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Pulverizador realizando aplicação de produtos fitossanitários

Produtos fitossanitários: como reduzir seus efeitos e aumentar a eficiência na aplicação?

Existem várias incógnitas em relação à tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários.

  • Qual o melhor bico?
  • Qual a melhor vazão?
  • Qual a melhor velocidade de aplicação?

Entre várias outras, tudo isso, objetivando a melhor aplicação possível, reduzindo os fatores causadores da deriva, que são responsáveis por desviar os produtos do seu o alvo biológico (inseto, ácaro, planta daninha, fungos ou bactérias, dentre outras).

Destacamos abaixo, algumas maneiras de reduzir seus efeitos e aumentar a eficiência da aplicação dos fitossanitários para algumas situações.

Máquina no campo realizando a aplicação de produtos fitossanitários.

Máquina aplicando produtos fitossanitários. (Foto: Alessandro Alvarenga)


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Como calcular a altura da barra de pulverização do alvo?

Quanto maior for a altura da barra em relação ao alvo mais a aplicação será afetada pela velocidade do vento. Sendo assim a deriva pode ser menor quando a gota percorre uma distância menor até chegar no alvo, entretanto quando reduzimos a altura da barra sem realizar a mudança nos espaçamentos dos bicos, pode-se produzir uma faixa sem o tratamento, principalmente se forem utilizadas pontas de jato leque. Este problema pode ser reduzido usando-se uma ponta de maior ângulo. 

Dessa forma, abaixando-se a barra deve-se observar se o leque está sendo formado. Para bicos comuns recomenda-se que a altura da barra deve ser igual ao espaçamento entre bicos. Assim, se os bicos estiverem espaçados a 50 cm, essa deve ser a altura da barra em relação ao alvo. 

Há uma fórmula básica para cálculo da altura mínima de barra para que a sobreposição seja adequada: Por exemplo, temos um bico com ângulo de 110 graus e espaçado a 50 cm, e considerando uma sobreposição de 40%, sendo assim: 

Altura mínima = 50 cm / Tan(110º x 0,4)

Temos que a altura mínima da barra para essa situação é de 52 cm e essa fórmula pode ser facilmente calculada com o uso de uma calculadora científica, e lembrando que a altura de barra é medida da barra até o alvo e não até o solo.

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Pressão de pulverização

A pressão de pulverização exercida sobre o bico hidráulico fornece energia para quebrar a calda em gotas, e dessa forma podemos utilizar esse fator para regular o tamanho da gota pulverizada. Quanto maior a pressão exercida sobre a saída do bico, menores serão as gotas formadas e o contrário ocorre com a redução de pressão.

Então podemos dizer que reduzindo a pressão, a deriva é reduzida, uma vez que gotas maiores serão formadas. No entanto, se um bico é operado abaixo da pressão recomendada, a pulverização da calda será reduzida, fazendo com que haja uma baixa sobreposição e uma má distribuição ao longo da barra, formando algumas faixas que são visíveis no resultado quando se realiza a aplicação de herbicida

A maioria dos bicos opera adequadamente numa pressão de trabalho na faixa de 3 a 4 bar (45 a 60 psi). Deve-se trabalhar com a pressão indicada pelas empresas para evitar o desgaste acelerado dos componentes.

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Definindo o tamanho das gotas

Não existe um tamanho de gota que seja o melhor em todas as situações, para escolhermos o tamanho de gota, temos que nos atentar a qual a finalidade da aplicação, qual o alvo a ser acertado, onde esse alvo se localiza, como exemplo, as diferentes lagartas na cultura da soja que tem hábitos distintos, as características do produto e quais as condições ambientais no momento da aplicação.

No entanto podemos estabelecer uma faixa ótima do tamanho de gota, que está entre 50 e 200 micras, sendo que, gotas menores que 50 micras facilmente são evaporadas e levadas pelo vento e maiores que 200 micras não fornecem uma boa cobertura do alvo.

Aplicação de produtos fitossanitários em campo utilizando máquina com bico de indução de ar.

Aplicação com bico com indução de ar. Observa-se a menor deriva pelo aumento do tamanho das gotas formadas. (Foto: Alessandro Alvarenga)

Avalie a velocidade e direção do vento com cuidado!

Entre os fatores que afetam a qualidade de aplicação a velocidade do vento normalmente é a mais crítica de todas a condições meteorológicas, e deve ser sempre monitorada durante a aplicação. Quando há a formação de uma névoa que não atinge o alvo, e ela está sendo carreada com o vento, devemos nos atentar e realizar a mudança de bico para trabalhar com uma menor pressão e consequentemente produzir gotas maiores.

Produtos fitossanitários sendo levados para fora do alvo por conta do tamanho das gotas e velocidade do vento.

Deriva observada por conta do uso de gotas finas em condições de vento, retirando o produto do alvo. (Foto: Alessandro Alvarenga)

Quanto maior a gota, menos afetada pelo vento será e mais rápido cairá, sendo assim a velocidade do vento ótima para aplicação varia entre 2 e 10 km/h, sendo que abaixo de 2 pode ocorrer a inversão térmica e acima de 10 o risco de deriva já aumenta muito, mesmo utilizando bicos que formam gotas maiores. 

A direção do vento é tão importante quanto à velocidade na redução do dano causado pela deriva. A presença de culturas sensíveis próximas ao local de pulverização deve ser levada em conta, e a característica do produto aplicado também, pois existem produtos muito voláteis, e estes podem causar prejuízos em culturas próximas, além de reduzir a quantidade de produto aplicado em sua área. 

Umidade e temperatura

Umidade relativa e temperatura atuam juntas afetando a deriva, provocando a evaporação da água e diminuindo o tamanho das gotas, quando a umidade é baixa e a temperatura é elevada.

A temperatura influencia a deriva de outras maneiras, além de seu efeito na perda por evaporação das gotas. A volatilidade do produto aumenta com o acréscimo da temperatura. 

Com a diminuição do tamanho de gota pela alta temperatura e baixa umidade temos redução do efeito da aplicação, já que o produto aplicado estará mais concentrado, em caso de produtos com baixa solubilidade, ou em caso de produtos mais voláteis, estes podem ser levados com a evaporação e assim dificilmente serão absorvidos com eficiência pela planta.

Recomenda-se realizar as aplicações com uma temperatura menor que 30°C e com uma umidade relativa maior que 50%, e essas condições são encontradas pela manhã e à noite.

Pontas de deriva reduzida

Os principais fabricantes de bicos de pulverização possuem em seu portfólio algumas  pontas de pulverização de baixa deriva. Estas pontas são projetadas para criar gotas médias a grossas com a mesma taxa de fluxo e pressão operacional que as de jato plano padrão. Um exemplo dessas pontas são as com indução de ar, que proporcionam a formação de gotas mais grossas, além do eletrovortex que  é um conjunto eletrostático  que carrega as gotículas com carga e tem uma assistência de ar para que estas atinjam as folhas das plantas com eficiência.

Bicos de pulverização por indução de ar nas cores amarela, azul e vermelha.

Bicos com indução de ar (amarelo), 3D (azul) e 035 (vermelho). (Foto: Alessandro Alvarenga)

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Yago Garcia

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