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Mancha de Phoma no cafeeiro: sintomas e formas de controle

A mancha de Phoma cujo principal agente etiológico é Phoma tarda é uma doença fúngica que pode ocorrer no cafeeiro desde a fase de mudas até na fase adulta do café.

 

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Sintomas da mancha de Phoma

Os sintomas dessa doença são manchas irregulares de coloração escura nas folhas, iniciando, geralmente nos bordos, essas lesões nos bordos podem provocar curvatura.

Nos ramos podem ser observadas lesões deprimidas e escuras, que podem envolver todo diâmetro do ramo e causar seca da extremidade ou do ponteiro.

Folhas do cafeeiro com mancha de phomaFolhas com sintomas de mancha de phoma no cafeeiro. Foto: Luiz Paulo Vilela

Ponteiros de cafeeiro secosSeca de ponteiros em cafeeiro. Fotos: Luiz Paulo Vilela e arquivo Rehagro

Comparação entre ramo de cafeeiro sadio e ramo com mancha de phomaRamo de café sadio (foto da esquerda) x ramo de café com Phoma (foto da direta). Foto: Luiz Paulo Vilela

Essa doença pode causar desfolha, queda de botões florais, mumificação e queda de chumbinhos, acarretando assim em perdas na produção.

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Condições favoráveis para mancha de Phoma no cafeeiro

A penetração do fungo Phoma é facilitada por danos mecânicos no tecido da planta, produzidos por exemplo por insetos, atrito de folhas em função de ventos acentuados em épocas frias, ou outras fontes de danos.

Dessa forma, esse fungo é favorecido por baixas temperaturas, vento e umidade relativa alta.

Regiões de altitudes superiores, propícias a ventos frios com baixas temperaturas noturnas e presença de orvalho são condições ideais para o aparecimento dessa doença. Portanto, nessas regiões, deve-se realizar o controle preventivo.

Tabela com as condições favoráveis para ocorrência da mancha de phoma Zambolim et al., 1999; Salgado et al., 2002; Pozza et al., 2003

Além disso, a adubação também pode interferir no aparecimento desse patógeno, uma vez que o excesso de nitrogênio pode acarretar em aumento da produção de tecidos jovens e suculentos, dessa forma sendo mais suscetíveis a entrada do patógeno, conforme observado por Lima et al. (2010).

Curva de incidência da mancha de phoma em função de doses de nitrogênioÁrea abaixo da curva de progresso da incidência (AACPI) e da severidade (AACPS) da mancha de Phoma em mudas de café, em função de doses de nitrogênio em solução nutritiva.

Em relação ao potássio, os autores observaram aumento da área abaixo da curva de progresso da incidência (AACPI) e da severidade (AACPS) da mancha de Phoma com doses de potássio acima de 7 mmol/L.

Isso possivelmente ocorre devido a inibição competitiva entre os cátions Ca e K pelos mesmos sítios de absorção, com maior eficiência de potássio na absorção e translocação na planta.

Dessa forma, eles observaram que o aumento de K na solução, acarretou em redução do teor de cálcio na parte aérea das plantas, salientando que a presença de cálcio confere certa resistência à penetração de patógenos, visto que ele é constituinte da lamela média das células, sendo assim, importante para o fortalecimento da parede celular.

Curva de incidência da mancha de phoma em função de doses de potássioÁrea abaixo da curva de progresso da incidência (AACPI) e da severidade (AACPS) da mancha de Phoma em mudas de café, em função de doses de potássio em solução nutritiva.

Calendário agrícola do café

Controle de mancha de Phoma no cafeeiro

Dentre as medidas preventivas de controle podemos citar a escolha da área para instalação de viveiros, optando pela escolha de locais bem drenados e protegidos contra ventos frios.

Da mesma forma, para a escolha da área de plantio de café, deve-se evitar o plantio de café em áreas sujeitas a ventos fortes e frios. A utilização de quebra ventos também é muito importante desde a implantação da lavoura.

Também, adubações equilibradas se atentando principalmente ao equilíbrio com nitrogênio e ao fornecimento de cálcio devido a sua constituição na parede celular.

Em regiões de altitudes superiores, propícias a ventos frios com baixas temperaturas noturnas e presença de orvalho é importante estar atento por estarem mais sujeitas ao ataque desse patógeno. Portanto, nessas regiões, deve-se realizar o controle preventivo, principalmente nas fases de pré e pós-florada.

Quando necessário a entrada com o controle químico, deve-se lembrar de rotacionar o princípio ativo dos fungicidas, a fim de evitar problemas com resistência de populações.

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Larissa Cocato - Coordenadora de Ensino Café

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