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Agronegócio no Brasil: papel, importância e desafios

Agronegócio no Brasil

O agronegócio no Brasil tem se mostrado um dos segmentos econômicos de maior evolução e capacidade de gerar riquezas e reduzir as disparidades sociais.

Hoje, a cadeia produtiva é responsável por mais da metade das exportações e por cerca de um quarto do produto interno bruto brasileiro.

Os dados do agronegócio no Brasil são surpreendentes. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a taxa de crescimento do PIB agropecuário, publicadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), têm sido também elevadas nos últimos anos, impulsionado pelo protagonismo da soja nas demandas dos principais países importadores, especialmente China e Estados Unidos.

 

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O que é agronegócio?

O termo agronegócio engloba todas as atividades que envolvem a produção, processamento e comercialização de produtos agrícolas e pecuários. Ele é composto por quatro elos principais:

  1. Insumos: empresas que fornecem fertilizantes, sementes, defensivos, máquinas, tecnologias
  2. Produção agrícola/pecuária: o cultivo de lavouras e a criação de animais
  3. Agroindústria / processamento: transformação dos produtos agrícolas em alimentos, biocombustíveis, ração, etc.
  4. Agrosserviços / comercialização / logística: transporte, armazenamento, comércio, distribuição e serviços complementares

Esse arranjo integrado permite que a cadeia agregue valor, promova sinergias e compartilhe riscos.

Importância econômica do agronegócio no Brasil

O agronegócio segue como um dos grandes pilares da economia brasileira, sustentando a balança comercial e impulsionando o crescimento regional. Em 2024, o PIB do agronegócio brasileiro alcançou R$ 2,72 trilhões, o que representa um avanço de 1,81% em relação ao ano anterior. Desse total, R$ 1,9 trilhão veio do ramo agrícola e R$ 819 bilhões do setor pecuário, segundo dados da CNA e Cepea.

A participação do agronegócio na economia nacional representou 23,2% do PIB brasileiro em 2024, e as projeções apontam para um aumento expressivo em 2025: a estimativa é que o setor alcance 29,4% de participação, movimentando R$ 3,79 trilhões, o maior valor em mais de duas décadas (CNA, 2025).

Os resultados recentes mostram uma dinâmica positiva especialmente nos segmentos de agrosserviços e agroindústria, que cresceram respectivamente 3,25% e 2,94% em 2024. O desempenho da pecuária também chamou atenção, com expansão superior a 12% no mesmo período, refletindo o aumento das exportações de carne e a retomada dos preços internacionais.

Mesmo com alguns desafios conjunturais o agronegócio segue sólido, diversificado e com forte potencial de crescimento. Sua relevância vai além dos números: o setor impulsiona cadeias produtivas complementares, movimenta a indústria nacional e mantém o Brasil entre os maiores fornecedores globais de alimentos, fibras e energia renovável.

Impactos sociais, emprego e regionalização

O agronegócio é também um dos maiores motores de geração de emprego e renda no país. No primeiro trimestre de 2024, o setor empregou mais de 28,6 milhões de pessoas, o maior número já registrado na série histórica do Cepea, o que equivale a aproximadamente 27% do total de trabalhadores ocupados no Brasil (Cepea/CNA, 2024).

Além da quantidade, observa-se uma mudança na qualidade do emprego rural: há crescimento da formalização, aumento da participação feminina e maior presença de trabalhadores com ensino técnico e superior. Esses fatores indicam a profissionalização crescente das atividades agropecuárias e a demanda por mão de obra qualificada para operar tecnologias no campo.

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Em termos regionais, o agronegócio continua concentrado nas regiões Centro-Oeste, Sul e partes do Nordeste, onde a expansão da fronteira agrícola e o avanço da logística impulsionam o desenvolvimento local. Municípios com base produtiva forte têm registrado maior movimentação econômica, investimentos em infraestrutura e melhoria na renda média da população.

Apesar dos avanços, persistem desafios: a desigualdade de acesso à tecnologia entre pequenos e grandes produtores, a necessidade de qualificação continuada e as limitações logísticas ainda afetam parte das regiões produtoras. No entanto, o impacto social positivo do agronegócio é inegável, o setor não apenas sustenta o PIB, mas também transforma realidades locais e promove inclusão produtiva em milhares de municípios brasileiros.

Desafios e incertezas

  1. Flutuações de preço e insumos importados: Variações cambiais e preços globais de fertilizantes, defensivos e máquinas podem pressionar custos.
  2. Riscos climáticos e extremos meteorológicos: Seca, enchentes, geadas e eventos de irregularidade pluviométrica exigem resiliência tecnológica e seguro agrícola.
  3. Pressões regulatórias e ambientais: Demandas por práticas sustentáveis, certificações, controle de desmatamento e pegada de carbono crescem no Brasil e no mercado internacional.
  4. Capacidade logística e gargalos de escoamento: Congestionamentos em portos, falta de ferrovias e estradas em más condições encarecem o escoamento dos produtos.
  5. Desigualdade de acesso à tecnologia: Produtores menores ou em regiões periféricas podem ter menos acesso a inovação, crédito e assistência técnica.
  6. Instabilidades macroeconômicas: Inflação, taxa de juros elevada, políticas fiscais restritivas e instabilidade política são variáveis que podem afetar investimentos no setor.

Perspectivas para o futuro do agronegócio brasileiro

  • A projeção de participação em 29,4% do PIB em 2025 reflete não só um momento favorável de preços e safra, mas também o potencial estrutural do setor. (Cepea)
  • A inovação tecnológica, com a agricultura digital, uso de IA, sensores, genética vegetal, será diferencial competitivo para mitigar riscos e aumentar produtividade.
  • A integração entre produção agropecuária e cadeias industriais (indústrias de alimentos, biocombustíveis, bioeconomia) tende a se aprofundar.
  • A busca por sustentabilidade e políticas de neutralidade de carbono exigirá que o setor equilibre produção, conservação e reputação internacional.

Conclusão

O agronegócio brasileiro segue sendo peça-chave da economia nacional, com participação robusta no PIB, geração de empregos e impacto regional significativo.

Ao incorporar tecnologia, fortalecer logística e adotar práticas sustentáveis, o setor pode enfrentar os desafios emergentes e consolidar sua posição de destaque global em 2025.

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