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Tripes no milho: como identificar, prevenir e controlar essa praga?

A infestação de tripes na cultura do milho é um problema significativo que pode comprometer a produtividade da lavoura com o seu dano.

Neste artigo detalharemos as principais dúvidas e questões relacionadas a essa praga, abrangendo desde a identificação até métodos de controle.

O que são tripes no milho?

Os tripes são pequenos insetos sugadores, pertencentes à ordem Thysanoptera. Eles são conhecidos por se alimentarem de várias plantas, incluindo o milho, causando danos ao tecido vegetal.

Esses insetos medem cerca de 1 a 2 mm de comprimento e podem ser difíceis de detectar a olho nu devido ao seu tamanho diminuto e coloração que varia de amarelo a marrom.

 

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Ciclo de vida

O ciclo de vida dos tripes compreende cinco fases principais: ovo, larva, pré-pupa, pupa e adulto. Cada fase tem características específicas que influenciam a infestação e o controle dessa praga no milho.

  • Ovo: as fêmeas depositam os ovos dentro da epiderme da folha. Em condições favoráveis, os ovos eclodem em poucos dias.
  • Larva: após a eclosão, as larvas começam a se alimentar raspando a superfície das folhas e sugando o conteúdo celular. Passam por dois estágios antes de se tornarem pré-pupas. Essa fase é a mais danosa às plantas.
  • Pré-pupa e pupa: na fase de pré-pupa, os tripes cessam a alimentação e se abrigam em locais protegidos. A fase de pupa, que dura de poucos dias a uma semana, é um período de transformação até o surgimento do adulto.
  • Adulto: os adultos emergem e iniciam a reprodução. São alados, o que facilita a dispersão para outras plantas. Continuam a se alimentar, mas causam menos danos que as larvas.

O ciclo completo pode ser concluído em aproximadamente 20 dias sob condições ideais, sendo mais rápido em temperaturas elevadas. Conhecer essas etapas é essencial para identificar os momentos críticos para intervenção e controle eficaz dos tripes no milho.

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Como identificar tripes no milho?

Identificar tripes na cultura do milho pode ser um desafio devido ao seu pequeno tamanho. No entanto, alguns sinais visuais são indicativos de sua presença e podem ajudar na detecção precoce dessa praga:

  • Lesões prateadas ou descoloridas nas folhas: os tripes raspam a superfície das folhas para se alimentar, causando lesões que se manifestam como áreas prateadas ou descoloridas. Essas áreas podem ser pequenas, mas se não controladas, podem se expandir e cobrir uma porção significativa da folha.
  • Pontos pretos nas folhas: estes são as fezes dos tripes, frequentemente encontradas nas áreas danificadas das folhas. Esses pontos pretos são pequenos e dispersos, mas em infestações severas, podem ser facilmente visíveis.
  • Deformações nas folhas: a atividade de alimentação das larvas e dos adultos pode causar deformações visíveis nas folhas, como folhas enroladas, distorcidas ou com crescimento irregular. Essas deformações são sinais de que os tripes estão interferindo no desenvolvimento normal da planta.

Para facilitar a detecção e o monitoramento da presença de tripes, algumas ferramentas podem ser bastante úteis. O uso de lupas de mão permite uma inspeção mais detalhada das folhas, ajudando a visualizar melhor os pequenos insetos e os danos causados por eles.

Além disso, armadilhas adesivas de cor azul ou amarela podem ser colocadas nas plantações para capturar tripes. Essas armadilhas atraem os insetos, facilitando sua identificação e monitoramento.

Quais os danos causados pelos tripes no milho?

Os tripes causam uma variedade de danos ao milho, impactando diretamente a saúde e o rendimento da planta:

Redução da fotossíntese

As lesões nas folhas, provocadas pela alimentação dos tripes, reduzem significativamente a capacidade fotossintética da planta. Esses insetos raspam a superfície das folhas para se alimentar, criando pequenas áreas prateadas ou descoloridas.

Com a diminuição da fotossíntese, a planta não consegue produzir a quantidade necessária de energia para um crescimento saudável, resultando em plantas mais fracas e menos produtivas.

Transmissão de vírus

Além dos danos físicos, alguns tripes atuam como vetores de vírus fitopatogênicos. Ao se alimentarem de uma planta infectada e posteriormente de uma planta saudável, eles podem transmitir vírus que causam doenças graves no milho, como o vírus do mosaico do milho.

Essas doenças podem levar a uma redução significativa do rendimento, além de aumentar os custos de manejo da cultura.

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Como prevenir a infestação na lavoura?

Prevenir a infestação de tripes na lavoura é uma estratégia eficiente é essencial para o manejo dessa praga.

Uma das práticas mais recomendadas é a rotação de culturas.Alternar o plantio de milho com outras culturas ajuda a interromper o ciclo de vida dos tripes, dificultando a sobrevivência e proliferação desses insetos.

Outra prática essencial é a manutenção da higiene agrícola. Manter a área de cultivo limpa e livre de resíduos de colheita é fundamental, pois restos de plantas podem abrigar tripes e servir como fonte de reinfestação.

A limpeza regular das áreas de cultivo e a remoção de plantas voluntárias ajudam a diminuir o habitat disponível para os tripes, reduzindo suas populações. Ao implementar essas práticas preventivas pode criar um ambiente menos favorável para os tripes, contribuindo para a saúde e produtividade das lavouras de milho.

Como controlar tripes no milho?

O controle de tripes é uma parte essencial do manejo integrado de pragas na cultura do milho. A seguir, detalhamos as principais estratégias de controle:

Controle biológico

O controle biológico envolve o uso de organismos naturais para reduzir a população de tripes. Isso pode ser feito de várias maneiras:

  • Introdução de ácaros predadores: ácaros como Amblyseius swirskii e Neoseiulus cucumeris são conhecidos por se alimentarem de tripes e podem ser liberados nas plantações para controlar a população da praga.
  • Insetos parasitóides: espécies como o Thripobius semiluteus, que parasitam os tripes, também podem ser introduzidas. Esses insetos depositam seus ovos dentro dos tripes, eventualmente matando-os.
  • Conservação de inimigos naturais: manter um habitat adequado para os inimigos naturais, como cobertura vegetal diversificada e ausência de pesticidas de largo espectro, pode ajudar a manter a população de tripes sob controle.

Controle químico

Os inseticidas continuam sendo uma ferramenta importante no controle de tripes, mas seu uso deve ser estratégico para evitar problemas como a resistência.

  • Seleção de inseticidas específicos: produtos químicos como os dos grupos dos organosfosforados (acefato), avermectinas (abamectina) e pirazóis (clorfenapir) são eficazes contra tripes. É essencial seguir as instruções de dosagem e aplicação para maximizar a eficácia e minimizar os riscos ambientais.
  • Rotação de produtos: alternar diferentes classes de inseticidas ajuda a prevenir o desenvolvimento de resistência nos tripes. Isso significa que não se deve usar o mesmo produto repetidamente, mas sim alternar entre produtos com diferentes modos de ação.
  • Aplicação preventiva mediante o monitoramento: realizar o monitoramento frequente da praga, e iniciar o controle no início da infestação, impedindo que a população aumente e reduza a eficiência do controle. Em casos de alta infestação, é recomendado fazer aplicações sequenciais de inseticidas.

Métodos culturais

As práticas culturais são estratégias que envolvem mudanças no manejo do cultivo para tornar o ambiente menos favorável para os tripes.

  • Irrigação adequada: manter um nível de umidade adequado no solo pode ajudar a fortalecer as plantas e torná-las menos suscetíveis ao ataque de tripes. As plantas saudáveis e bem irrigadas são mais resistentes ao estresse causado pelas pragas.
  • Adubação balanceada: fornecer nutrientes essenciais de forma equilibrada fortalece as plantas, tornando-as mais vigorosas e capazes de suportar melhor os danos causados pelos tripes. Um solo bem nutrido promove um crescimento robusto, o que dificulta a infestação.
  • Rotação de culturas: alternar o milho com outras culturas reduz a disponibilidade de alimento e habitat para os tripes, interrompendo seu ciclo de vida. Esta prática também ajuda a melhorar a saúde geral do solo.
  • Manejo de resíduos: a remoção de restos de colheita e plantas daninhas ao redor da área de cultivo reduz os locais de refúgio para os tripes, diminuindo a probabilidade de infestações.

O controle eficaz dos tripes no milho requer uma abordagem integrada, combinando métodos biológicos, químicos e culturais.

Compreender o comportamento e o ciclo de vida dos tripes, juntamente com a implementação de práticas de manejo diversificadas, pode ajudar a minimizar os danos e manter a produtividade das plantações de milho.

Conclusão

Os tripes no milho representam um desafio significativo para a agricultura, mas com práticas adequadas de identificação, prevenção e controle, é possível mitigar os danos e preservar a saúde e produtividade das plantações.

Entender os hábitos e o ciclo de vida desses insetos, além de adotar uma abordagem integrada de manejo, é fundamental para manter as plantações de milho vigorosas e produtivas.

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Autoria: Equipe Grãos Rehagro

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