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Folha do cafeeiro

Extratores Mehlich 1 e resina: qual a diferença entre eles?

Para quantificar o fósforo no solo, podem ser utilizados os métodos de Mehlich 1 e Resina de troca aniônica e mista (aniônica + catiônica).

O método de Mehlich 1 (ácido clorídrico + ácido sulfúrico) utiliza um extrator fortemente ácido, dessa forma, esse método pode extrair o fósforo ligado ao cálcio, que não está disponível para as plantas.

Assim, solos adubados com fosfatos de baixa solubilidade, como fosfatos naturais, e com a utilização desses extratores ácidos, podem extrair quantidade de fósforo superiores àquelas consideradas disponíveis, não apresentando boas correlações com rendimentos das culturas.

Por outro lado, em solos argilosos, esse mesmo extrator, pode subestimar os valores de fósforo disponível, apresentando valores menores devido ao fato dos extratores serem mais desgastados nesses solos, quando comparados aos solos arenosos.

A Resina de troca aniônica, fundamenta-se na premissa de simular o comportamento do sistema radicular das plantas na absorção de fósforo do solo.

Esse processo gera a adsorção de P na solução nas cargas positivas da resina aniônica, como consequência, há a remoção do P adsorvido na superfície das partículas do solo, dessa forma, a resina não superestima a disponibilidade de P em solos tratados com fosfatos naturais, como ocorre com os extratores ácidos.

 

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Sensibilidade dos extratores Mehlich 1 e Resina

A resina apresenta maior sensibilidade às variações de solos, portanto sendo mais adequado para estimar o fósforo disponível independentemente da fonte utilizada e do tipo de solo, podendo ser utilizado tanto em solos ácidos como em alcalinos, diferentemente do extrator Melhich 1.

Além disso, esse método revela adequadamente, o efeito da calagem em aumentar a disponibilidade de P para as plantas, o que não acontece com o método de Mehlich 1:

Tabela com dados de extratores Mehlich 1 e ResinaQuadro 1. Fósforo (P) no solo em experimento de calagem – com a cultura da soja – Ribeirão Preto SP. Fonte: Silva & Raij (1999).

Dessa forma, esse estudo realizado na cultura da soja mostra a sensibilidade do extrator resina em detectar o aumento da disponibilidade de fósforo no solo, devido ao aumento do pH do solo, apresentando assim diferença estatística quando se utilizou o extrator resina (marcado em verde), o que não foi observado quando se utilizou o extrator Mehlich 1 (marcado em vermelho).

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Eficiência dos extratores Mehlich 1 e Resina

Da mesma forma, uma revisão feita no estudo anterior mostra a maior eficiência do extrator resina, quando comparado aos outros extratores:

Tabela com dados de eficiência dos extratores Mehlich 1 e ResinaQuadro 2. Comparação de métodos na literatura mundial, 1953 a 1977 – 42 trabalhos. Fonte: Raij, 1978.

Além disso, pode-se utilizar a resina mista, de troca Catiônica e aniônica, que possui cargas positiva e negativas e permite, numa única extração, avaliar a disponibilidade não apenas do fósforo, mas também de cátions trocáveis como o cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) e potássio (K+), que é atualmente utilizado na quantificação de fósforo disponível nos laboratórios do estado de São Paulo entre outros.

Um inconveniente desse método, é o fato do método de resina ser mais trabalhoso, no entanto, valem esforços devido à analogia com a extração pela planta.

Portanto, devido à extração pelo método de resina ter maior correlação com as respostas das plantas, ele se mostra mais adequado para estimar o fósforo disponível, quando comparado ao método de Mehlich 1, visto que este método, não é seletivo para quantificar apenas o P-lábil, e pode superestimar o fósforo de solos com fosfatos naturais ou subestimar o fósforo em solos argilosos.

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