A formação de lavouras se inicia com o planejamento, preparo do solo e compra ou produção de mudas de café.
A etapa do viveiro é de grande importância dentro do processo e precisa de atenção e certo nível de detalhamento, visto que, nesta fase as plântulas de café são sensíveis e as mudas formadas serão a base para se obter lavouras produtivas.
Diante disso, alguns pontos podem e devem ser observados durante a aquisição de mudas.
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Conteúdo
Estádio de desenvolvimento das mudas
As mudas, para serem levadas a campo, devem ter de quatro a seis pares de folhas, pois com menos de quatro pares, se houver alguma intempérie que cause desfolha, a muda terá o seu desenvolvimento comprometido e assim, maiores chances de morrer.
Já as mudas com mais de seis pares de folhas podem dificultar o manejo durante o plantio e aumentar o risco de tombamento.
Muda com bom desenvolvimento para ir a campo. Foto: Diego Baquião
Uniformidade das mudas de café
É importante observar no viveiro a uniformidade das mudas em relação à cor, tamanho e arquitetura. Essas características podem estar ligadas a aspectos genéticos, o que auxilia na identificação de cultivares diferentes.
Além disso, as plantas devem estar em estádios similares para obtermos lavouras uniformes.
Presença de doenças
No viveiro, as principais doenças encontradas são: Rhizoctoniose, Bacterioses, Cercosporiose e Phoma. Elas podem ser identificadas da seguinte forma:
Rhizoctoniose
Causam lesões de 1 a 3 cm de extensão, que circundam o caule e provocam o estrangulamento. Consequentemente, paralisa a circulação da seiva e a planta fica sujeita à quebra. Em condições de alta umidade, é possível observar um bolor cinzento sobre a lesão.
Bacterioses
É caracterizada por lesões foliares de coloração parda e escura, que podem ou não ser acompanhadas por um halo amarelado, o que provoca, posteriormente, a seca das folhas e pode chegar até a morte das mudas.
Cercosporiose
As folhas apresentam manchas circulares de coloração castanho clara a escura, com o centro branco-acinzentado, quase sempre envolvidas por um halo amarelado, o que acarreta a desfolha.
Muda de café com alta infestação de cercosporiose. Foto: Joana Oliveira
Phoma
As folhas apresentam manchas irregulares de coloração escura, iniciando geralmente nos bordos, o que pode provocar curvatura.
Sanidade das mudas e do solo
É preciso observar a sanidade das mudas do café antes de levá-las a campo. O controle em campo pode se tornar muito mais difícil, devido às plantas já ficarem estressadas após o transplantio.
No início, principalmente, manter todas as folhas é essencial para o desenvolvimento e pegamento das mudas, e isso é dificultado na presença de doenças.
Além das doenças foliares, deve-se ter atenção ao solo. O recomendado para o substrato de viveiros é utilizar terra de barranco de áreas que nunca foi cultivado café, isso principalmente para evitar nematoides.
Em viveiros certificados é exigido a análise do substrato para garantir a sua sanidade. Uma das maiores fontes de disseminação de nematoides, todavia, são mudas contaminadas. Assim, é indicado realizar a análise particular do substrato das mudas adquiridas antes de levá-las para o plantio.
Deve-se ter em mente que uma vez a doença levada para lavoura, provavelmente, você terá problemas com ela durante todo seu ciclo, sobretudo, quando se trata de bacterioses e nematoides.
Dessa forma, realizar o diagnóstico ainda no viveiro pode te poupar dinheiro e evitar dores de cabeça.
Sistema radicular das mudas de café
Uma muda de qualidade é aquela que possui sistema radicular bem desenvolvido. As raízes são essenciais no pegamento da planta no campo. Assim, é preciso ter boa proporção entre parte aérea e sistema radicular, cerca de 1 para 1 em relação ao peso.
Parte aérea e raiz de mudas. Foto: Diego Baquião
Dessa forma, no viveiro, é preciso pedir autorização para abrir alguns saquinhos e verificar o volume de raízes, a consistência do substrato e a presença de pião-torto.
O substrato deve ter consistência firme, os saquinhos devem estar bem cheios para evitar que no plantio ocorra a desagregação e soltura da muda, o que a torna inviável ou dificulta o plantio.
Foto: Diego Baquião
Além disso, é importante verificar as raízes para avaliar a presença de pião-torto. Essa anormalidade ocorre pelo entortar da raiz pivotante do café. Isso pode acontecer pelo plantio incorreto, por anomalias das sementes etc.
Ao olhar somente a parte aérea da muda com pião-torto no viveiro, possivelmente não terá diferença das outras. O problema é observado quando as mudas já estão no campo.
Por isso, abrir alguns saquinhos te permite identificar irregularidades com as raízes, assim evita futuros contratempos.
Planta com pião-torto. Foto: Diego Baquião
Aclimatação
A aclimatação é a preparação da muda para o plantio. Durante a formação do viveiro as plantas são mantidas sob o sombrite.
Ao final do processo, porém, é necessário retirar o sombrite para que as mudas se adaptem às condições de campo. Nessa fase, as plantas podem apresentar coloração verde-claro ou até mesmo aspecto amarelado.
Assim, nem sempre as mudas com folhas muito verdes, tenras e grandes são as melhores. Isso pode ser por falta de aclimatação e em campo sua resistência inicial é menor em comparação às mudas aclimatadas.
Conclusão
Com isso, a qualidade das mudas do café está relacionada a fatores genéticos, bom desenvolvimento da parte aérea e radicular, boa sanidade e, basicamente, o que proporciona tudo isso, são os cuidados durante a formação das mudas.
Visualmente, mudas de qualidade têm caule mais grosso, folhas coriáceas, de coloração verde-claro e estão livres de pragas e doenças.
Diante disso, procure sempre viveiros confiáveis e certificados, que utilizem substrato, sementes, produtos e equipamentos adequados.
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Boa tarde, então tudo isso é de suma importância pra vc ter um café saudável e com boa produção, lembrando que uma vez com esses problemas as vezes nem morre a planta, más fica durante o ciclo inteiro com baixa produção e sem qualidade nos frutos!