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Grãos de café antes da torra

Classificação física do café: o que é e como realizar?

A classificação física do café, é uma etapa de grande importância para se determinar a qualidade e a precificação do grão.

Os seus critérios se baseiam na Instrução normativa nº 8, de 11 de junho de 2003, do Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que tem objetivo de especificar os aspectos de identidade e de qualidade do Café Beneficiado Grão Cru. 

O café pode ser classificado por categoria, subcategoria, grupo, subgrupo, classe e tipo, de acordo a espécie, formato do grão e a granulometria, o aroma e o sabor, a bebida, a cor e a qualidade, de acordo com a Instrução normativa nº 8. No entanto, a principal finalidade da classificação física do café é obter a tipificação.

A tipificação é uma forma de categorizar o café a partir da quantificação de seus defeitos extrínsecos e intrínsecos. Esses defeitos são contabilizados de acordo sua gravidade, por meio de equivalência. 

 

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Defeitos extrínsecos do café

Os defeitos extrínsecos são os defeitos externos ao grão de café, como: pau, pedra, torrão, casca, e qualquer matéria estranha ou impureza que estiverem juntos ao grão de café. Normalmente, são oriundos da falta de limpeza e por problemas no beneficiamento.

A classificação das cascas, paus, pedras e torrões, como grandes, regulares, ou pequenos, pode ser feita com o grão de café como referência, dessa forma, se possuírem tamanho superior ao grão são considerados grandes, e tamanho inferior, pequenos. Cafés com mais de 1% de impurezas e matérias estranhas são proibidos de serem comercializados, até que ocorra o seu rebeneficiamento.

Tabela de defeitos extrínsecos do café (Coffea arábica L.), segundo INº 08.

Tabela de defeitos extrínsecos (Coffea arábica L.), segundo INº 08.

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Defeitos intrínsecos no café

Já os defeitos intrínsecos são os defeitos contidos no grão de café, que geralmente são oriundos de sua produção, processamento, armazenamento, de modificações fisiológicas e genéticas, e na maioria das vezes pela ação de microrganismos, pragas e doenças, ou outros fatores que trarão danos diretos ao grão de café. Dentre estes defeitos, destacam-se, grão preto, grão ardido, grão preto verde, concha, mal granado, verde, quebrado.

É importante ressaltar que quando em um grão for visto dois ou mais defeitos, deve-se classificá-lo de acordo com a maior equivalência do defeito.Tabela de defeitos intrínsecos do café (Coffea arábica L.), segundo INº 08.

Tabela de defeitos intrínsecos (Coffea arábica L.), segundo INº 08.

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Etapas da classificação física do café

Segundo a Instrução Normativa n° 8, é necessário cumprir etapas para chegar na tipificação do café, como:

  1. Verificar se há na amostra qualquer indício de desqualificação direta, como presença de insetos vivos, aspecto de mofado, mau estado de conservação, presença de sementes tóxicas, etc.
  2. Caso o produto esteja em condições de ser classificado, deve-se fazer a uniformização e homogeneização da amostra de trabalho, e assim fazer o quarteamento da mesma, até a obtenção de 300 gramas para a análise.
  3. Indicar as características de umidade e cor do produto, passando os resultados para o laudo.
  4. Separar as impurezas e matérias estranhas da amostra, efetuar a pesagem das mesmas, a partir disso realiza-se o cálculo do percentual encontrado. Caso ocorra um percentual maior que 1%, constado na norma, é necessário desclassificar temporariamente o produto.
  5. Após a amostra estar livre de defeitos extrínsecos, deve-se começar a separação dos defeitos sempre agrupando de acordo com suas equivalências. 
  6. A partir da separação e o agrupamento, realiza-se a contagem dos defeitos de acordo com os parâmetros da tabela (tabela 2), anotando os resultados no laudo. 
  7. Analisar o resultado do número de defeitos, e determinar o tipo do café.

Tabela de tipificação de cafés (Coffea arábica L.), segundo INº 08.

Tabela de tipificação de cafés (Coffea arábica L.), segundo INº 08.

A tabela demonstra a equivalência do número de defeitos contabilizados ao final da classificação. Ela determina, assim, o seu tipo de acordo com a pontuação da amostra analisada. Onde o tipo 2 é o tipo com o menor número de defeitos, apresentando de 4 a 11 defeitos, e o 8 com o maior número de defeitos, podendo apresentar até 360 defeitos.

A tipificação é um ponto crucial para a exportação e comercialização do café, onde cafés com tipo acima de 8 são considerados fora de tipo e impedidos de serem comercializados, necessitando assim, realizar o rebeneficiamento.

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Larissa Cocato - Coordenadora de Ensino Café

Joana Oliveira

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