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Aleitamento de bezerro com sucedâneo

Sucedâneo no aleitamento de bezerras: dicas para correta utilização

O aleitamento artificial consiste no tipo mais comum de criação de gado especializado para produção leiteira, pois permite a quantificação do custo na fase de cria, a racionalização dos animais separando as vacas de suas crias, a ordenha se torna mais higiênica e o controle da quantidade de alimento que está sendo consumida se torna mais eficaz.

Além disso, em sistemas de aleitamento artificial a ocorrência de doenças tende a ser menor.

Mas afinal, qual a melhor opção: fornecer leite limpo, leite de descarte ou sucedâneo lácteo para as bezerras?

Quando há condições de se fornecer o leite limpo de vaca em condições adequadas de higiene, os resultados alcançados tendem a serem melhores, com melhor desempenho, menor incidência de diarreias e, consequentemente, menor mortalidade.

Além disso, não devemos desconsiderar o uso de leite de descarte quando em vista a disponibilidade de pasteurização e a correção do teor de sólidos.

Vamos abordar neste texto dicas a fim de garantir um correto aleitamento quando a decisão for utilizar sucedâneo como principal alimento para bezerras em aleitamento.

 

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Utilização do sucedâneo no aleitamento

O sucedâneo deve ter a sua utilização considerada principalmente em situações de adensamento de leite e quando não houver disponibilidade de leite limpo e/ou leite de descarte.

A decisão de quando utilizar o sucedâneo é específica para cada fazenda e deve ser considerada mediante análises de custo-benefício.

Essa escolha é muitas vezes norteada pela redução de custos. A parte econômica da utilização de sucedâneo não deve ser ignorada, ao contrário, sua análise deve estar vinculada ao desempenho animal.

Além da redução de custos, outras vantagens podem ser ressaltadas quanto ao uso de sucedâneos, como desvincular o horário da ordenha ao horário do trato dos bezerros, evitar a transmissão vertical (via leite) de doenças da vaca para a bezerra, reduzir o uso de leite de descarte, facilidade de estoque e produto de consistência uniforme quando manejado corretamente.

A correta utilização do sucedâneo será fundamental para ter oportunidade de desfrutar dos benefícios citados. Sendo assim, é preciso atenção primeiramente na decisão da sua inclusão ou não na dieta.

Por fim, caso a melhor opção seja sua utilização, será necessário foco em alguns pontos para compra de um produto que proporcione também boas condições de desenvolvimento às bezerras.

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Recomendações do uso do sucedâneo

Assim como na oferta de leite para as bezerras, o uso de sucedâneo lácteo deve seguir algumas recomendações, como:

  • Ser ofertado sempre no mesmo horário;
  • Ser ofertado em temperatura constante (37 a 39ºC);
  • Evitar variações no volume fornecido;
  • Manter consistência na concentração de sólidos (12,5 a 15%).

O fornecimento de sucedâneo pode ser realizado através de mamadeira, amamentador automático, balde com bico, amamentador coletivo e balde sem bico.

Vale ressaltar que a altura do balde com bico deve ser de aproximadamente 45 cm do chão, se assemelhando com a altura do úbere da mãe.

O ideal é que o sucedâneo utilizado seja produzido a partir de matéria prima de origem láctea.

No entanto, há aqueles que são produzidos a partir de matéria prima de origem vegetal. Os valores de fibra indicados no rótulo dos sucedâneos nos indicam se o produto possui mais ou menos proteína de origem vegetal.

Conforme será citado no próximo tópico, a recomendação é de que os sucedâneos apresentam teores de fibra inferiores a 0,15. Valores superiores apontam que há uma grande quantidade de proteínas vegetais, as quais as bezerras não conseguem digerir muito bem e podem desencadear distúrbios digestivos.

Observar o aspecto do sucedâneo algum tempo após sua diluição e mistura também é uma boa opção. Sucedâneos que apresentam decantação após serem diluídos corretamente e bem misturados geralmente não possuem uma qualidade nutricional que atenda às exigências das bezerras.

Qualidade de mistura de sucedâneos

Qualidade de mistura de sucedâneos. Note que o sucedâneo da esquerda apresentou boa qualidade de mistura e não decantou, enquanto o sucedâneo da direita não se misturou bem e decantou de forma considerável. Fonte: Professora Sandra Gesteira, UFMG

Características de um bom sucedâneo

Composição do sucedâneo

  • Composição deve conter 10-20% de gordura, 18-22% de proteína e fibra menor que 0,15%.
  • Maior parte da proteína deve ser originada de derivados do leite (Exemplos: proteínas do leite desnatado, proteínas do soro do leite, concentrado proteico de soro, etc);
  • Lactose deve ser a principal fonte de energia. A quantidade de substitutos não deve ser maior que 8 a 10% na MS para que o crescimento de tecidos corporais não seja prejudicado.
  • Utilizar diluição recomendada pelo fabricante, geralmente, é de 12,5% de sólidos totais por litro. A mensuração do teor de sólidos totais pode ser feita via refratômetro. Caso o refratômetro utilizado seja óptico, devemos somar o fator de correção de 1,1 à leitura obtida no refratômetro (ex.: leitura de refratômetro de 12, logo somamos 1,1 e o resultado do teor de sólidos totais é de 13,1%). No entanto, caso o refratômetro utilizado seja digital, o fator de correção passa a ser 1,5 (ex.: leitura de refratômetro de 12, logo somamos 1,5 e o resultado do teor de sólidos totais é de 13,5%).
  • Garantir a boa homogeneidade da solução.

Mas afinal, para que servem os sólidos totais? Os teores de sólidos totais auxiliam no desempenho da bezerra, fazendo com que a mesma ganhe peso e seja desaleitada mais rapidamente e com saúde.

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