Rehagro Blog

Trapoeraba: como controlar essa planta daninha?

Trapoeraba

A agricultura enfrenta diversos desafios para garantir a produtividade e a qualidade das colheitas. Um desses desafios é o controle de plantas daninhas, que competem por nutrientes, água e luz, comprometendo o desenvolvimento das culturas.

Entre essas plantas, a trapoeraba (Commelina benghalensis) destaca-se por sua agressividade e capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais.

Neste artigo, exploraremos a sua correta identificação, seus impactos na lavouras e as formas mais eficazes de controle.

Como identificar a trapoeraba?

A trapoeraba (Commelina benghalensis) é uma planta daninha perene da família Commelinaceae, amplamente disseminada em áreas tropicais e subtropicais. Caracteriza-se por suas folhas, caules ramificados e flores azuis ou lilases.

Essa planta daninha é conhecida por sua alta capacidade de adaptação e reprodução, a qual ocorre por sementes e pedaços de hastes espalhando facilmente para áreas de produção agrícola.

Características da planta

  • Folhas: levemente pubescente, ovais e alternadas, com coloração verde brilhante.
  • Caules: ramificados e semiprostrados, podendo formar raízes nos nós em contato com o solo.
  • Flores: pequenas, com três pétalas, geralmente azuis ou lilases.
  • Frutos e sementes: produz cápsulas contendo várias sementes pequenas e resistentes.

E-book tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas

Impactos causados nas lavouras

A presença de trapoeraba nas lavouras causa impactos na produtividade da cultura devido a sua competição, alelopatia e na qualidade da colheita.

As plantas cultivadas próximas começam a mostrar sinais de estresse devido à competição direta por recursos essenciais.

  • Redução do crescimento: As culturas infestadas apresentam crescimento reduzido, pois a trapoeraba compete por luz, água e nutrientes. As folhas das plantas cultivadas podem tornar-se amareladas e apresentar menor desenvolvimento.
  • Diminuição da produção: A produção de frutos, grãos ou outras partes economicamente importantes das culturas é reduzida, pois a daninha utiliza os recursos necessários para o desenvolvimento das plantas, acarretando em redução de produtividade.
  • Qualidade do produto: Sua presença pode afetar a qualidade do produto final, devido a competição acarretando em menor peso dos grãos, possível contaminação por resíduos da planta daninha e aumento da umidade do grão no momento da colheita.
  • Danos físicos: Em alguns casos, os caules prostrados da trapoeraba podem causar danos físicos às plantas cultivadas, dificultando o acesso à luz e prejudicando o desenvolvimento das culturas.
  • Dificuldade no manejo: A capacidade da trapoeraba de enraizar nos nós faz com que seja difícil erradicá-la completamente. Mesmo após a remoção mecânica ou química, novas plantas podem surgir rapidamente a partir de fragmentos de caules e raízes deixados no solo. Além disso, torna-se fácil a disseminação através de máquinas e equipamentos para outras áreas cultivadas.

Banner Pós-Graduação em Produção de Grãos

Competição por nutrientes e recursos

A presença da trapoeraba na lavoura representa um dos principais desafios para as culturas devido à sua alta eficiência na absorção de água e nutrientes.

Essa planta daninha reduz significativamente a disponibilidade desses recursos para as espécies cultivadas, causando estresse hídrico e nutricional, o que compromete seu crescimento e desenvolvimento.

Seu sistema radicular superficial permite a rápida captação da umidade do solo, agravando ainda mais a situação em períodos de seca. Como consequência, as plantas cultivadas sofrem com a escassez de água, enquanto a trapoeraba se beneficia da sua capacidade de adaptação. Além disso, sua densa folhagem cria um microclima sombreado, reduzindo a evapotranspiração das culturas e dificultando a fotossíntese.

A competição por nutrientes essenciais, como nitrogênio, fósforo e potássio, também é intensa. A absorção desses elementos pela trapoeraba pode causar deficiências nas culturas, resultando em sintomas como clorose (amarelecimento das folhas), crescimento atrofiado e menor resistência a pragas e doenças.

Além da água e dos nutrientes, a luz solar é outro fator disputado. A folhagem densa da trapoeraba pode sombrear as plantas cultivadas, limitando a incidência de luz e reduzindo a taxa de fotossíntese, essencial para a produção de energia e desenvolvimento das culturas.

Em síntese, a trapoeraba cria um ambiente altamente competitivo, prejudicando a disponibilidade de recursos fundamentais para as culturas e impactando negativamente a produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas.

Formas de controle da trapoeraba

Para controlá-la requer-se uma abordagem integrada e estratégica, combinando métodos culturais e químicos para maximizar a eficácia e minimizar os impactos ambientais.

A seguir, são apresentadas as principais estratégias de controle com maior profundidade.

Métodos Culturais

Rotação de Culturas

A rotação de culturas é uma prática agrícola que envolve a alternância de diferentes tipos de plantas em uma mesma área ao longo do tempo.

Essa técnica pode ajudar a reduzir a sua infestação, pois cada cultura tem diferentes exigências de crescimento e pode interferir no ciclo de vida da planta daninha, além de possibilitar o uso de diferentes ativos de herbicidas para o controle. Por exemplo, culturas que cobrem rapidamente o solo podem suprimir a emergência da trapoeraba.

Cobertura do Solo

Plantas da cobertura, como leguminosas e gramíneas, são utilizadas para formar uma cobertura no solo, não deixando o solo exposto, o que reduz a possibilidade de crescimento de plantas daninhas como a trapoeraba, por formar uma camada de palha sobre a superfície, causa um efeito físico e que limita a passagem de luz, criando dificuldades para que haja a germinação de sementes e a barreira dificultando o crescimento inicial das plântulas.

Controle Químico

Herbicidas

O uso de herbicidas é uma prática comum no controle de trapoeraba. Herbicidas seletivos podem ser aplicados para matá-la sem danificar as culturas. Para um manejo químico eficiente da trapoeraba é essencial que seja feito o controle da planta na fase inicial de desenvolvimento, na fase vegetativa e com poucas folhas desenvolvidas.

O manejo integrado recomenda alternar herbicidas com diferentes modos de ação para prevenir o desenvolvimento de resistência e fazer o uso adequado de herbicidas pré-emergentes.

Considerações finais

O controle da trapoeraba é fundamental para garantir a produtividade e a qualidade das lavouras. Uma abordagem integrada, utilizando métodos culturais e químicos, é a forma mais eficaz para manejar essa planta daninha.

Recomenda-se que os agricultores implementem estratégias de manejo integrado, ajustando as práticas conforme as condições específicas de suas propriedades, que não deixem aumentar a infestação e o controle seja feito em plantas menores, tendo assim melhores resultados.

___________________________________________________________________________

Com a crescente demanda por alimentos no mundo todo, é essencial que os profissionais do setor agrícola estejam capacitados para atender às necessidades do mercado

A Pós-graduação em Produção de Grãos oferece um programa completo e atualizado, com conteúdos teóricos e práticos que capacitam os alunos a melhorar seus processos produtivos, adotando técnicas modernas e sustentáveis. 

Ao concluir o curso, você estará apto a aplicar as melhores práticas na produção de grãos, aumentando sua eficiência e rentabilidade no campo.

Banner Pós-Graduação em Produção de Grãos

Autoria: Equipe Rehagro Grãos

Comentar