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Azospirillum no milho: por que usar e quais os benefícios?

Azospirillum no milho

É quase inimaginável pensar que uma bactéria como as do gênero Azospirillum possa reduzir o gasto com adubação e incrementar até 30% de produtividade em grãos. 

Essa mudança na mente dos produtores de grãos, pode resultar em mais produtividade e mais lucro!

Analisando o histórico de cultivo do milho, ele é uma das culturas mais antigas a ser cultivadas no mundo, e mesmo passando por muito melhoramento ao longo dos anos, ainda é comum alguns produtores pensarem apenas em adubos industriais para fornecimento de nutrientes.

Você sabia que para grãos, como milho e soja, existem algumas bactérias que trazem justamente esse benefício? É o caso da fixação biológica do nitrogênio, realizada pela bactéria do gênero Rhizobium

A associação desta bactéria com a soja permite que a cultura seja autossuficiente quanto à necessidade de nitrogênio (N), dispensando a adubação mineral com N.

No entanto, não só a soja é beneficiada por associação com microrganismos, o milho estabelece uma relação com bactérias do gênero Azospirillum, que assim como o Rhizobium, tem a capacidade de captar o N da atmosfera e transformá-lo em N assimilável.

 

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Azospirillum nas raízes do milho

Bactérias do gênero Azospirillum, quando associadas às raízes de milho, podem atuar no crescimento vegetal por meio da redução do nitrato, presente no sistema radicular, a amônio. 

Esta é uma reação que ocorre, normalmente, no metabolismo vegetal, só que para isso acontecer, a planta precisa gastar energia (ATP), e é aí que entra o Azospirillum.

Essa bactéria faz com que a planta não tenha que gastar energia, para converter NO₃ — à NH₃, e assim, possa direcioná-la para outros processos metabólicos, muito embora, este processo de simbiose também demande gasto energético.

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Azospirillum e fixação biológica de nitrogênio pelo milho

A fixação biológica de nitrogênio pelo milho pode ser variável para diferentes cultivares, ou seja, algumas podem ser mais favorecidas que outras. Na literatura, encontram-se diversos relatos sobre os benefícios da FBN para o milho, benefícios estes, listados abaixo: 

  1. Aumento relativo de massa seca; 
  2. Acúmulo de nutrientes; 
  3. Aumento da produtividade, podendo chegar a 25% no rendimento de grãos.

Há relatos de que a inoculação de Azospirillum nas culturas do milho e do trigo possibilitaram incremento de 26 e 30%, respectivamente, na produção de grãos.

Além disso, quando pensamos em todo o desenvolvimento da cultura, existem ainda mais benefícios destas bactérias, como: 

  • Estímulo do crescimento da planta por diversos mecanismos, incluindo síntese de hormônios; 
  • Melhoria do fornecimento de N; 
  • Mitigação de estresses hídricos e 
  • Controle biológico da microbiota patogênica presente no solo.

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No entanto, existem diversos fatores que podem influenciar a abundância e a atividade deste microrganismo no solo, portanto, é necessário prestar bastante atenção e avaliar criteriosamente cada um deles:

  1. pH;
  2. Umidade;
  3. Temperatura;
  4. Disponibilidade de fontes de carbono.

Entender como manejar o nitrogênio com foco em produtividade é essencial para alcançar colheitas de soja e milho de forma satisfatória, mas existem processos que interferem em sua eficiência, consequentemente no resultado.

Manejo da fertilidade do solo

Diante dos diversos fatores apresentados, fica evidente que é preciso fazer um correto manejo da fertilidade do solo, principalmente no que se refere à correção de acidez, com uso de calcário, uma vez que o objetivo dele é elevar o pH e neutralizar o alumínio. 

Outra prática recomendada é a rotação de culturas e a adoção do sistema de plantio direto, pois a palhada que ficará sobre a superfície do solo, irá aumentar a retenção de umidade, reduzindo a amplitude térmica e aumentando o aporte de carbono orgânico. 

Esses fatores são de extrema importância para as bactérias conseguirem desempenhar suas funções. Assim, o produtor pode obter colheitas mais fartas, uma vez que consiga explorar o potencial que essa bactéria oferece.

Um ponto que merece destaque e atenção, se refere à  eficiência do uso destas bactérias no campo. É preciso que as estirpes selecionadas apresentem boa habilidade em sobreviver e colonizar as sementes de milho germinadas, quando na presença de diversos outros microrganismos na rizosfera (porção do solo próximo às raízes).

Outro fator que deve ser considerado, é que essas bactérias precisam apresentar, ainda, a capacidade de se locomoverem em direção a um gradiente químico (exsudatos radiculares), para assim, iniciar o processo simbiótico.

E fique de olho! Agora que você aprendeu que bactérias como as do gênero Rhizobium para soja e as do gênero Azospirillum para milho, ajudam a fornecer o Nitrogênio, que é de suma importância, não se esqueça de conhecer também os benefícios da agricultura de precisão e do uso do boro nas culturas de soja e milho.

O uso correto desses nutrientes pode resultar em um melhor desempenho para colheitas dos grãos.

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Alessandro Alvarenga

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