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Como melhorar a plantabilidade

Plantabilidade: como ela funciona e melhora a produtividade?

O potencial produtivo das culturas inicia no momento da semeadura, semeando errado a probabilidade de colher baixas produtividades aumentam muito.

Ao considerar uma semeadora com espaçamento entre linhas de 50 cm temos 20.000 metros lineares, ao considerar uma semeadora de 10 carrinhos temos 2.000 metros lineares por carrinho por hectare, em uma propriedade com área cultivada de 500 hectares cada carrinho irá percorrer 1.000 quilômetros.

Nesse sentido podemos observar a necessidade da manutenção das semeadoras e realizar os cálculos que a falha pode ocasionar no momento do plantio. A boa plantabilidade mais o uso de sementes de qualidade é a receita que irá garantir altos rendimentos.

O que é plantabilidade?

A plantabilidade é definida como a distribuição uniforme de sementes ao longo do sulco de semeadura com a população e a profundidade correta. Sendo assim, deve-se buscar pela maior porcentagem possível de espaçamentos aceitáveis entre uma semente e outra e o mínimo possível de duplas e falhas.

 

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Ao deparar com uma maior porcentagem de falha os problemas que podem acontecer será a perda de produção pela falta da planta, além disso, poderá acontecer a entrada de plantas daninhas. No caso de plantas duplas ocorrerá a presença de plantas dominadas, acamamento da cultura acarretando perdas na colheita e dificuldade no controle de doenças.

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Coeficiente de variação do estande de plantio

A fim de identificar tais problemas, a medida mais utilizada é a avaliação do coeficiente de variação do estande de plantio.

Para isso, após a planta germinada (estádio V2 a V3 – quando as plantas de milho apresentam de duas a três folhas e a soja apresenta o seu segundo ou terceiro trifólio) é realizado a medida de espaçamento entre uma planta e outra em 5 metros lineares em 5 linhas de plantio sendo considerado no mínimo 5 subamostras por gleba de produção.

Para o cálculo do coeficiente de variação, é realizado o cálculo da média dos espaçamentos realizados e o cálculo do desvio padrão dos espaçamentos obtidos.

Coeficiente de variação

Onde:

  • CV = coeficiente de variação;
  • δ = desvio padrão;
  • μ = média.

Para a cultura da soja é considerado aceitável um coeficiente de variação menor que 50% e para a cultura do milho é considerado um coeficiente de variação aceitável menor que 30%.

Dentre os fatores que interferem diretamente na distribuição de plantas, a velocidade de plantio é a que pode apresentar maior influência na distribuição longitudinal de plantas. Para isso, a fim de manter o menor coeficiente de variação, o ideal e manter a velocidade de plantio entre 5 e 6 km/h.

Para a comparação entre os coeficientes de variação vale ressaltar que deve ser realizada com as populações de plantas iguais. Na propriedade poderá ser construído um banco de dados das populações estabelecidas com os seus respectivos coeficientes de variação, e estabelecer metas a fim de reduzir o coeficiente de variação e obter melhor plantabilidade.

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Fatores que interferem em uma boa plantabilidade

Além da velocidade de plantio, alguns fatores que podem interferir na plantabilidade das culturas são questões referentes ao solo.

O tipo de preparo do solo seja ele convencional ou sistema de plantio direto, para isso deve ser realizada uma boa regulagem da máquina com um sistema eficiente de corte da palhada no caso de plantio direto.

A umidade é outro fator que apresenta grande interferência na plantabilidade, solos mais úmidos podem apresentar maiores problemas de embuchamento durante a semeadura das culturas. Para um bom plantio sobre a palhada a mesma deve estar seca a fim de evitar o envelopamento e garantir uma boa plantabilidade.

A qualidade das sementes seja ela fisiológica e sanitária irão interferir quando a uniformidade de germinação das culturas, para isso deve-se obter sementes com alta germinação e vigor.

Os fertilizantes também merecem atenção, para isso deve-se obter fertilizantes com boa qualidade física que apresentem boa uniformidade de partículas a fim de evitar a segregação das partículas. Apresentando menores paradas durante a semeadura no desentupimento dos mangotes.

Quanto às máquinas, o tipo de disco de corte utilizado, seja ele liso ou corrugado a pressão da mola no disco de corte irá interferir diretamente na qualidade do corte da palhada.

Quanto aos sulcadores existem dois tipos, a haste (facão) ou disco duplo. O disco duplo tem uma menor demanda de potência do trator e apresenta uma menor área mobilizada do sulco. No caso da haste pode promover uma leve escarificação do solo e depósito em maior profundidade do fertilizante.

Quanto ao mecanismo dosador de sementes no mercado existem as pneumáticas e as mecânicas:

  • Nas semeadoras mecânicas a escolha do disco e anel apropriado é um dos fatores que interferem diretamente na qualidade da semeadura. Para sementes redondas deve-se optar por anel rebaixado, quanto ao disco deve-se optar pelo disco que entre apenas uma semente em cada furo;
  • Nas pneumáticas deve-se atentar a pressão do vácuo em cada uma das linhas, falta de vácuo pode causar falha e excesso de vácuo pode causar dupla. Outro fator é quanto a pressão do pneu da roda motriz, conferir a pressão garante uma melhor uniformidade de deposição das sementes.

A fim de evitar esses problemas, a manutenção das máquinas como lubrificação da máquina, engraxamento dos pinos graxeiros, manutenção dos dosadores de fertilizantes, discos de corte desgastados, manutenção das molas, quantidade de grafite a ser colocada para manutenção da escoabilidade sendo ideal 5 gramas de grafite por quilo de semente.

Para obter uma boa plantabilidade a manutenção da semeadora e conferência do coeficiente de variação da população obtida torna-se um dos fatores primordiais para garantia do potencial produtivo das culturas.

Para realizar o acompanhamento da plantabilidade durante o processo de semeadura das culturas, pode ser feita uma planilha com um checklist, levantamento de plantas e fertilizantes.

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Alessandro Alvarenga

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