A qualidade do café está intrinsecamente ligada à umidade dos grãos. Desde o processamento até o armazenamento, o controle adequado da umidade é fundamental para garantir que o café mantenha suas características desejáveis, como o aroma e o sabor.
Neste contexto, a gestão da umidade desempenha um papel fundamental na rentabilidade da produção e na aceitação do produto no mercado.
O que é a umidade nos grãos de café?
A umidade nos grãos de café refere-se à quantidade de água presente nas sementes após a colheita. Este fator é determinante para o sucesso da produção, pois a água não apenas influencia as reações metabólicas nos grãos, mas também afeta diretamente a qualidade do café.
Grãos com maior umidade são mais suscetíveis à degradação, o que pode resultar em perda de sabor, aroma e, consequentemente, na qualidade do produto final.Além disso, o conteúdo de umidade também afeta diretamente o processamento e o armazenamento do café.
Grãos com umidade excessiva ou irregular podem comprometer o sabor, acelerar a formação de fungos e aumentar o risco de contaminação por micotoxinas. Por outro lado, a umidade muito baixa resulta em grãos quebradiços e perda de peso, afetando tanto a quantidade quanto a qualidade do produto.
Qual é a umidade ideal para o café?
Após o processo de secagem, a umidade dos grãos deve estar entre 10,8% a 11,2%, o que é considerado ideal para preservar a qualidade do café. Grãos com essa umidade equilibrada têm uma acidez agradável e um aroma característico, que são altamente valorizados pelos consumidores.
Se os grãos forem armazenados com umidade elevada, eles podem sofrer rápida perda de qualidade, como o escurecimento e a redução do aroma. O excesso de umidade também favorece o desenvolvimento de fungos, o que pode prejudicar tanto a quantidade quanto a qualidade do café, além de aumentar os riscos de contaminação por micotoxinas.
Por outro lado, grãos excessivamente secos, com menos de 10% de umidade, são mais frágeis, aumentando a chance de quebra durante o beneficiamento. Grãos muito secos também podem resultar em um processo de torra desuniforme, o que impacta negativamente no sabor e aroma do café.
Como medir a umidade dos grãos?
A medição da umidade deve ser feita, principalmente, durante o processo de secagem, para garantir que os grãos atinjam a umidade ideal. No entanto, é igualmente importante monitorar a umidade durante o armazenamento, pois mesmo com grãos secos (10,8-11,2% de umidade), eles podem reabsorver água do ambiente e sofrer perdas de qualidade.
Para determinar a umidade, pode-se utilizar medidores eletrônicos, que funcionam com base na constante dielétrica dos grãos, variando conforme a quantidade de água. Contudo, esses equipamentos precisam ser calibrados regularmente para garantir medições precisas.
Além disso, é importante realizar a amostragem correta dos lotes, coletando grãos aleatoriamente em diferentes pontos, a fim de obter uma média representativa da umidade presente.
Progressão da secagem
O processo de secagem ocorre em etapas bem definidas:
- Grãos são inicialmente secados até atingirem 30% de umidade.
- Em seguida, reduz para 18% a 20%.
- Finalmente, alcançam a faixa ideal de 10,8% a 11,2%.
A importância de controlar a umidade
A umidade dos grãos de café é um fator determinante para a qualidade do produto final. Manter os grãos dentro da faixa ideal de 10% a 12% de umidade durante o processo de secagem e armazenamento assegura que o café mantenha suas características sensoriais desejadas, como o aroma e o sabor durante o armazenamento.
A determinação constante da umidade, o uso de equipamentos adequados para medição e a correta execução da secagem são essenciais para garantir um café de alta qualidade. Com esses cuidados, o produtor consegue não apenas evitar perdas significativas de produto, mas também melhorar a rentabilidade e a aceitação do café no mercado.
Assim, o controle da umidade se revela não apenas como uma questão técnica, mas também estratégica para a excelência na produção de café.
Conclusão
Controlar a umidade nos grãos de café não é apenas uma questão técnica, mas uma estratégia fundamental para assegurar qualidade, competitividade e lucratividade na cafeicultura. O produtor que domina esse processo reduz perdas, preserva os atributos do grão e garante melhores resultados no mercado.
Aprenda mais sobre gestão na cafeicultura
Se você deseja ir além do manejo da umidade e dominar todas as etapas que influenciam a rentabilidade e a qualidade da lavoura de café, conheça o Curso Gestão na Produção de Café Arábica do Rehagro.
Com uma abordagem prática e totalmente voltada para a realidade do campo, o curso é a oportunidade de aprender com especialistas do Rehagro, referência nacional em capacitação no agronegócio, e aplicar imediatamente o conhecimento na sua propriedade ou na consultoria de cafeicultura.
Comentar