para análise da plantação de feijão sobre palhada de milho no Sul de Minas Gerais – Fonte: Sandy Azevedo
Sistemas de produção diversificados
A rotação de culturas é definida como a alternância ordenada de diferentes culturas, em um determinado ciclo, na mesma área e na mesma estação do ano.
A sucessão de culturas consiste no ordenamento de duas culturas na mesma área agrícola por tempo determinado, cada uma cultivada em uma estação do ano.
A implantação de um sistema de produção diversificado não deve causar transtornos operacionais ou econômicos, pois a diversificação de culturas aumenta a complexidade das tarefas a serem executadas.
Para um modelo de produção envolvendo a primeira e segunda safra para regiões do sul e sudeste, e centro-oeste norte e nordeste, estão como exemplo na Figura 2:
Distribuição temporal de espécies vegetais em um exemplo de modelo de sistema de produção para regiões subtropicais e tropicais.
Utilização de plantas de cobertura
Para o cultivo de plantas de cobertura, a capacidade de promover a absorção de nutrientes em camadas profundas do solo e acumulá-las na parte aérea, proporciona benefícios para a cultura sucessora após a degradação da palhada na superfície do solo.
Dentre as plantas de cobertura utilizadas como adubos verdes, se destacam:
- Leguminosas: apresentam a capacidade de fixar biologicamente o nitrogênio e disponibilizá-lo para a cultura sucessora.
- Gramíneas: apresentam alto grau de rusticidade, elevado acúmulo de matéria verde, atuam como reguladoras da temperatura e umidade do solo e diminuem os riscos de erosão pela alta relação C/N e menor velocidade de decomposição da biomassa.
Assim, os adubos verdes são importantes para a agricultura por promoverem a ciclagem rápida de nutrientes, favorecendo seu uso pela cultura em sequência, principalmente daqueles com potencial de lixiviação como o nitrogênio e potássio ou dos que podem ser fixados em solos intemperizados, como o fósforo.
Preparo do solo
O preparo do solo está relacionado ao seu nível de compactação. Ele visa criar condições favoráveis para um bom estabelecimento e desenvolvimento das culturas, com alto custo e alta demanda de energia.
Um dos principais objetivos do preparo do solo é influenciar os processos do solo, predominantemente na modificação das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
A compactação do solo está se tornando cada vez mais uma preocupação à medida que os equipamentos agrícolas se tornam maiores e mais pesados. Por exemplo, o peso dos tratores tem aumentado de 4 ton ha-1 na década de 1940 para 20 a 45 ton ha-1 na década de 2000.
Trator da McCorneck dos anos 50 e da Case IH modelo 2018.
As mudanças causadas pela compactação do solo deterioram as propriedades do ambiente físico do solo, como:
- Porosidade;
- Capacidade de ar e água;
- Condutividade térmica.
A água é um fator importante, não só na produção de biomassa das plantas cultivadas, mas também na manutenção da fertilidade do solo do ponto de vista físico e químico.
Tráfego controlado de máquinas
Ele é utilizado para proteger e gerenciar a estrutura física do solo das mudanças indiscriminadas de tráfego extensivo de máquinas agrícolas.
O tráfego desorganizado de máquinas agrícolas promove aumento na densidade do solo, sua resistência e reduzindo sua porosidade.
As plantas de cobertura semeadas durante o inverno, com restrição hídrica, reduzem a compactação superficial do solo (0-0,06 cm), proporcionando maior produtividade de milho e soja cultivados no verão.
O uso de plantas de cobertura de inverno, aliado a ausência de tráfego de máquinas, pode reduzir a densidade do solo e aumentar a macroporosidade. Por outro lado, diminui a capacidade de suporte de carga e aumenta a suscetibilidade da superfície do solo à compactação.
Quando o solo apresenta compactação e mesmo assim o produtor quer utilizar a área com a adoção de SPD, a máquina, no entanto, pode ser uma aliada. É o caso dos escarificadores e subsoladores.
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