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Ferrugem asiática da soja: impactos e estratégias de manejo

A ferrugem asiática é uma das doenças mais prejudiciais à cultura da soja, causando grandes perdas econômicas e reduzindo significativamente a produtividade das lavouras.

Provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, essa doença foi identificada inicialmente na Ásia e, ao longo dos anos, se espalhou por diversas regiões produtoras de soja, incluindo a América do Sul, onde encontrou condições ideais para sua disseminação.

Neste artigo, abordaremos o que é a ferrugem asiática, seus impactos e os danos que causa, além das melhores formas de controle e manejo para minimizar suas consequências e garantir uma produção mais eficiente.

O que é a ferrugem asiática da soja?

A ferrugem asiática é uma doença fúngica causada pelo Phakopsora pachyrhizi, que ataca as folhas da soja. O fungo provoca o surgimento de pequenas manchas escuras, que evoluem para pústulas e, em estágios avançados, levam à desfolha prematura das plantas.

A disseminação da ferrugem ocorre por meio dos esporos do fungo, que são transportados pelo vento, permitindo que a doença se espalhe rapidamente por grandes áreas. O clima quente e úmido favorece seu desenvolvimento, tornando regiões com essas condições mais suscetíveis ao problema.

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Quais são os impactos da ferrugem asiática?

A ferrugem asiática pode causar perdas expressivas na produtividade da soja. Sem um controle eficiente, a redução no rendimento pode variar entre 10% e 80%, dependendo da severidade da doença, das condições ambientais e do momento no ciclo da cultura que ocorrer a infestação.

Redução da produtividade

A doença compromete a fotossíntese da planta, resultando na perda prematura das folhas e, consequentemente, na redução da formação de vagens e grãos. Em infestações severas, toda a lavoura pode ser comprometida.

Impactos econômicos

O custo do manejo da ferrugem asiática é elevado, pois exige aplicações frequentes de fungicidas e adoção de boas práticas agrícolas. Estima-se que, globalmente, os prejuízos causados por essa doença somam bilhões de dólares todos os anos.

Influência no mercado de grãos

Sendo o Brasil um dos maiores produtores e exportadores de soja, surtos da ferrugem asiática impactam diretamente o mercado global. A redução da oferta pode provocar aumentos nos preços da soja e gerar instabilidade no setor de commodities agrícolas.

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Sintomas da ferrugem asiática na soja

Os primeiros sinais da ferrugem asiática aparecem como pequenas lesões de cor marrom ou marrom-escuro nas folhas. Com o avanço da doença, essas lesões se multiplicam e dão origem a pústulas que liberam esporos do fungo.

Em estágios avançados, a infecção provoca a desfolha precoce das plantas, enfraquecendo-as e reduzindo sua capacidade produtiva. A lavoura afetada pode apresentar um aspecto seco e pouco desenvolvido.

Fases do desenvolvimento da doença

  1. Infecção inicial: Os esporos do fungo pousam sobre as folhas e germinam, penetrando nos tecidos foliares.
  2. Formação de lesões: Pequenas manchas escuras começam a surgir nas folhas.
  3. Produção de esporos: As lesões evoluem para pústulas, que liberam novos esporos no ar.
  4. Desfolha prematura: A planta perde as folhas antes do tempo, o que compromete a fotossíntese, produção de fotoassimilados, o crescimento e enchimento de grãos.

Como manejar a ferrugem asiática?

O controle da ferrugem asiática exige um conjunto de estratégias preventivas e corretivas. Veja as principais práticas recomendadas:

Prevenção e boas práticas agrícolas

  • Rotação de culturas: Alternar o cultivo da soja com outras culturas que não são hospedeiras do fungo ajuda a reduzir a incidência da doença.
  • Época de plantio adequada: Planejar o plantio para períodos menos favoráveis ao fungo pode minimizar os riscos de infecção.
  • Eliminação de plantas voluntárias: Remover plantas de soja que crescem espontaneamente evita que o fungo sobreviva entre as safras.

Controle químico

O uso de fungicidas é uma das formas mais eficazes de controlar a ferrugem asiática. Os produtos podem ser:

  • Sistêmicos: São absorvidos pela planta e agem de dentro para fora, protegendo contra infecções futuras.
  • De contato: Criam uma barreira protetora na superfície das folhas, impedindo que o fungo se estabeleça.

Dica importante: Para evitar que o fungo desenvolva resistência aos fungicidas, é fundamental seguir as recomendações técnicas e alternar os produtos utilizados.

Resistência genética

O desenvolvimento de variedades de soja resistentes à ferrugem asiática é uma alternativa sustentável e promissora. Instituições de pesquisa vêm trabalhando na criação de cultivares que possuem maior tolerância ao Phakopsora pachyrhizi.

Monitoramento constante

A detecção precoce da doença faz toda a diferença no sucesso do manejo. Inspeções frequentes na lavoura e o uso de tecnologias como sensores e imagens de satélite ajudam a identificar os primeiros sinais da ferrugem asiática, permitindo uma resposta rápida e eficaz.

Conclusão

A ferrugem asiática representa um grande desafio para os produtores de soja, mas com um manejo adequado, seus impactos podem ser minimizados.

A adoção de boas práticas agrícolas, o uso correto de fungicidas e o monitoramento constante da lavoura são fundamentais para controlar a doença.
O desenvolvimento de cultivares resistentes e a pesquisa de novas tecnologias também são aliados importantes na busca por uma produção mais sustentável e lucrativa.

A ferrugem asiática exige atenção e estratégias bem planejadas, mas com conhecimento e técnicas adequadas, é possível garantir a produtividade da soja e a segurança do setor agrícola.

 

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Autoria: Equipe Rehagro Grãos

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