Equipes de alta performance no agronegócio: como desenvolvê-las?

A resposta à pergunta “Como desenvolver equipes de alta performance?” parece lógica, pois qualquer gestor, líder ou pessoa que lide com outras pessoas no ambiente de trabalho sabe que quando o assunto é gente, qualquer fórmula mágica falha em descrever o caminho para o sucesso.

Sem contar que nesse caso, o sucesso pode derivar de diferentes réguas, sendo entendido de diferentes formas e também valendo para montar equipes de alta performance, ficamos novamente sem um guia definitivo para seguir.

Mas nem tudo está perdido e a ciência ajuda a gente a entender um pouco mais sobre o tema. Ron Friedman, psicólogo, PhD e fundador da ignite80, apresenta resultados de pesquisa bem interessantes, que podem nos ajudar de maneira prática no dia a dia com nossas equipes.

De acordo com o estudo, a construção de bons locais para trabalhar, bem como de equipes extraordinárias, possui 3 fatores psicológicos essenciais:

1. Autonomia;
2. Competência;
3. Relacionamento.

O estudo ainda ressalta que pessoas com alta sensação de satisfação psicológica tendem a ser mais saudáveis, felizes e produtivas.

A necessidade de se conectar com outras pessoas, preferencialmente com valores parecidos, é o que mais atrai as pessoas para trabalhar em determinada empresa. Mas como fazer então com que as pessoas se gostem e tenham vontade de se conectar?

Os segredos das equipes de alta performance

Durante a pandemia, as pessoas passaram a ter grande autonomia em definir quando, como e onde trabalhar. Por outro lado, a distância física tornou o processo de criar laços exponencialmente mais difícil.

Dessa forma, a parte da equação referente a autonomia evoluiu nos ambientes de trabalho, mas as relações acabaram sendo prejudicadas.

Pesquisas mostram que equipes de alta performance desenvolveram formas sutis de superar os desafios da distância e performar ao máximo. Mas o que esses times fazem de diferente?

1. Eles não pensam duas vezes em pegar o telefone

Enquanto ligações telefônicas são cada vez menos comuns, essas pessoas pegam o telefone e resolvem o que precisa ser resolvido. A comunicação é mais frequente e eles fazem de 6 a 10 ligações por dia a mais do que os pares com performance reduzida.

A sensação atual de que ligações telefônicas são constrangedoras e chatas é superada pela conexão que essas interações podem criar.

2. Eles são mais estratégicos com suas reuniões

Evitam pular em reuniões constantes e que não tem propósito claro. Usam ferramentas de gestão nas reuniões, solicitam pré-trabalhos, fazem pautas e atas e comunicam as atividades de todos de forma que o conhecimento sobre o que está sendo feito seja homogeneizado.

3. Investem tempo criando laços com assuntos extra trabalho

Pesquisas sugerem que a discussão de assuntos que não são do trabalho pode trazer vantagens.

Isso acontece, pois são nessas conversas que identificamos interesses e valores em comum, o que propicia conexões mais autênticas. Os estudos indicam que pessoas de alta performance têm 25% a mais de propensão a essa prática.

4. Times de alta performance dão e recebem mais reconhecimento

A pesquisa mostra que nessas equipes o reconhecimento pelo bom trabalho não é algo de cima pra baixo, é uma cultura onde todos são capazes de reconhecer o bom trabalho uns dos outros.

5. As pessoas nos times de alta performance são mais autênticas

Elas tendem a ter uma facilidade muito grande em expressar emoções positivas umas com as outras. Ao mesmo tempo, também demonstram mais emoções negativas, o que se sabe ser muito positivo para a melhoria da performance.

A não expressão de emoções negativas, ou seja, suprimi-las, tem alto custo cognitivo. Quem suprime as emoções, gasta energia cognitiva fazendo isso, ao invés de empregá-la no trabalho.

Os pontos trazidos possuem alta correlação com a produtividade e performance dessas equipes, o que não necessariamente implica em relação de causa. Mas não custa tentar favorecer com que essas práticas sejam mais comuns no ambiente de trabalho.

Cada equipe, dentro da cultura organizacional existente, com seu nível de maturidade, poderá se beneficiar de formas diferentes do incentivo dessas atitudes.

A construção de profissionais de alta performance

Lembra que lá no começo tratamos de três aspectos importantes (competência, autonomia e relacionamento) tanto para a construção de profissionais de alta performance quanto para fazer com que pessoas queiram trabalhar em uma empresa?

Falamos de autonomia e relacionamento, mas e a competência? Dominar o que faz e sentir segurança no trabalho é outro aspecto fundamental na construção da performance.

Dentro da temática é impossível não pensar no desenvolvimento dessas pessoas em suas competências técnicas, mas principalmente, em suas habilidades socioemocionais, comumente chamadas no ambiente corporativo de soft skills.

O desenvolvimento dessas habilidades está fortemente associado ao atingimento de dois dos três pontos trazidos pelo estudo: competência e relacionamento.

Dessa forma, fica clara a importância de investir cada vez mais no desenvolvimento das pessoas, dando a elas segurança psicológica para atuar nas áreas que estão designadas. De quebra, quando esse desenvolvimento é focado nas soft skills, ajudamos essas pessoas a preencher a lacuna nos relacionamentos.

Os programas mais modernos de desenvolvimento corporativo são recheados de conteúdos, dinâmicas e ações práticas com foco nas soft skills. Até nos cursos de graduação mais modernos do mundo, a temática começa a ter papel de protagonismo no desenvolvimento dos profissionais que irão liderar no futuro.

Por aqui, a gente também está de olho na temática e temos várias iniciativas focadas no desenvolvimento dessas habilidades para os profissionais do Agronegócio.

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