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Resistência a penetração do solo

Resistência à penetração do solo: como realizar avaliação

Em sistemas de produção intensificados, um dos principais desafios é a manutenção da adequada estrutura e aeração do solo.

Uma forma de suprir a demanda de oxigênio para as raízes é por meio de práticas de escarificação e subsolagem, pelo rompimento da camada compactada. Para recomendação dessa prática devem avaliados os níveis de compactação do solo.

 

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Em sistema de plantio direto (SPD), uma das principais causas da compactação dos solos é o tráfego de máquinas ocasionado pela redução das janelas de semeadura e intensificação do sistema de produção, em operações de semeadura, tratos culturais e colheita.

O problema aumenta quando as operações são realizadas em solos em condições de muita umidade e com pouca palha na superfície. O tráfego de máquinas pesadas pode promover a compactação superficial desses solos, sendo observados aumentos prejudiciais para as plantas, na faixa de 20 a 40 cm de profundidade.

Gráfico mostrando resistência a penetração do solo

Resistência à penetração (RP) de um Latossolo sob SPD há 10 anos.

A resistência à penetração do solo

O desenvolvimento radicular é afetado pela resistência à penetração (RP) e altera o potencial de produção das culturas.

Devido ao maior número de cultivos por ano, aumentou-se o tráfego de máquinas pesadas, o que pode aumentar a RP. A prática de intervenção mecânica para rompimento da camada compactada, muitas vezes é realizada sem critério técnico.

A resistência à penetração é um dos fatores mais importantes no alongamento radicular das culturas no perfil do solo. Os penetrômetros são os equipamentos mais adequados para prever a resistência à penetração das raízes.

Por outro lado, a conveniência em mensurar a RP com o uso de penetrômetros, pode superestimar a resistência para o crescimento radicular. Sendo que o alongamento da raiz no solo pode ser limitado pela RP e estresse hídrico.

Os diferentes tipos de penetrômetros disponíveis no mercado, com diferentes princípios de funcionamento, são necessários no mínimo de 15 repetições para avaliar a RP com menor variação.

Em solos sob SPD, a RP apresenta grande variação temporal, estando associada à variação do teor de água para cada condição de densidade do solo ou estado de compactação.

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Variabilidade espacial da resistência à penetração do solo

A variabilidade espacial da RP diminui da área de cabeceira para o centro da lavoura, sendo que os valores de RP variam também entre as ordens de solos:

  • Argissolos, os valores críticos de RP variam entre 1,19 MPa e 1,5 MPa;
  • Latossolos Vermelho distrófico, os valores críticos podem variar entre 2,1 MPa à 3,2 MPa.

Solos sob SPD apresentam valores mais elevados de RP até 40 cm de profundidade, comparado a solos sob sistema convencional.

A compactação do solo proporciona mudanças no sistema poroso nos solos sob cultivo convencional, há valores maiores de densidade do solo e menores de macroporosidade e porosidade total.

Os atributos físicos do solo podem ser classificados como diretamente relacionados ao crescimento das plantas, água, oxigênio, temperatura e RP, e relacionados ao crescimento das raízes, densidade do solo, porosidade, infiltração de água, agregação e textura.

A seleção de atributos físicos deve ser sensíveis ao manejo e produção das culturas, além do monitoramento da qualidade do solo.

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Solos sob sistema de plantio direto

Solos sob SPD podem apresentar maior crescimento radicular devido à presença de poro contínuo, criado por minhocas e raízes de culturas anteriores.

Esses bioporos ocupam menos que 1% do volume do solo, podendo ser utilizado por raízes de culturas subsequentes como passagem para o desenvolvimento radicular. Os pelos radiculares nas pontas das raízes apresentam como função potencial de ancoragem mecânica, para as raízes que crescem em bioporos.

Os solos argilosos são mais suscetíveis à compactação quando comparados a solos com a textura arenosa.

Em solos compactados, há decréscimo da macroporosidade, da disponibilidade de água e da absorção de nutrientes. Como consequência, há redução na difusão de gases no solo, limitando os processos metabólicos das plantas.

Quando é identificada a compactação do solo, recomenda-se utilizar um sistema de manejo que possibilite romper a camada compactada. A escarificação proporciona redução da resistência do solo à penetração, com pouca mobilização do solo. Quando a camada compactada está em profundidades não atingidas pelos escarificadores, a subsolagem é recomendada para o rompimento dessa camada.

A utilização de escarificadores em SPD vêm sendo indicada para romper camadas compactadas até 0,20 m. Entretanto, a eficiência desta prática em solos sob SPD tem sido questionada.

O uso de subsoladores vem sendo indicado para romper camadas compactadas em profundidades acima de 0,20 m. A utilização de subsoladores, há o rompimento das camadas compactadas até 40 cm. A subsolagem é uma prática que corrige e mobiliza o solo em subsuperfície tendo como vantagem o não revolvimento do solo, sendo indicado para áreas sob SPD.

A prática da subsolagem em solos sob SPD, pode ser uma operação com alto custo e com baixo rendimento operacional.

Para proporcionar efeito duradouro das práticas de escarificação e subsolagem sob SPD, deve-se implantar gramíneas forrageiras após a prática da intervenção mecânica, permitindo que as raízes ocupem os espaços deixados pelas hastes dos equipamentos, a fim de que possam formar poros contínuos, melhorando a capacidade de suporte de carga do solo.

Atualmente, em muitos sistemas de cultivo, o tráfego de máquinas aumentou, devido à adoção de dois ou três cultivos por ano na mesma área.

Além disso, os produtores têm utilizado máquinas com maior rendimento operacional e, portanto, mais pesadas, e também devido ao maior número de entrada nas áreas para manejo de doenças, plantas daninhas e pragas, visando atingir maiores produtividades.

Na soja, há situações em que o produtor tem feito de oito a dez pulverizações por ciclo da cultura. Dessa forma, novas avaliações de RP devem ser realizadas para tomada de decisão sobre o uso de escarificadores e subsoladores.

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Alessandro Alvarenga

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