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Rotinas de regularização e adequação ambiental no agronegócio: um guia completo

O agronegócio brasileiro destaca-se como um dos mais produtivos e competitivos do mundo, mas enfrenta desafios significativos em termos de impacto ambiental. Diante disso, a regularização e adequação ambiental entram como componentes fundamentais para a sustentabilidade e a competitividade no agronegócio.

A sustentabilidade ambiental vai além da conformidade legal, representando uma estratégia essencial para assegurar a longevidade e viabilidade econômica das operações agrícolas.

O que é regularização e adequação ambiental?

Regularização e adequação ambiental referem-se a um conjunto de práticas e procedimentos que garantem que a produção agrícola esteja em conformidade com as leis ambientais. 

Estas práticas minimizam o impacto sobre o meio ambiente e promovem a utilização sustentável dos recursos naturais. Algumas das principais áreas de foco incluem:

  • Gestão de recursos hídricos: implementação de sistemas de irrigação eficientes e práticas de conservação de água para garantir o uso sustentável dos recursos hídricos.
  • Conservação do solo: adoção de técnicas de plantio direto, rotação de culturas e uso de cobertura vegetal para prevenir a erosão do solo e manter a sua fertilidade.
  • Controle de desmatamento: cumprimento das leis que regulam o uso da terra e a preservação de áreas florestais, contribuindo para a proteção da biodiversidade.
  • Manejo de resíduos: desenvolvimento de sistemas de gestão de resíduos agrícolas, incluindo a compostagem e a reciclagem de materiais orgânicos e inorgânicos.

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Licenciamento ambiental no agronegócio

O licenciamento ambiental é um processo administrativo essencial no agronegócio, onde o órgão ambiental competente autoriza a localização, instalação, ampliação e operação de atividades e empreendimentos que utilizam recursos naturais, são considerados efetiva ou potencialmente poluidores, ou que possam causar degradação ambiental.

Quais os tipos de licenças ambientais no agronegócio?

No agronegócio, diferentes tipos de licenças ambientais podem ser requeridas, dependendo da fase do empreendimento:

  1. Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção. Esta licença atesta a viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases.
  2. Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade conforme as especificações nos planos, programas e projetos aprovados. Inclui medidas de controle ambiental e outras condicionantes necessárias para minimizar os impactos ambientais.
  3. Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento após a verificação do cumprimento das exigências das licenças anteriores. Esta licença assegura que as medidas de controle ambiental e condicionantes determinadas para a operação foram implementadas adequadamente.

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Órgãos competentes para o licenciamento ambiental no agronegócio

No Brasil, a competência para o licenciamento ambiental no agronegócio é distribuída entre órgãos federais, estaduais e municipais, conforme a localização e o potencial de impacto do empreendimento:

  1. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): responsável pelo licenciamento de empreendimentos e atividades com impacto ambiental de âmbito nacional ou regional. Inclui aqueles que afetam unidades de conservação federais, terras indígenas, ou que envolvem mais de um estado.
  2. Órgãos Estaduais de Meio Ambiente: responsáveis pelo licenciamento de atividades e empreendimentos com impacto ambiental restrito ao estado. Cada estado possui seu próprio órgão ambiental que estabelece as normas e procedimentos para o licenciamento.
  3. Órgãos Municipais de Meio Ambiente: realizam o licenciamento de empreendimentos e atividades com impacto ambiental local. Estes órgãos garantem que as especificidades locais sejam consideradas no processo de licenciamento.

Como é o processo de licenciamento ambiental no agronegócio?

O processo de licenciamento ambiental no agronegócio envolve várias etapas, desde a solicitação até a emissão da licença. As principais etapas são:

  1. Solicitação: o empreendedor deve solicitar a licença ambiental junto ao órgão competente, apresentando os documentos e estudos ambientais requeridos. Essa etapa é crucial para garantir que todas as informações necessárias sejam fornecidas.
  2. Análise técnica: o órgão ambiental realiza uma análise técnica dos documentos e estudos apresentados, podendo solicitar informações complementares ou ajustes. Esta análise detalhada assegura que todos os impactos ambientais sejam considerados.
  3. Audiências públicas: em alguns casos, são realizadas audiências públicas para ouvir a comunidade e outras partes interessadas sobre o empreendimento. As audiências são importantes para garantir a transparência e a participação pública no processo.
  4. Decisão: após a análise técnica e as audiências públicas (quando aplicável), o órgão ambiental emite a licença ou nega o pedido, justificando sua decisão. A decisão é baseada na conformidade do empreendimento com as normas ambientais.
  5. Fiscalização e monitoramento: após a emissão da licença, o órgão ambiental realiza a fiscalização e o monitoramento do cumprimento das condicionantes e medidas de controle ambiental estabelecidas. Essa etapa é vital para garantir que as atividades sejam conduzidas de acordo com as normas ambientais.

Ao compreender e seguir rigorosamente o processo de licenciamento ambiental, o agronegócio pode operar de maneira sustentável, minimizando os impactos ambientais e assegurando a conformidade com as legislações ambientais vigentes.

Principais práticas para adequação ambiental no agronegócio

A adequação ambiental no agronegócio é essencial para promover práticas agrícolas sustentáveis, minimizando o impacto ambiental e conservando os recursos naturais. 

Este conceito vai além do cumprimento das exigências legais e se traduz em ações práticas que beneficiam o meio ambiente e a economia. Aqui estão algumas das principais práticas de adequação ambiental:

Recuperação de áreas degradadas

A recuperação de áreas degradadas é importante para manter a biodiversidade e restaurar serviços ecossistêmicos vitais. Entre as iniciativas, destacam-se o reflorestamento, a recuperação de matas ciliares e a implementação de sistemas agroflorestais.

Essas ações ajudam a revitalizar ecossistemas, melhorando a qualidade do solo e da água, além de aumentar a resiliência contra mudanças climáticas.

Conservação do solo e da água

A conservação do solo e da água é vital para a sustentabilidade agrícola. Práticas como o terraceamento, a rotação de culturas e o manejo adequado das bacias hidrográficas são fundamentais.

Essas técnicas ajudam a prevenir a erosão, manter a umidade do solo e assegurar a disponibilidade de água, essenciais para a produtividade agrícola e a saúde ambiental.

Manejo integrado de pragas

O manejo integrado de pragas (MIP) é uma abordagem que combina métodos biológicos, culturais e químicos para controlar pragas de forma eficiente e sustentável. O objetivo é reduzir o uso de agrotóxicos, minimizando os impactos ambientais e os riscos à saúde humana.

Técnicas como o uso de inimigos naturais das pragas e o monitoramento regular das plantações são partes integrantes do MIP.

Uso racional de insumos

O uso racional de insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos, é vital para evitar a contaminação do solo e da água. A adoção de práticas como a adubação verde, o uso de biofertilizantes e a aplicação precisa de defensivos pode melhorar significativamente a sustentabilidade da produção agrícola.

Essas práticas não só protegem o meio ambiente, mas também podem aumentar a eficiência dos insumos e reduzir custos.

Implementação de sistemas de gestão ambiental

A implementação de sistemas de gestão ambiental, como a certificação ISO 14001, é uma maneira eficaz de assegurar que as práticas agrícolas estejam alinhadas com os padrões ambientais internacionais.

Esses sistemas promovem a melhoria contínua e a conformidade com as regulamentações, contribuindo para a sustentabilidade e a competitividade do agronegócio.

Quais os benefícios da adequação ambiental?

A adoção de práticas de adequação ambiental oferece inúmeros benefícios ao agronegócio:

  • Redução de custos: práticas sustentáveis podem diminuir os custos operacionais, como os relacionados ao uso de insumos e energia.
  • Acesso a mercados: a conformidade com normas ambientais é cada vez mais valorizada nos mercados internacionais, abrindo novas oportunidades de comercialização.
  • Melhoria da imagem: a adoção de práticas sustentáveis melhora a imagem da empresa perante consumidores, investidores e a sociedade em geral.
  • Redução de riscos Legais: o cumprimento das normas ambientais reduz o risco de multas e penalidades, além de evitar litígios e danos à reputação.
  • Sustentabilidade de longo prazo: a adequação ambiental contribui para a sustentabilidade de longo prazo da atividade agrícola, garantindo a conservação dos recursos naturais e a viabilidade econômica das operações.

A adequação ambiental no agronegócio não só protege o meio ambiente, mas também assegura a sustentabilidade econômica e a competitividade das operações agrícolas. Desse modo, adotar essas práticas é essencial para um futuro mais verde e próspero.

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