O milho é uma das culturas mais importantes para a agricultura mundial, sendo uma fonte essencial de alimento para humanos e animais, além de matéria-prima para diversos produtos industriais.
No entanto, a produção de milho enfrenta diversos desafios, entre eles, a infestação por pulgões. Esses pequenos insetos sugadores podem causar danos significativos às plantas, afetando a produtividade.
Neste artigo, aprenderemos, de forma detalhada, como identificar e manejar o pulgão do milho, oferecendo orientações sobre as melhores práticas para proteger a lavoura.
O que é o pulgão do milho?
O pulgão do milho, cientificamente conhecido como Rhopalosiphum maidis, é um inseto pertencente à família Aphididae. Ele é de cor verde-escura a negra e apresenta um corpo em forma de pêra. Esses insetos são conhecidos por sua capacidade de reprodução rápida, o que pode levar a infestações severas em curtos períodos.
Os pulgões do milho se alimentam sugando a seiva das plantas, o que pode resultar em transmissão de fungos e bactérias, e a excreção de honeydew (líquido açucarado) nas folhas favorece o desenvolvimento da “fumagina”, que recobre a folha e dificulta sua respiração e fotossíntese debilitando-a ainda mais a planta.
Quais os impactos do pulgão do milho na produção?
Os danos causados pelo pulgão do milho podem ser classificados em diretos e indiretos.
Os danos diretos incluem a perda de vigor da planta devido à sucção da seiva, que pode levar ao murchamento e à morte das folhas. Além disso, a secreção de substâncias açucaradas pelos pulgões favorece o crescimento de fungos, como a fumagina, que reduz a capacidade fotossintética das plantas.
Essa secreção pode causar danos no momento da polinização dos grãos, visto que essa praga costuma de hospedar próximo ao pendão, onde estão os grãos de pólen, o grão de pólen pode ficar preso a essa secreção melada e não chegar até às espigas, onde se encontra os óvulos para ocorre a fecundação do grão de milho, gerando as perdas de polinização dos grãos.
Já os danos indiretos são causados pela transmissão de viroses, como o vírus do nanismo do milho e o vírus do mosaico, que podem comprometer seriamente a produtividade das lavouras.
Como identificar o pulgão do milho na lavoura?
Identificar precocemente a presença do pulgão do milho é essencial para um manejo eficaz da praga, minimizando danos às culturas de milho. Por isso, o monitoramento para identificação da presença da praga e de colônias antes de visualizar sintomas nas plantas é essencial.
O pulgão é muito encontrado nos caules, face abaxial das folhas e nas folhas ainda enroladas no cartucho da planta e próximo ao pendão, antes ou após a emissão desse.
Para monitorar a presença do pulgão do milho de maneira eficaz, é recomendável realizar inspeções regulares das plantas, especialmente durante as fases iniciais de crescimento e desenvolvimento. Durante essas inspeções, observar atentamente a parte inferior das folhas ainda enroladas/encartuchadas, onde os pulgões tendem a se concentrar, pode revelar a presença de colônias ou sinais de alimentação.
Além da inspeção visual direta, o uso de armadilhas adesivas amarelas é uma técnica eficiente para detectar a presença e avaliar o nível de infestação de pulgões. As armadilhas são estrategicamente colocadas dentro do campo ou em pontos específicos da plantação, atraindo os insetos pela cor amarela, que é especialmente atraente para muitas espécies de pulgões.
Ao combinar a observação cuidadosa das plantas com o uso de armadilhas adesivas, os agricultores podem estabelecer um sistema de monitoramento precoce que permite tomar medidas de manejo antes que a população de pulgões atinja níveis prejudiciais para a cultura.
Manejo integrado de pragas (MIP)
O manejo integrado de pragas (MIP) representa a abordagem mais eficaz para controlar o pulgão do milho, integrando diversas técnicas de controle para um manejo mais eficiente e sustentável.
Controle biológico
As técnicas de controle biológico são fundamentais no MIP, aproveitando os inimigos naturais dos pulgões.
Predadores como joaninhas e crisopídeos são exemplos de agentes biológicos que se alimentam dos pulgões, ajudando a controlar suas populações de forma natural e sustentável. Assim, introduzir ou conservar esses predadores naturais no ambiente agrícola pode ser uma medida preventiva eficaz contra infestações de pulgões.
Controle químico
O controle químico é indispensável em casos de infestações severas de pulgão do milho.
No entanto, é importante utilizar inseticidas específicos e seletivos para pulgões, seguindo rigorosamente as recomendações técnicas para evitar o desenvolvimento de resistência nos insetos e associar aos manejos biológico e cultural.
Controle cultural
O controle cultural compreende práticas agrícolas que visam reduzir a disponibilidade de recursos e o ambiente favorável para a proliferação dos pulgões. Isso inclui a eliminação de plantas daninhas que podem servir como hospedeiras alternativas para os pulgões e a implementação de rotação de culturas.
A rotação de culturas é particularmente eficaz, pois interrompe o ciclo de vida dos pulgões e reduz a continuidade de seu habitat ideal ao longo das estações de cultivo.
Principais estratégias de prevenção do pulgão
Prevenir a infestação pelo pulgão do milho é essencial para um manejo eficaz da praga. Desse modo, implementar estratégias preventivas pode reduzir significativamente os riscos de danos às culturas de milho.
Escolha de variedades resistentes
Selecionar variedades de milho geneticamente resistentes ao pulgão do milho é uma das estratégias preventivas mais eficazes. Estas variedades possuem características que dificultam a alimentação e reprodução dos pulgões, reduzindo assim a vulnerabilidade das plantas à praga.
Rotação de culturas
A rotação de culturas é uma prática agrícola que consiste em alternar o tipo de cultura plantada em um determinado terreno ao longo das estações. Esta técnica interrompe o ciclo de vida dos pulgões, pois reduz a disponibilidade contínua de hospedeiros favoráveis à praga.
Culturas alternativas que não são hospedeiras naturais dos pulgões podem ser intercaladas com o milho, diminuindo assim a pressão da praga sobre as culturas principais.
Manutenção da lavoura limpa
Manter a lavoura livre de plantas daninhas e restos de culturas anteriores é importante para minimizar os habitats favoráveis aos pulgões. As plantas daninhas podem servir como hospedeiras alternativas e atrair pulgões, aumentando o risco de infestação nas culturas de milho.
A remoção regular de plantas invasoras e o manejo adequado dos restos de colheita ajudam a reduzir a disponibilidade de alimento e abrigo para os insetos, contribuindo para um ambiente menos propício à sua proliferação.
Conclusão
O manejo eficaz do pulgão do milho requer uma combinação de práticas integradas que incluem monitoramento constante, uso de controles biológicos, químicos e culturais, e a implementação de estratégias preventivas.
A identificação precoce e a ação rápida são fundamentais para minimizar os danos e garantir uma produção de milho sustentável e lucrativa. Desse modo, com a aplicação dessas práticas, é possível controlar a infestação de pulgões e proteger a produtividade das lavouras de milho.
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Autoria: Equipe Rehagro Grãos
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