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Frutos do café com sintomas de ataque do ácaro da mancha anular

Principais pragas do café: saiba quais são, como prevenir e realizar o controle

Elas são tão pequenas, que podem passar despercebidas a olho nu. Mas o estrago que causam é tão grande, que é impossível não notarmos sua presença na lavoura.

Essas pequenas grandes vilãs geram um enorme comprometimento da qualidade e da produtividade das culturas.

Listamos as principais pragas do café arábica, para ajudar você a entender melhor sobre sua ocorrência e controle.

 

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Broca-do-café (Hypothenemus hampei)

Fruto do café sendo afetado pela broca

Fruto sendo afetado pela broca-do-café. (Fonte: Luiz Paulo Vilela).

A broca do café é causada por besouros de coloração preta que realizam orifícios normalmente na região da coroa dos frutos.

Os machos são menores que as fêmeas e não voam. Já as fêmeas voam e medem cerca de 1,7 mm de comprimento. As fêmeas colocam ovos dentro dos frutos.

Após a eclosão, formam-se as larvas, que causam os danos propriamente ditos. As larvas se alimentam dos grãos de café, reduzindo assim seu peso e depreciando seu tipo. Além disso, os orifícios feitos por essa praga nos grãos podem servir como porta de entrada para patógenos, comprometendo assim sua qualidade.

Devido à broca do café ser uma praga monófaga, ou seja, ela ataca somente a cultura do café, uma colheita bem feita com repasse, evitando-se deixar frutos remanescentes na lavoura é de grande importância, com o intuito de diminuir a fonte de alimento desses insetos na entressafra. Nesse sentido, esse controle cultural é de grande valia.

Além disso, para o controle biológico, pode-se utilizar o fungo Beauveria bassiana que atua colonizando a broca. Já para o controle químico, pode-se utilizar grupos químicos: Ciantraniliprole, Clorpirifós, Clorantraniliprole, Abamectina e Espinosade.

Calendário agrícola do cafeicultor

Bicho mineiro (Leucoptera coffeella)

Folha de cafeeiro com lesões provocadas pelo bicho mineiro

Folha do cafeeiro com lesões feitas pelo bicho mineiro.

O bicho mineiro é uma pequena mariposa de coloração branco-prateada, com hábitos noturnos.

A mariposa desta praga se esconde nas folhagens durante o dia e realiza suas atividades ao entardecer. Essa praga possui grande importância devido a sua generalizada ocorrência. Em algumas situações a perda no controle da praga resulta em intensa desfolha, refletindo assim na redução da produção da cultura.

O ciclo desta praga pode variar entre 19 a 87 dias, dependendo das condições climáticas, com encurtamento do ciclo em condições de alta temperatura e baixa umidade.

A lagarta se alimenta do parênquima paliçádico deixando um vazio entre as duas epidermes, por isso, as chamadas “minas”, que acarretam em diminuição da taxa fotossintética e desfolha. Logo, no controle cultural é importante a realização de tratos culturais adequados a fim de proporcionar maior enfolhamento das plantas.

Para o controle químico, utilizar grupos químicos registrados para a cultura, como: Neonicotinóides, organofosforado, diamidas, espinosinas, piretróide e carbamato, podendo aparecer um grupo químico ou a associação de mais de um deles, sempre tendo o cuidado de rotaciona-lós.

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Cigarra (Quesada gigas, Fidicinoides sp. e Carineta sp)

Cigarra em cafeeiro

Cigarra. 

São insetos sugadores de seiva, quando presente essa praga na lavoura é possível observar orifícios no solo próximos à saia do cafeeiro, presença de exúvias e adultos de machos cantando.

Apesar de ser uma praga polífaga, ou seja, que não ataca apenas a cultura do café, quando não manejada as cigarras podem trazer prejuízos ao cafeeiro, uma vez que as ninfas sugam a raiz do cafeeiro, e dessa forma resultar em depauperamento das plantas, clorose e queda de folhas, acarretando assim em prejuízos a granação.

Em casos mais severos, pode ocorrer a morte das plantas. Para o controle, deve-se utilizar inseticidas sistêmicos de diferentes grupos, tais como carbamato ou neonicotinóide.

Ácaro vermelho (Oligonychus ilicis) e Ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicis)

Na cultura do café, uma das principais pragas do café arábica é o ácaro-vermelho (Oligonychus ilicis) e ácaro da mancha anular (Brevipalpus phoenicis).

O ácaro-vermelho vive na face superior das folhas de café, o principal sintoma do ataque deste ácaro é a perda de brilho das folhas do cafeeiro, que adquirem uma coloração bronzeada.

Esse bronzeamento acarreta diminuição da fotossíntese das folhas e, consequentemente, pode resultar em redução da produção.

Ele é favorecido em períodos mais secos. Para esse ácaro, chuvas abundantes podem reduzir sua população, por isso, em muitos casos não é necessário o controle químico.

O ácaro da mancha-anular ou ácaro da leprose é transmissor do vírus da mancha anular, ele pode acarretar desfolha das plantas, reduzindo assim a taxa fotossintética e consequentemente a produtividade das culturas.

Os sintomas nas folhas, são caracterizados por manchas cloróticas, geralmente em forma de anéis, abrangendo grande parte do limbo ou ao longo das nervuras.

Nos frutos os sintomas são manchas amareladas em forma de anéis ou irregularidades deprimidas. O controle químico é feito através da utilização de acaricidas como: Hexythiazox, Spirodiclofen, Cyflumetofen, pertencente aos grupos químicos: Carboxamida, Ketoenoles e Benzoil Acetonitrila.

Folha com sintomas após ataque de ácaro vermelho

Lesões provocadas pelo ácaro. (Foto: Luiz Paulo Vilela)

Frutos com sintomas de ataque por ácaro vermelho

Frutos de café com lesões provocadas pelo ácaro. (Foto: Luiz Paulo Vilela)

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E não se esqueça, o monitoramento é chave para evitar os prejuízos trazidos por elas, que causam defeitos nos grãos e comprometimento da qualidade. Além disso, fique de olho nas doenças que podem acometer o cafeeiro.

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Larissa Cocato - Coordenadora de Ensino Café

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